Quando Tyler acordou, fez o café, e levou até o colchão onde a garota se encontrava.
Ele estava prestes a acorda-la, mas preferiu guardar apenas para si aquele momento. Se sentia agraciado por te-la tão vulnerável e exposta sobre seu colchão, a blusa de Black metal que antes era um vestido, agora, havia subido e cobria pouco menos do início da coxa, exibindo curvas rústicas e abundantes que haviam escapado da coberta.
Ela tinha pernas fabulosas, eram torneadas e definidas, ele achava incrível que uma garota daquela idade se empenhasse tanto em um hobby que mantinha em segredo, e poder prestigiar aqueles belos projeteis que se mantinham na maior parte do tempo cobertos por calças e bermudas largas, era uma benção.
Ele se sentia sortudo apenas por te-la conhecido, a maior parte das pessoas que passariam pela vida dela, provavelmente nunca saberiam que ela corria todas as madrugadas desde a perca do seu pai aos 12 anos de idade, além disso, haviam muitas outras coisas sobre ela que nem a mãe sabia.
Seu facinio pelo corpo se unia a admiração pela peculiar mente da menina, o fazendo se sentir pequeno e estúpido por ser tão "sem graça", oque o fez deixar aquela bandeja de café ali, em frente o colchão, e subir para seu quarto, desistindo de acorda-la.
Quando ela acordou, se sentiu mal por estar sozinha, então ignorou completamente o café, e vagou pela cozinha pensativa por alguns minutos, onde criava vários cenários do previsto reencontro com sua mãe.
Quando se deu conta, havia se deixado levar por uma compulsiva vontade de se exercitar, e estava no chão fazendo flexões e abdominais, quando Tyler apareceu na escada.
— Achei que tinha ido trabalhar. - Ela disse surpresa, interrompendo seus exercícios para evitar mostrar suas peças íntimas, já que estava de "vestido".
— E eu que estaria dormindo, ou que teria comido. Tá de bullying com meu café só porque não fiz seu bolo de milho? - Ele perguntou descendo as escadas enquanto observava o café intocado em frente o colchão .
A garota se sentou no sofá, com os pés no colchão.
— Oh não... Vou comer agora, obrigada.
Para ele, era a nonagésima terceira manhã ao lado de alguém que o fazia se sentir feliz e disposto a viver, mas para ela, ainda era só mais um dia de incertezas, onde ela questionava até mesmo, se tinha sido uma boa escolha ter dormido ao seu lado.
— Eu só tô brincando, não precisa comer se ainda não estiver sentindo fome. - Ele se senta no braço do sofá. — Tá assim por causa da sua mãe né? - Ele a olha nos olhos.
— Oque? Claro que não. - Apesar de tudo, o relacionamento delas não era bom, então aquela ansiedade era normal, mas como não se lembrava disso, não queria transparecer a agitação apenas por ver a mãe, algo tão comum.
— Não precisa fingir comigo, você sabe, né? Você nunca treina antes de comer, eu sei quando não tá normal.
Treinar?
Ela sorri silenciosamente, então aquela vontade estranha não era apenas por seu rebuliço, e sim pela força hábito.
A cada nova informação que descobria por ele, sentia mais vontade de abraça-lo, mas lá no fundo, por trás da paranóia, ainda existia uma memória que implorava para ser desbloqueada, que agora se transformava em intuição, e gerava um receio.
— Enfim, você... Quer ir agora? - Ele pergunta tirando um cigarro do bolso.
Ela faz uma carreta, nem sabia que ele fumava.
— Hm... Claro, só vou tomar um banho antes.

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Doce Caos
Mistério / SuspenseEssa história contém muitos temas sensíveis como; Abuso psicológico. Violência doméstica. Agressão. Sequestro. Feminicídio. Homicídio. Tortura. Sexo. Pessoas sensíveis a isso, por favor, evitem ir a fundo nessa leitura.