31- Jantar de noivado

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Damon Salazar
19:00

Já havíamos nos arrumado. Estávamos esperando Gina e minha mãe descerem, mas demoravam muito. Bati na porta e minha mãe abriu uma pequena fresta.

- O que vocês querem?

- Queremos saber porquê estão demorando tanto! Vamos nos atrasar, mamãe.

- Gina está quase pronta, só mais alguns minutos. Aff!

Ela fechou a porta na minha cara e eu desci novamente para esperar com meus irmãos. Dez minutos haviam se passado e nada ainda, já estávamos impacientes. Saulo já estava bufando de raiva, pronto para subir e gritar com Gina, ouvimos alguns passos na escada e lá estava Gina com nossa mãe ao lado. Nossas bocas fizeram um formato de O ao vermos Gina tão linda.

Ela sempre foi bonita sendo natural.
Seus cabelos cacheados cor-de-mel.
Seus olhos verdes como esmeraldas.
Suas bochechas rosadas.
Seus lábios carnudos e macios.
Seu sorriso tímido.
Suas lindas mãos delicadas.
Seu cheiro doce de baunilha e laranja.
Tudo nela era um detalhe perfeito, ela era como uma obra prima feita especialmente para nós.

Ela estava com um vestido rosa transparente, seus lindos cachos estavam presos num coque com mechas soltas, suas bochechas estavam mais rosadas do que o de costume, seu cheiro estava mais forte, mas faltava somente uma coisa para que ela ficasse linda por completo: seu sorriso.

Gina ficava cada vez mais linda quando sorria, mas desde que veio morar conosco, ela não sorriu mais e aquilo me entristecia. Ao chegar nos pés da escada, Victor estendeu a mão para ela, cuja a mesma recusou e seguiu sozinha até o carro. Victor fechou os punhos com raiva e fomos até o carro.

Nossa mãe ia de carro com Stefan e Victor, enquanto eu e Saulo íamos com Gina no nosso carro. Ela foi atrás e nós na frente. A viagem até o salão da festa estava muito silenciosa, até que Saulo decidiu quebrar o silêncio.

- Você está linda, meu amor.

Ela ignorou.

- Gostou das compras, querida? - eu perguntei, mas continuou em silêncio. Seus olhos estavam fixos para o lado de fora da janela.

- Por favor, Gina... não faça assim. Não nos ignore, isso dói.

- Sabe o que mais dói? Ser machucada pelas pessoas que deveriam te amar. Isso sim dói, o que vocês estão sentindo é apenas ego ferido, porque ainda não cedi pra ir para a cama com vocês.

- Mas vai ceder. O casamento está chegando.

- Lembra do nosso acordo lá no restaurante? Eu disse que deixaria vocês consumarem o casamento, mas também deixei bem claro que depois do casamento, vocês não iriam mais tocar em mim. Será apenas uma vez.

- Querida, os casamentos na máfia não funcionam assim. Seremos seus maridos, iremos ter total direito sob seu corpo. Vai ter que ser assim.

- Então me sequestraram para ter alguém submissa á vocês? Se fosse pra isso, era melhor que tivessem contratado uma meretriz.

- Gina Pellegrine, já chega!

- Não aguenta ouvir uma verdade? Te irritei, querido noivo?

- Gina, hoje é a nossa festa de noivado, eu não quero te machucar e passar vergonha na frente do Conselho, então não abuse da minha paciência! Eu fui claro?

- Sim, senhor Salazar.

- Por que não me chama pelo nome? Detesto quando me chama assim.

- Porque não devemos pronunciar o nome do diabo, atrai coisas ruins.

- Ahh sua...

- Saulo, chega! Deixe ela.

- Quando chegarmos em casa, vamos conversar, mocinha.

- Já sei que vai me bater como sempre, poupe suas mentiras.

- Prometi não te bater e estou cumprindo minha palavra.

- Por enquanto sim.

- Olha, Gina, eu...

- Basta, Salazar! Me poupe de suas mentiras, vamos logo até essa maldita festa antes que eu me mate, quero logo voltar para casa.

- Uhhh! Maldita ragazza!

- Saulo, deixe ela. Já estamos quase chegando.

Depois de algum tempo, chegamos ao salão da Camorra, como se fosse nossa sede e abrimos a porta para Gina, que saiu como um furacão em direção á porta principal. Seguramos seus braços para que entrasse junto conosco e ela bufou de raiva. Ao entrarmos, todos olharam para nós e ficaram cochichando.

Victor e Stefan estavam conversando com alguns membros da famiglia e nossa mãe estava sentada, tomando uma taça de champanhe. Nos aproximamos deles e logo um dos sócios olhou Gina de cima abaixo. Senti uma veia da minha testa saltar de tanta raiva que senti ao vê-lo secar nossa noiva com os olhos.

- Buonasera, bella ragazza. Muito prazer, eu me chamo Vincenzo, e você? - ele disse ao beijar a mão dela, que logo em seguida soltou um sorriso. Por que a porra da nossa mulher estava sorrindo para outro?

- Ciao, buonasera! Eu me chamo Gina, muito prazer também.

- O prazer é todo meu, ragazza. Então você é a famosa noiva dos irmãos Salazar. Estou absolutamente intrigado em saber como uma linda moça como você, está com eles.

- Eu também gostaria de saber, senhor Vincenzo.

- Se quiser conversar, estarei muito interessado em suas palavras, senhorita.

- Obrigada, adorei a sua educação. É esplêndida.

- E se nós...

- Se ousar falar ou tocar nela novamente, Vincenzo, eu juro por Deus e o Diabo que corto suas mãos e dou de comer para os cães. - Stefan disse com um tom raivoso e com seus olhos centrados nos dois.

- Stefan, para. - ela disse assustada com seu tom de voz.

- Gina, saia de perto dele, vá sentar com nossa mãe, agora.

- Mas Stefan...

- Agora, Gina. É uma ordem, me obedeça.

Porra! Stefan nunca tinha elevado a voz para Gina e naquele instante ele estava louco de ciúmes. Pude ver os olhos de Gina com medo da voz dele. Ela saiu assustada e se sentou ao lado de nossa mãe do outro lado do salão.

- Stefan, o que houve?

- Ninguém vai tocar nela, ela é nossa. Já chega.

𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂, 𝑺𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora