❥︎ Chapter Twenty-One

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Horas antes no mesmo dia

Após Jeonghan sair para se encontrar com Seungcheol, Joshua se preparou para o dia. Com um suspiro resignado, ele ajudou as duas crianças a entrarem no ônibus escolar, observando-as com carinho. A manhã estava ensolarada, mas uma sombra de preocupação pairava sobre ele.

— Tchau, se cuidem! — disse Joshua, sorrindo enquanto acenava. As crianças retribuíram com sorrisos iluminados, mas ele não conseguia afastar o peso que se acumulava em seu coração.

Assim que o ônibus se afastou, Joshua se virou para a casa, pronto para enfrentar a solidão que o aguardava. No entanto, quando estava prestes a abrir a porta, uma mão cobriu sua boca, interrompendo seus pensamentos. Ele se debateu brevemente antes de ser solto, girando-se rapidamente para encarar a figura familiar.

— O que você está fazendo aqui? — Joshua perguntou, o tom de sua voz misturando surpresa e irritação.

— Vim te buscar. — Do-hoon respondeu, o olhar fixo em Joshua, com uma intensidade que deixava claro que suas intenções não eram amigáveis.

— Não temos mais nada, vai embora. — Joshua declarou firmemente, sentindo a necessidade de se afastar do homem que havia trazido tantas dificuldades para sua vida.

— Você é meu Joshua. — Do-hoon tentou agarrá-lo, a possessividade em suas palavras fazendo o estômago de Joshua revirar.

— Terminamos há muito tempo. — Joshua se afastou, seu coração batendo forte em seu peito. Ele se sentiu como um animal encurralado, tentando encontrar uma saída.

Do-hoon fechou a distância entre eles, o olhar agora cheio de raiva. — Teremos que acabar com a vida daqueles que você ama para voltar comigo? — ele disparou, a ameaça implícita pairando no ar.

Joshua respirou fundo, sentindo a raiva crescendo. — Você não toca neles. — Ele se aproximou de Do-hoon, os olhos ardendo de determinação. — Se você tocar neles, eu juro que farei muito pior do que imagina.

O rosto de Do-hoon se contorceu em desdém. — Então volta comigo.

— Some da minha frente, é o que eu peço. — A voz de Joshua tremia, mas não de medo. Era um pedido desesperado, uma súplica que ecoava em seus pensamentos.

— Vou te dar três dias para voltar comigo. — Do-hoon declarou, antes de se virar e ir embora, deixando Joshua sozinho, a adrenalina ainda pulsando em suas veias.

Joshua olhou na direção em que o homem se foi, sentindo um misto de alívio e medo. Entrou de volta na casa de Jeonghan, pegou um papel e uma caneta, e começou a escrever apressadamente. Cada palavra que fluía de sua caneta era um reflexo de sua preocupação e amor pelas crianças, e também uma tentativa de proteger Jeonghan.

— Desculpa, Hannie, porém é pelo seu bem e das crianças — murmurei, olhando para uma foto de Jeonghan com os dois filhos, as expressões felizes dos pequenos, relembrando a ele o que ele tinha a perder.

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Enquanto isso, Jeonghan tentava entrar em contato com Hong, ligando para o celular dele mais de mil vezes, mas a caixa postal era a única resposta que recebia. A frustração e a preocupação cresciam dentro dele, levando-o a ligar para Jun. A resposta de Jun não trouxe alívio, e a incerteza apenas aumentava.

Por fim, Jeonghan decidiu ligar para Minghao, explicando a situação. Com uma determinação resoluta, Minghao "cancelou" todos os compromissos que tinha e se ofereceu para ajudar.

Desesperado, Jeonghan foi até a cozinha e olhou para a geladeira, onde o bilhete que Joshua havia deixado o aguardava. Ele o pegou, sua mão tremendo ao ler as palavras escritas com tanto cuidado.

"Jeonghan, desculpe. Eu deveria ter resolvido os meus problemas nos Estados Unidos, mas, por incrível que pareça, não os resolvi. Não quero que você e as crianças se machuquem, não quero que as pessoas ao nosso redor se machuquem. Estou indo embora e Jun também não sabe onde estou. Hannie, my love, eu te amo muito, fale para as crianças que também as amo muito."

