23- destino decidido

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Gina Pellegrine

Ouvir aquelas palavras fez com que meu coração desmoronasse. Ele autorizou. Estava feito. Eu seria a esposa deles. Eu seria a propriedade deles, eu seria algo que eles iriam poder se apoderar de mim. Só de saber que eu não poderia me separar deles nunca mais, me deixava com medo. Houve uma época em que eu ficaria feliz em casar com eles, mas depois que percebi o que sentiam por mim, eu entendi que aquilo não era tão bom.

Eu saí do escritório correndo e fui até a varanda, onde eu senti meu coração acelerado e minha visão turva. Damon veio atrás de mim e eu o empurrei para longe, não queria olhar para eles.

- Gina, meu amor, você está bem?

- Me deixe em paz! Não toque em mim! Já conseguiram o que queriam, estão satisfeitos? Ou será que desejam outra coisa? Até quando irão me usar e me machucar?

- Meu amor, me desculpe, mas eu pensei que...

- Damon, só porque fizemos um acordo de boa convivência, não quer dizer que eu ame vocês e que vou aceitar essa loucura!

- Eu chupei a sua boceta, Gina!

- Fale baixo! Não estamos em casa!

- Foda-se! Eu chupei você, nós te beijamos, beijamos cada parte do seu corpo, você praticamente punhetou o Victor e agora está vindo com esse teatro de boa moça? Porra, ainda não aceitou nada disso.

- Está insinuando alguma coisa?

- Bem que eu deveria saber: as santinhas no fundo sempre serão vagabundas.

- Não ouse me chamar de vagabunda! Eu apenas fiz o que fiz, porque eu estava gostando por um momento, de ser tocada pelos homens que se dizem loucos de amor por mim. Pelo visto, era mentira. Na primeira oportunidade, vocês sempre vão me tratar como uma vagabunda não é?

- Caralho...

- Eu quero ir embora, agora por favor. Não suporto mais ficar aqui.

- Gina, me perdoa, meu amor. Me desculpe, eu disse sem pensar.

- Não, você pensou muito bem. Vocês quatro são todos iguais e eu aqui sendo uma boba por querer me entregar á vocês. Como eu sou burra, né?

- Gina, espera, querida. Por favor!

- O que está acontecendo aqui? - Victor perguntou após aparecer na varanda com o restante dos irmãos.

- Victor, eu quero ir enbora. Ele já autorizou tudo? Ótimo, então vamos.

- Claro, querida. Vamos.

Nós entramos no carro e o caminho todo eu fiquei em silêncio. Estava muito magoada com o que Damon disse de mim, então querer me entregar á eles naquele dia me fazia ser uma vagabunda. Após chegarmos em casa, eu subi para o meu quarto e fui para o chuveiro tomar um banho.

Enquanto lavava meu cabelo com o shampoo, senti duas mãos na minha cintura me apertando e uma respiração quente no meu pescoço.

- Me perdoe, amore mio. - as vozes eram parecidas, mas eu sabia que era Damon.

- Sai daqui, Damon. Não quero brigar mais.

- Eu também não, por isso quero pedir perdão. Eu fui um babaca, eu não deveria ter te chamado de vagabunda. Você não é, eu juro. Você é a garota mais pura e doce que já conheci, eu só disse aquilo, porque estava irritado. Você se afastou de nós desde que...

- Eu sei, Damon. Eu me afastei, porque estava com vergonha e tentando pensar um pouco no que houve.

- Se arrependeu de ter deixado seus noivos tocarem em você?

Eu me virei de frente para ele e olhei bem nos seus olhos para dizer a seguinte palavra:

- Não.

- Então, por que?

- Porque eu gostei de ter sido tocada por vocês e isso me faz ser imoral. Vocês já me violaram antes do casamento, agora eu vou ter que pedir perdão.

- Gina, do que está falando? Nós não te violamos, nem transamos com você ainda!

- Não, vocês são homens e me tocaram antes do casamento, eu fui violada, né? Meus pais sempre diziam que se algum homem tocasse em mim antes do casamento, minha castidade seria violada.

- Gina, você disse no restaurante que nunca iria deixar que tirássemos sua castidade, nesse caso então já teríamos violado a muito tempo.

- Não estou entendendo.

- Gina, os beijos, os toques, aquilo que aconteceu, nada disso tirou sua pureza. Você ainda é casta, meu amor.

- Espera... eu ainda sou pura?

- Gina, pra tirarmos sua castidade, vai ser de outra forma.

- Como?

- Não precisa saber disso agora, no casamento você vai descobrir. Agora, você me perdoa?

- Sim, Damon, mas não faça mais isso.

- Eu prometo.

Eu o abraçei e depositei um beijo em seus lábios.

- Damon, posso te pedir algo?

- Claro.

- Me toque.

𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂, 𝑺𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora