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O relâmpago que, num ímpeto apaixonado, mostra céu e terra e, antes que um homem tenha a capacidade de dizer 'Olha!', devora-nos os beiços da escuridão. Com essa rapidez, o que era brilhante alcança a ruína.William Shakespeare
Estava chovendo, o que trazia certo sentimentos de melancólia, o toque sutil da minha unha contra a mesa,fazia sons suaves a cada batida, a sala estava em silêncio, prestando atenção na aula do professor Aizawa. Fechei meus olhos ao sentir o cheiro da terra molhada misturado com o próprio cheiro da chuva.
Era uma sensação de paz, melhor ainda seria estar em casa nas cobertas, comendo chocolate ou um pote de sorvete vendo uma série qualquer.
— Preste atenção na aula — O professor Aizawa diz e em seguida ele se curvou um pouco — Você está bem? Tá passando mal? O que aconteceu filha?
Acabei sorrindo com suas perguntas de pai protetor e em seguida apenas balancei a cabeça.
— Nada, só olhando a chuva — sussurrei pra ele.
— qualquer coisa, avisa o papai. Eu dou um jeito e você vai pra casa.
Ele se afastou lentamente, olhando as outras mesas e por fim eu voltei a olhar a janela.
Sou a filha de Shota Aizawa com Blair Kameyo, um casamento de individualidades opostas. Minha mãe porta a individualidade do relâmpago e eu herdei tanto a individualidade dela, quanto a anulação do meu pai.
Além de ser "afilhada" do All Might, minha cabeça chega a doer com a proteção deles, principalmente meu pai.
[...]
— Ótimo, os dois pikachus tão juntos — Bakugou diz em seu tom raivoso, enquanto Denki e eu nos juntamos a eles para o almoço.
— Pikachu? — Perguntei
— Sim, a dupla dona da companhia elétrica — Ele brandou.
Denki e eu nos olhamos até entender a piada.
— Você não desiste né? — Denki suspirou.
Me sentei ao lado dele e dei uma risada sincera, nossas individualidades são a eletricidade, mas por conta do meu pai eu herdei algo a mais.
Estava me preparando para comer, quando Bakugou ergueu a mão e começou a esfregar minha cabeça.
— o que?
— Quero ver se sai raios se eu esfregar demais — ele disse
— porque não vai esfregar outra coisa? — rosnei.
— calma pikachu! Se ficar nervosa vai soltar relâmpagos por aí.
— Bakugou, deixa a Selena poxa — Kirishima sorriu
— Ele não desiste né? — Midoriya nos olhou com carinho — deixa ela Bakugou, depois você fica bravo porque ela te deu um choque.
— nem preciso, o cabelo dele já é espetado! — dei de ombros.
— É o que?
Ignorei Bakugou, e comecei a almoçar em silêncio. Poucas pessoas sabiam sobre minha relação com o professor Aizawa, justamente por que meu pai é extremamente protetor em alguns aspectos.
Endeavor tem uma estranha obsessão de me fazer casar com o Shoto, alegando que somos um casal interessante, enquanto meu pai acredita que eu ficaria linda ao lado do Midoriya.
Nem vou falar do meu padrinho, All might, pode ser estranho as vezes.
"Fique até com a árvore se você quiser, seria incrível ter uma afilhada tão linda, com uma árvore "
Eu vou ficar careca antes do tempo!
Bakugou continuou acariciando meu cabelo por um tempo, enquanto terminavamos de comer, a conversa se estendia entre eles, sobre assuntos diferentes e muito amplos. Kirishima e Denki em uma discussão amigável com o Bakugou.
Momo e Shoto em seu próprio mundo.
Uraraka conversando com Midoriya.
E a chuva continua caindo em sua total força.
O som dos pingos tocando o chão, o cheiro da terra, o frio que corta o ambiente. O dia está estranho, eu sinto isso. Na verdade todos os dias são estranhos, a mesma rotina, as mesmas pessoas, tudo se repete em um círculo sem fim, de repetições.
É como se tivesse faltando algo....ou alguém.
— Sel...— Denki me chamou, e eu o olhei
Sua mão estava saindo um pouco de eletricidade, acabei sorrindo e segurei sua mão, sentindo aquele choque percorrer meu corpo, me arrancando um sorriso.
— Isso sempre faz cócegas — Murmurei
— É muito bom — Denki gargalhou
No fim, talvez fosse apenas uma pequena e notória impressão de que havia algo errado, quando na verdade não havia nada errado.
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Eu fiz um pacto só pra fazer essa fic então se ela flopar eu desisto de viver.