As palavras pesaram em seu coração, e Jeonghan sentiu uma onda de emoções conflitantes. A tristeza se misturava com a raiva e a confusão. Ele não sabia se deveria chorar ou gritar. Era um turbilhão de sentimentos que o deixava atordoado. Como poderia Joshua deixá-lo assim, sem um adeus, sem uma explicação?

Assim que a porta se abriu, Jeonghan se virou e viu Wonwoo.

— Eu e Seungcheol procuramos por ele, mas não achamos. — Wonwoo falou, seu olhar atento ao estado de Jeonghan. — Jeonghan hyung, não tem ideia para onde ele foi?

Jeonghan olhou para o bilhete novamente, uma ideia surgindo em sua mente. A dor ainda latejava em seu peito, mas a necessidade de agir era mais forte.

— As crianças só vão chegar de noite, você pode cuidar delas? — ele perguntou, pegando as chaves do carro.

— Vou cuidar. Aonde você vai? — Wonwoo questionou, preocupado.

— Para um lugar de conforto. — Jeonghan respondeu, a determinação refletida em seu olhar enquanto entrava no carro e ligava o motor.

Ele dirigiu até uma pequena casinha, isolada e longe da agitação da cidade. O lugar tinha uma aura de nostalgia, e ao sair do carro, sentiu o cheiro da natureza ao redor, misturado à brisa fresca que passava.

Ao se aproximar da porta da casinha, o coração de Jeonghan estava acelerado. Ele destrancou a porta e, assim que entrou, encontrou Joshua parado na pequena sala, os olhos arregalados de surpresa e medo.

— Pensando em fugir de mim de novo? — Jeonghan perguntou, tentando quebrar o gelo com um toque de humor, fechando a porta atrás de si.

— Não devia estar aqui. — Joshua respondeu, a preocupação clara em seu tom.

Jeonghan se aproximou dele, puxando-o para um abraço apertado. A conexão entre eles foi instantânea, e Joshua não demorou a retribuir, envolvendo os braços ao redor do corpo de Jeonghan. A sensação de segurança e amor que sempre encontraram um no outro os envolveu novamente.

— Você nunca mais faz isso. Vamos denunciar seu ex e colocá-lo na cadeia. — Jeonghan declarou, a determinação em sua voz.

— Não funciona assim. — Joshua disse, olhando para o chão, seu semblante grave.

— Comigo vai funcionar. — Jeonghan insistiu, o tom bravo carregando um subtexto de amor e proteção.

Joshua, no entanto, não resistiu e deixou um beijo suave no pescoço de Jeonghan, um gesto que fez o coração do loiro disparar. Ele olhou para Joshua, encontrando um sorriso tímido nos lábios do mais novo.

— Lembra-se daqui? — Joshua perguntou seus olhos brilhando com memórias.

— Impossível esquecer o lugar onde você me pediu em namoro e onde perdemos nossa virgindade. — Jeonghan respondeu, observando o local com nostalgia. — Pensei que estivesse velho e caindo aos pedaços.

— Meus pais alugaram e pagaram pessoas para cuidarem. — Joshua explicou, mas seu olhar se desviou para a janela, como se estivesse preso em pensamentos.

— Falando nisso, cadê eles? — Jeonghan questionou, a curiosidade misturada à preocupação.

— Morreram em um acidente de carro. — Joshua respondeu, a tristeza em sua voz tão palpável que fez Jeonghan sentir um aperto no peito.

— Meu Deus, não devia ter perguntado dessa forma. — Jeonghan se apressou, a culpa o consumindo.

— Tudo bem, my love. — Joshua disse suavemente, fazendo Jeonghan encontrá-lo nos olhos, como se quisesse que ele soubesse que estava ali, que não estava sozinho. — Vamos relembrar a nossa primeira vez?

Um sorriso brotou nos lábios de Jeonghan, e ele concordou, a dor momentaneamente esquecida. Em meio ao caos e às dificuldades, eles ainda encontravam um caminho de volta um para o outro, e isso lhes dava a esperança que tanto precisavam.

Segunda Chance - Jihan Onde histórias criam vida. Descubra agora