Doce Christopher

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Após ter certeza que Tyler havia saído para o trabalho, a garota se emperequetou o máximo que conseguiu com que tinha a seu alcance e caminhou por meia hora rumo a estrada para garantir que a localização da casa continuasse em anonimato antes de chamar um uber.

O quão suspeito é ele ter tanto dinheiro e não ter habilitação para me buscar? Ou não ter redes sociais?

Tomada por pensamentos fúteis, medo e ansiedade, Alisson foi até o endereço dado pelo tal Christopher, que era a ponte de contato entre ela e o grupo de Filiph, que aparentemente, era apenas um conhecido, e não alguém com quem ela tivesse tanta intimidade ao ponto ir visitar e coisas assim.

Quando chegou, foi recebida por uma mulher bem uniformizada, com cabelos perfeitamente presos a um coque alto.

- Fico muito feliz em ver você aqui de novo, sua presença sempre alegra nosso Chris. Você sumiu por tanto tempo que até achei que tinham brigado. - A mulher disse com um sorriso cansado.

- Ah... Fico feliz também. - Alisson mentiu fingindo felicidade.

Após atravessarem uma piscina, chegaram na enorme casa cujo as portas eram de vidro. Era um lugar bem ventilado, frio e amplo.

Além de um belo piano, a casa chamava atenção por suas enormes colunas e outros itens em mármore, que pareciam minuciosamente esculpidos a mão.

- Vamos? Chris está quase tendo uma convulsão de ansiedade. - A mulher disse ao notar Alisson parada, observando o ambiente ao seu redor.

A menina concordou com a cabeça e tornou segui-la pelas escadas.

O segundo andar não deixava a desejar, o grande salão com uma mesa de sinuca no centro comportava várias portas que levavam aos demais cômodos.

Guiada até uma porta qualquer, que não possuía absolutamente nada que a diferia das demais ali presentes, a garota parou e respirou fundo observando a doméstica acionar o botão ao lado do batente.

Quando a porta se abriu, Alisson sentiu seus olhos se umedecerem, ela não podia acreditar no que havia feito.

Com um sorriso enorme, o rapaz de corpo esquelético a encarava sentado sobre uma cadeira de rodas.

Era fácil interpretar a situação, pelas mensagens curtas com uma pitada de desespero e angústia, Christopher claramente tinha sentimentos pela garota, que provavelmente havia se aproveitado disso no passado para alcançar seus objetivos, o que a fazia se sentir péssima, ela definitivamente não queria ser aquela pessoa.

Esse sentimento de auto desprezo a deixava confusa sobre o que faria a seguir, seus objetivos não estavam tão claros, a única certeza que tinha era de que não queria usar aquele rapaz.

- Pode se retirar por favor, Geralda. - A voz masculina disse com suavidade acenando com a cabeça. Alisson adentrou o quarto, completamente perdida. - Não quer se sentar? - Ele perguntou sorrindo torto devido a seus problemas.

Ela se sentou sentindo sua energia social indo pra puta que pariu, como se estivesse se tornando uma banana, sem certezas, sem opiniões, apenas existindo.

- An... E então, você queria me ver também?- Ele perguntou claramente emotivo.

Ela não sabia onde enfiar a cara.

- Christopher eu... - Enquanto sua real personalidade se afundava envergonhada por ser tão baixa, ela ligou o modo automático, e fazendo uso de todo o conhecimento que tinha sobre bom senso, começou a pensar sobre como bons seres humanos se portariam em situações como essa. - Eu queria me desculpar pela forma como sumi sem te falar nada. Sei que tínhamos algo... Especial e eu fiquei... Confusa sobre nossa amizade e... -Ela buscava alguma verdade para apoiar suas palavras. - Senti que não merecia algo tão bacana.

Ele franziu o cenho, mas sorriu em seguida.

- Uau, não esperava isso. Na realidade não fiquei chateado, você já tinha me falado que era instável e meio lelê das idéias, então só fiquei feliz por não ser pego de surpresa e rezei pra que você voltasse algum dia.

Um nó se formou bruscamente na garganta da garota, ela não conseguia fazer aquilo, ela não queria fazer aquilo.

- Desculpa, não dá.- Ela se levantou.

Doce Caos Onde histórias criam vida. Descubra agora