18- primeiro beijo

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Saulo Salazar

- Saiam daqui por favor, eu quero falar a sós com ele. - Gina disse se referindo á mim, então meus irmãos saíram e fecharam a porta.

- Não seja fria, anjinho.

- Você não merece minhas desculpas, senhor Salazar.

- Não faz assim, isso parte meu coração, ragazza.

- Você e seus irmãos partiram meu coração desde o momento em que me sequestraram e mataram meu pais. Desde que cheguei, vocês só sabem me magoar e me tratar como se eu fosse um lixo.

- Gina, eu sei que...

- Você não sabe de nada. Você só sabe me machucar, me humilhar, me forçar, me perturbar desde que me trouxeram para cá. Desde que vim pra cá, vocês não me deixaram em paz. Eu só queria ficar sozinha, mas já vi que será impossível com vocês.

- O que está acontecendo com você, querida? Você está diferente. A minha Gina não é assim.

- A sua Gina está cansada de ser machucada. Sabe, quando a dona Francesca me disse que vocês também gostavam de mim, eu me senti alegre em saber que algo em minha vida era recíproco, mas aí quando vocês me sequestraram e mataram meus pais, eu entendi. Eu entendi que vocês nunca gostaram de mim e nem vão gostar, vocês gostam de me machucar.

- Gina, nós queríamos te ajudar! Nós...

- Uma pessoa muito inteligente me ensinou que as vezes, nós confundimos atitudes com amor, mas no fundo elas tem intenções ruins. Eu pude ver que pelo que vocês fizeram só pra me ter ao lado de vocês, vocês destruíram minha vida toda e nem se importaram. Quando vocês vão finalmente se importar com o que eu quero?

- E quando você vai entender que fizemos tudo isso por amor?

- Saulo, eu gosto de vocês, gosto de verdade. Vocês me encantaram desde que eu tinha quatorze anos e eu sempre imaginei que talvez um dia nós fôssemos nos casar como nos livros de princesa, mas me parte o coração ver que vocês não estão sentindo o mesmo por mim. Eu já entendi isso.

- Amore mio, per favore. Para de falar isso, está me deixando puto pra caralho! Nós amamos você, somos completamente loucos por você!

- Saulo, esse tal amor que vocês dizem sentir por mim não existe. É apenas luxúria. Deus me disse isso desde que estou com vocês, é apenas luxúria por mim e nada mais que isso. Vocês nunca me amaram, só queriam me possuir, mas eu vou repetir mais uma vez: eu não vou deixar que me toquem mais depois do casamento.

- Você é a nossa noiva, teremos total direito sob você depois que assinarmos o pacto do casamento e sua palavra não terá validade para o nosso desejo. Você é nossa, somente nossa, exclusivamente feita para ser nossa. Não tenha dúvidas disso, Gina Pellegrine.

- Sabe que eu odeio vocês, não é?

- Sei e isso me deixa excitado demais. Minha vontade era de te jogar na cama agora, rasgar essa camisola e deflorar cada pedaçinho do seu corpo casto, mas eu tenho que me segurar até a noite de núpcias.

- É tão difícil para você ser gentil comigo? Pelo visto, eu realmente sou burra, sou burra em pensar que um dia eu seria feliz como nos livros de conto de fadas.

- Podemos até ser os vilões da sua história, mas pelo menos os vilões destroem o mundo por você, enquanto os príncipes destruiriam você pelo mundo. Tenha certeza Gina: nós faríamos qualquer coisa por você. Eu mataria por você, eu faria qualquer coisa para ter você ao meu lado.

- Qualquer coisa? Então me deixe ir embora, eu imploro Saulo.

- Não, jamais!

- Isso é tão egoísta.

- Se ser egoísta significa não querer abrir mão do que sinto por você, então eu sempre serei egoísta. Nunca vou abrir mão de você.

- Já que você prefere ser egoísta do que um homem de Deus, quero impor uma nova condição.

- Qual?

- A partir de hoje, quero ser tratada com respeito e carinho. Se eu sou a noiva de vocês e a mulher que tanto amam, eu exijo que me tratem com carinho, amor e educação. Não quero castigos, não quero mais humilhações.

- Eu também tenho condições: eu prometo parar com os castigos, se você prometer que vai tentar se dar bem conosco. Iremos nos casar Gina, não podemos viver nos odiando.
Eu só quero te conquistar.

- Tudo bem, a partir de hoje eu vou tentar me dar bem com vocês. Temos um trato? - ela estendeu a mão para mim, mas eu a agarrei pela cintura e a puxei para um beijo. Nossos lábios se grudaram em um selinho, mas ela me empurrou.

- Saulo! Não faça isso!

- Por favor, meu amor, me deixe te beijar. Eu estou louco por você, me deixe no mínimo te beijar uma vez. Eu suplico.

Ela assentiu com a cabeça e eu a prendi contra a parede, em seguida acariciei seu rosto enquanto eu introduzia minha língua em sua boca. Seus lábios eram doces e macios. Ela tentou acompanhar os movimentos, e mordiscou meu lábio me deixando excitado. Ela virou a cabeça e segurou meu pescoço, depositou um selinho lento e molhado na minha boca.

Paramos o beijo e ela olhou para baixo com vergonha, estava vermelha como um tomate. Eu levantei seu queixo e disse:

- Não sinta vergonha, se acostume até a nossa noite de núpcias.

- Sim...

- Eu adorei, meu amor.

- Eu também...

Aquele definitivamente era o primeiro beijo dela e o que me deixou satisfeito foi saber que fui o primeiro dela. O primeiro homem a tocá-la.

𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂, 𝑺𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora