40- está diferente

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Gina Pellegrine
1 semana depois...

Após termos voltado para a Itália, fiquei mais feliz ao saber que os rapazes tinham dito que iriam mudar. No início, fiquei bem receosa e com medo de estar sendo inocente de novo em relação á eles. Dona Francesca não havia ficado contente com a notícia do casamento nem de que eu os havia perdoado, ela ficava dizendo que eles estavam mentindo. Dona Eleonora conversou com eles e comigo e disse que estaria a disposição, para me ajudar com eles.

Os quatro se submeteram á terapia de autocontrole e raiva, para que não me machucassem fisicamente de novo. Depois, eles me permitiram ter um quarto só pra mim e cancelaram a data do casamento para quando eu quisesse.

Numa noite, eu estava andando pela casa por causa da insônia e resolvi ir até o quarto de Victor para olhá-lo dormir. Ao abrir a porta, pude ter a visão de seu corpo seminu na cama mostrando seus músculos e abdômen definido. Aquilo me deixou... excitada? Quando eu ia fechar a porta, ele disse:

- Eu sei que está aí, bonequinha. Não fuja, venha aqui.

- Desculpe, eu te acordei?

- Não, eu estava acordado e você entrou. Precisa de alguma coisa?

- Perdi o sono, então vim ver como estava.

- Quer se deitar comigo?

- Posso?

- Claro, meu amor. Venha cá.

Eu fui até sua cama e me joguei em seu colchão, com seus braços fortes me envolvendo num abraço caloroso. Sua mão acariciou meus cabelos e depois seus lábios depositaram um beijo na minha testa.

- Victor?

- Sim, bonequinha?

- Fica assim comigo pra sempre?

- Assim como?

- Gentil.

- Fico, sempre ficaremos com você assim, bonequinha.

- Não vão mais me machucar?

- Não, meu anjo. Nunca mais. Iremos fazer todo o possível pra não tocar mais em você.

- E se tocarem?

Um silêncio se instalou no quarto. Ele bufou e se sentou na cama de frente para a pequena varanda em sua janela, olhando para fora. Eu o abraçei por trás e beijei suas costas, foi aí que eu vi.

Eu vi as cicatrizes, as marcas.
Quando eu vi, tudo se encaixou.
Acariciei suas feridas e ele disse:

- Agora você viu, viu o quão vulnerável eu já fui.

- Victor, não sinta vergonha de ter sido vulnerável, todo ser humano é. Eu ainda amo vocês, eu amo tudo em vocês, incluindo suas feridas.

- Meu pai não era a pessoa mais fácil de se lidar.

- Todos vocês puxaram a personalidade dos pais de vocês.

- Você viu monstros, você viu o quão ruim podemos ser e mesmo assim está aqui. Por que, bonequinha?

- Quando nos casarmos, vocês vão entender porquê eu ainda estou aqui tentando amar vocês. Consegue esperar?

- Esperamos você durante quatro eternos anos, acho que consigo esperar mais alguns meses.

- Dias.

- Dias?

- Quero me casar essa semana.

- Gina, tem certeza? Não queremos que faça mais nada forçada.

- Eu quero, eu quero ver com meus próprios olhos se vocês realmente mudaram.

- Você realmente quer se casar conosco?

- Sim, eu quero.

- Então, primeiro vamos fazer da forma certa agora.

- Como assim?

- Espere amanhã e verá. Vá pra sua cama, amor.

- Posso dormir aqui com você?

- Claro.

𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂, 𝑺𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora