Doce Caos

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— Não vai me dizer que o Phill estava certo. - Tyler a encarou fingindo estar sério.

— Oque? - Ela forçou sua mente até se lembrar das acusações.— Não, eu obviamente não tô grávida.

— Isso me deixa aliviado, porque se estivesse, seria de outra pessoa, daí teríamos um problema. - Ele disse mas uma vez fingindo seriedade.

Ela ignorou e mudou de assunto para encerrar a brincadeira.

— Você... Sabe... Oque aconteceu a três dias atrás? - Ela perguntou sem jeito.

— Você fez uma escolha inteligente ?- Ele disse convencido.

— Tô tentando ter uma conversa séria com você Tyler, presta atenção. É sério. - Ela o repreendeu começando a perder a paciência.

— Ah, você fugiu de casa e... Ah, não precisamos falar sobre isso. - Ele desviou o olhar.

— Precisamos, eu quero falar sobre isso.

— Sei lá, eu cheguei do trabalho e você não estava, não deixou nem um bilhete e passou o outro dia todo sumida, daí apareceu praticamente quando cheguei do trabalho no outro dia, mas acreditei que não queria conversar, e eu também não queria, então te evitei. - Ele disse sem olha-la nos olhos .

— Eu... fugi? - Ela perguntou confusa.

Quando Alisson parou de associar o dia 0 a algo que era culpa de Tyler, já tinha decidido que era culpa de outra pessoa, então em sua cabeça não fazia sentido ela própria ter fugido sem roupas pela floresta.

  E pior, aparentemente, havia ficado fora por muito tempo, uma noite e um dia quase inteiros, ela não poderia ter ficado esse tempo todo pelada na floresta, causaria uma hipotermia, as peças não se encaixavam, ela queria muito poder se lembrar do porquê de ter saído correndo daquela forma, e de quando exatamente caiu e ficou inconsciente para entender oque tinha ficado fazendo todo aquele tempo durante a noite e antes de ficar inconscientemente.

— Tyler, eu caí na floresta, bati a cabeça em uma pedra e quando acordei não me lembrava de nada. As únicas coisas das quais me lembro, são sobre meus pais. Tudo oque fizemos nos últimos 6 meses, e pior, todo o resto da minha vida, parece ter sido apagado da minha cabeça.

Ele a encarou incrédulo, depois desviou o olhar, suspirou, pareceu bravo, e de repente, confuso, e então, assumiu um semblante triste.

— Não vai falar nada? - Ela perguntou ansiosa.

— Olha, eu entendo que você queira esquecer algumas coisas, mas isso não significa que você pode falar que perdeu a memória. - Ele disse em um tom que se controlava para de manter compreensível.

Oque?! Porque ele tá bravo?

— Tyler, eu não tô brincando. Eu mal lembrava seu nome quando voltei, nem o meu, eu juro, não tô mentindo. - Ela disse em desespero.

Ela parecia implorar para ganhar alguma credibilidade.

— Eu já entendi oque você quer, e eu aceito. - Ele disse pegando a chave da caminhonete e a caixa de cigarros.

Ela o encarou sem entender.

— Você me perguntou se poderíamos ficar juntos quando tudo isso acabasse, e eu não tive resposta na hora, e por isso você foi lá encontrar aquele merda, para acabar logo com isso, então a culpa é minha, então agora é minha vez de tentar, e eu te prometo, que se conseguirmos chegar no final disso,  podemos ficar juntos. - Tyler por algum motivo, parecia muito revoltado e triste.

— De que merda você tá falando?! Eu acabei de falar que não lembro de nada, eu não sei oque isso significa! - Alisson se levantou e disse quase que em um grito.

— Alisson, fica quietinha. Eu vou cuidar de tudo. Aproveita que seu celular foi concertado e vai matar a saudade dos seus joguinhos. - Ele disse antes de sair, bater a porta, e trancar Alisson dentro de casa.