32- agressivo

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Gina Pellegrine

Após o surto de ciúmes de Stefan, eu me dirigi até a mesa onde estava dona Eleonora e me sentei com um ar de frustração. Eu me senti envergonhada, queria me esconder num buraco e não sair mais de tanta vergonha que Stefan me fez passar. Minha sogra acariciou minhas costas e disse:

- Gina, o que aconteceu?

- O Stefan acabou de me envergonhar na frente de um homem que foi gentilmente educado comigo, agora eu estou morta de vergonha! Eu nunca o vi assim antes, ele sempre foi o mais calmo dos irmãos e sempre me defendia, mas agora pude ver o quão ciumento ele é também.

- Querida, infelizmente você não conhece meus filhos por completo, muito menos o Stefan. Ele é calmo durante certo tempo, mas quando está com raiva, ele explode e é grosseiro.

- Dona Eleonora, o que eu vou fazer? Aquele homem só estava sendo educado e gentil, coisa que eles nunca foram comigo. Eles só sabem gritar, me punir, me bater, etc! Como vou amá-los dessa forma?

- Olha, aguente mais um pouco. Já estou providenciando a sua fuga para o Havaí e depois você irá para onde achar melhor, mas não pode voltar pra cá, senão só o Diabo sabe o que eles irão fazer para te torturar.

- Até o Stefan?

- O Stefan é como os irmãos, ele só sabe se controlar. Infelizmente, se algum dia ele ousar te ferir, ninguém irá conseguir impedir.

- E se eles me pegarem?

- Então reze muito, Gina. Reze pela sua vida e reze para Deus te proteger da fúria deles.

- Díos mio.

- Olá, mamãe. - Damon disse se sentando em umas das cadeiras com seus irmãos á mesa. Eles ficaram me olhando o tempo inteiro, mas eu não queria falar com eles.

- Então, como foi a festa? - ela perguntou.

- Eu detestei. - Stefan disse curto e grosso.

- Mas por que, querido?

- Porque aqui tem muitos homens cobiçando o corpo da minha mulher e meu sangue pega fogo só de pensar em alguém tocando nela.

- Stefan, por favor! Tenha modos, eu não lhe ensinei assim! Respeite sua noiva.

- Respeitar? Como vou respeitar uma garota que dá confiança para outro homem na frente dos noivos? E ainda deixou tocá-la, porra.

- Stefan, para com isso. Estão todos nos olhando, está nos envergonhando.

- Você nos envergonhou ao dar em cima de outro homem na nossa frente, minha vontade era de dar um tiro na cabeça dele!

- Chega, eu cansei!

- Gina, se acalme.

- Não, dona Eleonora, eu sinto muito, mas eu cansei! Com licença.

- Volte aqui, Gina! É uma ordem, volte aqui!

- Vá pro inferno, seu maluco.

Eu me retirei da mesa e fui até a porta do jardim, onde cheguei e apreciei o céu estrelado. Estava frio e ventando, inspirei bem fundo e soltei meu corpo. Eu estava tensa demais. Logo, ouvi passos e ao me virar eu vi aquele homem que me cumprimentou no baile. Era Vincenzo!

- Buonasera, Srta. Pellegrine.

- Boa noite, senhor Vincenzo. O que faz aqui?

- Vim fumar meu charuto, e a senhorita?

- Eu vim respirar um pouco, estou me sentindo sufocada ao redor dessas pessoas corruptas e imorais.

- Belo crucifixo.

- Ah obrigada, foi um presente de valor sentimental.

- Seus pais?

- É, eles me deram antes de morrer.

- Sinto muito.

- Tudo bem, obrigada. Já passou.

- É religiosa?

- Sim, sempre tive fé em Deus e suas criações, mas ultimamente sinto que Deus me abandonou. Não sinto mais sua presença.

- Ás vezes, o nosso salvador não é necessariamente Deus, mas sim alguém que ele pôs em sua vida.

- É, tem razão.

- Onde estão seus noivos? - pude sentir o desdém em sua pergunta, até porque não era muito normal um noivado com quatro homens.

- Lá dentro.

- E não vai ficar com eles?

- Quero que eles me deixem em paz por um minuto, não aguento mais.

- Eu já sei de tudo.

- Tudo o quê?

- Sei que está sendo forçada, não precisa disfarçar, eu já sei. Na verdade, o Conselho todo sabe.

- E de que adianta? Estou presa á eles.

- Eu posso te ajudar. Posso te ajudar a fugir, eu a levo embora daqui nesse minuto se você quiser.

- Senhor Vincenzo, agradeço a hospitalidade, mas infelizmente terei que recusar. Se eles descobrem que eu...

- Gina! Saia de perto dele agora, porra! - eu ouço a voz de Victor interrompendo nossa conversa.

- Díos mio, me proteja.

- Sua vagabunda! - Saulo avançou em minha direção e segurou meus braços com sua força imensa, mas Vincenzo se colocou em minha frente e o empurrou.

- Deixe ela, Salazar! Ela é sua noiva!

- Cala a boca, seu filho da puta!

- Saulo, para por favor! Eu posso explicar!

- Vá pro inferno, Gina! O nosso acordo acabou, se prepare que o seu inferno de verdade irá começar!

- Não, para!

- Salazar, não faça nada com ela. Fui eu quem a encontrei aqui e começei a conversar com ela! Ela já estava aqui sozinha, ela não violou as leis do casamento!

- Desgraçado! Você quer roubá-la de nós!

- Eu vou apenas ajudá-la a fugir de vocês, se for preciso! Malditos doentes!

- Ela é nossa, se tocar nela, reze pra que eu não te esquarteje bem lentamente.

- Chega, parem com isso!

- E você cala a sua boca, sua mentirosa! Você se faz de santinha, mas é uma vagabunda que tenta fugir de nós o tempo inteiro, mas agora eu juro por Deus que você vai ficar presa á nós pra sempre, Gina. Isso é uma promessa!

Saulo agarrou meu pescoço com força, fazendo minha garganta se fechar. Eu comecei a tossir e a ficar tonta, senti um peso em meus olhos, enquanto ele me apertava.

- Saulo... está me machucando...

- Saulo, meu filho, para! Vai matá-la! - dona Eleonora gritou desesperada, fazendo com que Saulo me soltasse no chão. Eu tossi e tentei respirar desesperadamente, meu pescoço estava doendo. Vincenzo e Dona Eleonora me ajudaram a levantar e me seguraram.

- Saulo, quando chegarmos em casa, espero que esteja bem para conversar comigo.

- Amore mio...

- Não. Não encoste em mim. Eu te odeio, vá embora por favor.


𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂, 𝑺𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora