❥︎ Chapter Twenty

118 7 7
                                    

Não demorou muito para Jeonghan chegar à casa do Choi. O sol começava a se pôr, lançando um brilho dourado sobre as árvores ao redor, mas a sensação de inquietação em seu peito tornava difícil apreciar a beleza do momento. Ele estacionou o carro em frente ao portão, respirou fundo e desceu, batendo com firmeza na porta. Após alguns instantes, a porta se abriu e Seungcheol o recebeu, o olhar carregado de preocupação.

— O que você descobriu? — perguntou Jeonghan assim que entrou, um misto de ansiedade e determinação em sua voz. Ele não conseguia afastar a sensação de que algo estava profundamente errado.

Seungcheol fechou a porta com um leve estalo, e os dois se dirigiram ao sofá. O ambiente estava silencioso, exceto pelo tique-taque do relógio na parede, que parecia marcar o compasso de uma tensão crescente.

— Quer a parte fácil ou a difícil primeiro? — Seungcheol indagou, a expressão sombria.

— Tem essas partes? — Jeonghan arqueou uma sobrancelha, confuso, mas já temia o que pudesse ouvir.

— Na verdade, não. — Seungcheol suspirou, a voz tensa. — Depois que encontrei aquelas coisas que te entreguei, decidi investigar mais sobre a Hae-woo.

— Por que você se meteu na história de alguém que já está morta? — questionou Jeonghan, um tanto indignado. Ele se lembrava da dor que a morte dela havia causado, e agora essa dor estava voltando com força.

— Porque se ela realmente estiver morta… — Seungcheol hesitou, notando a expressão estranha do amigo, como se ele estivesse tentando montar um quebra-cabeça cujas peças não se encaixavam. — Eu precisava saber mais.

— Vamos, fala logo o que você descobriu. — Jeonghan pressionou, a ansiedade crescendo em seu coração. O que ele não sabia era que as revelações que estavam por vir poderiam mudar tudo.

— Lembra que ela disse que os pais tinham morrido e que não eram ricos? — Seungcheol começou, a gravidade de suas palavras, deixando Jeonghan em estado de alerta.

— Sim. — Jeonghan assentiu, as lembranças daquela conversa antiga surgindo em sua mente como uma sombra.

— Bem, os pais dela estão vivos e com uma boa quantia na conta bancária. — As palavras de Seungcheol atingiram Jeonghan como um soco no estômago. Ele se sentiu tonto, como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés. — E você também se recorda que, uma semana antes do casamento, ela descobriu que estava grávida?

— Sim… — Jeonghan disse, hesitante, um frio percorrendo sua espinha.

— O Dong-hyun não é seu filho biológico. — Seungcheol revelou, e a informação pareceu paralisar Jeonghan. Ele mal conseguia processar o que estava ouvindo. — Achei provas. Sempre percebi que o menino não se parecia com você.

— Eu… não sei o que dizer. — Jeonghan balançou a cabeça, o mundo ao seu redor começando a girar. A dor e a traição se misturavam em seu coração, e ele não sabia como lidar com isso.

— Hae-woo era uma viciada. — Seungcheol continuou, a voz pesada de incredulidade. — Não parecia, mas sempre foi. Aquela história de que te amava era apenas uma fachada. Ela te traiu com vários.

Jeonghan fechou os olhos, tentando abafar a onda de emoções. Era como se um maremoto de memórias o tivesse engolido, e ele se sentia perdido.

— É uma coisa que eu não tenho certeza, mas estou investigando a morte dela… Lembra que no hospital não conseguimos ver o corpo? Disseram que não era possível? — Seungcheol fez uma pausa, esperando a confirmação de Jeonghan. Ele assentiu, o coração acelerando em seu peito.

— Enterramos ela sem saber realmente quem estava sendo enterrado. Não tivemos um velório para vê-la. Apenas encerramos, e isso é suspeito. — Seungcheol franziu a testa, seu olhar sério. A atmosfera na sala estava densa, como se o ar estivesse carregado de eletricidade.

— Você acha que ela teria coragem de fingir a própria morte? — Jeonghan questionou, a mente cheia de incertezas. Ele não queria acreditar que Hae-woo pudesse ser tão manipuladora, mas as peças começaram a se encaixar de uma maneira horrível.

— Eu acho que ela tem coragem de tudo, Jeonghan. Inclusive, se ela quisesse, poderia separar você e o Joshua novamente. — A afirmação de Seungcheol fez Jeonghan olhar para ele, confuso e preocupado. Um frio percorreu sua espinha, e uma sensação de urgência tomou conta dele.

— O que você quer dizer com isso? — Jeonghan se levantou, a inquietação tomando conta dele.

Seungcheol levantou-se também e se dirigiu à cozinha, tentando criar uma pausa na conversa tensa.

— Já tomou café? — ele perguntou, tentando aliviar a tensão com uma pergunta casual.

— Ainda não. — Jeonghan respondeu, mas sua mente ainda estava presa nas palavras do amigo, em um turbilhão de emoções.

— Então vamos tomar café, porque você tem que ir para a empresa. — Seungcheol começou a preparar a bebida, sua expressão ainda grave. O som da água fervendo parecia ecoar a urgência da situação.

— Seungcheol, como você descobriu tudo isso? — Jeonghan insistiu, observando o amigo trabalhar. Ele precisava de respostas, de clareza em meio ao caos.

— Contatos que não posso te falar. — Seungcheol serviu o café em uma caneca e a entregou a Jeonghan, que a segurou como se fosse a única coisa que o mantinha ancorado na realidade. — Agora toma o café. Você precisa.

Jeonghan pegou a caneca, levando um gole enquanto refletia sobre tudo que havia sido revelado. As novas informações giravam em sua mente, misturando-se com a dor do passado. O gosto amargo do café não se comparava à amargura de suas descobertas.

Após alguns minutos de silêncio, Jeonghan decidiu voltar para casa e buscar Joshua. Ele precisava de apoio, alguém que o ajudasse a lidar com tudo isso. No entanto, ao chegar, notou que o ruivo não estava lá.

— Ele disse que estaria aqui... — murmurou para si mesmo, o coração acelerando novamente. Pegando o celular, ligou para Joshua, mas a chamada caiu em chamada perdida.

— Cadê você, Joshua? — Ele pensou, preocupado. A inquietação crescia em seu peito, e Jeonghan sabia que precisava encontrar respostas rapidamente, mas o que mais o aterrorizava era a possibilidade de Hae-woo estar mais perto do que imaginava.

Enquanto olhava pela janela, sentiu o peso do mundo em seus ombros. Havia muito a ser resolvido, e ele precisava estar preparado para enfrentar o que estivesse por vir.

Segunda Chance - Jihan Onde histórias criam vida. Descubra agora