Capítulo 8

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Estou deitada em minha cama, os lençóis macios envolvendo meu corpo enquanto meus pensamentos vagam pelo teto acima.

Durante o jantar em grupo mais cedo, notei a ausência de Ian e Joe. De certa forma, foi um alívio não tê-los por perto, mas uma curiosidade persistente me intriga sobre o motivo de sua ausência.

Me pergunto se a atitude de Ian contra mim mais cedo resultou em alguma briga entre os dois. Imaginar a cena entre eles traz uma mistura de satisfação e preocupação. Não desejo ser o motivo de conflito entre os membros de nossa equipe, mesmo que isso signifique que Ian receba um pouco do seu próprio veneno. E ter mais um deles ao meu lado séria maravilhoso, não vou negar.

Recordo o olhar de aprovação de Max para as botas que estava usando, sinto uma sensação de contentamento se espalhar por mim. É reconfortante saber que ele notou e aprovou o presente que ele mesmo me deu.

E pensar na conversa descontraída entre Kasper e Dave mais cedo me faz sorrir. Não posso negar que eu adoraria ser o “recheio do sanduíche” deles, nunca estive com dois homens ao mesmo tempo, mas a ideia de ter o Kasper e o Dave é excitante.

Parece que, apesar das tensões e dos desafios, eles estão se tornando mais confortáveis perto de mim. Essa constatação traz uma sensação de pertencimento e aceitação que eu ansiava sentir desde que cheguei a esta fortaleza.

Meu coração dispara ao lembrar do fatídico encontro com Ian no corredor. A tensão palpável entre nós, os olhares carregados de desejo e desafio. Apesar de sua atitude rude e agressiva, há algo nele que me atrai de uma maneira irresistível.

Enquanto me pego revivendo aquele momento, sinto um calor familiar se espalhar pelo meu corpo. É uma mistura de medo e excitação, uma adrenalina que corre em minhas veias, fazendo-me ansiar por mais daquele contato proibido.

Antes que eu consiga raciocinar, minha mão serpenteia para dentro da minha calcinha, meu dedo quente deslizando delicadamente no meu clitóris inchado. Lembro de como ele me olhou antes de pressionar os lábios de forma grosseira contra os meus. minhas pernas começam a se abrir lentamente e um suspiro carregado de tensão corta no ar. Ian tem pegada, isso eu não posso negar, sua mão firme e tatuada esmagaram a minha bunda com tanta força que por um momento pensei que ele realmente me queria. Meu coração bate mais rápido enquanto afundo dois dedos dentro da minha boceta.

Eu sei que deveria afastar esses pensamentos, me concentrar nas circunstâncias perigosas que nos cercam. Mas, por algum motivo, a presença de Ian desperta algo dentro de mim que não posso ignorar. É como se ele representasse um desafio, uma tentação que eu não consigo resistir.

Solto um gemido baixo, sozinha em meu novo quarto enquanto me toco pensando nele, no arrogante vampiro que me capturou friamente, que tem me humilhado e me provocado, no vampiro que me beijou com raiva e me fez promessas sombrias sobre me foder com todo o ódio que existe dentro dele até que não sobre mais nada de mim.

Quando você enfiar os dedos em sua boceta pensando em mim essa noite, lembre-se que eu tenho nojo de você, venenosa.”

Meus pensamentos são interrompidos por uma onda de auto repreensão.
Como pude me deixar levar por alguém tão rude e egoísta como Ian? Ele não merece nem mesmo um segundo de minha consideração, muito menos esse tipo de excitação.

Eu me sinto envergonhada por permitir que esses sentimentos se manifestem, por me deixar seduzir pela escuridão que parece emanar dele, por ficar molhada e me tocar pensando nele. Ian é perigoso, um inimigo em potencial, e eu não posso me dar ao luxo de baixar minha guarda ao redor dele.

Respiro fundo, tentando afastar esses pensamentos indesejados. Preciso me manter focada, lembrar-me de quem sou e do que estou lutando. Ian pode ser tentador, mas não posso me permitir cair em suas artimanhas.

Eu odeio ele, não é?

Alguns passos no corredor me fazem ficar em alerta, meus sentidos aguçados prontos para reagir a qualquer ameaça. Ainda que estejamos dentro da fortaleza, sei que o perigo está sempre à espreita, especialmente dos concorrentes que não compartilham nossa aliança.

No entanto, meu coração se acalma quando reconheço o som do corvo. É apenas Max. Ele é um aliado, alguém em quem posso confiar dentro dessas paredes.

Ao ouvir a batida suave na porta, seco meus dedos molhados com minha excitação e me levanto da cama com cautela. Através da porta entreaberta, vejo Max parado no corredor, seu rosto sério e determinado. Respiro fundo, preparando-me para o que quer que ele tenha vindo me dizer.

Abro a porta e me aproximo, recebendo-o com um sorriso nervoso.

— Boa noite, Adeline! Espero que eu não tenha atrapalhado seu sono. — Ele começa, sua voz grave e firme, balanço a cabeça negativamente para demostrar que não atrapalhou meu sono. Eu estou mais acordada do que nunca.  — Tenho notícias para você.

Meus olhos se fixam nos dele, esperando ansiosamente pela informação que ele tem para compartilhar.

— Kasper e Dave conseguiram uma permissão para levá-la até o acolhimento juvenil, para que você possa se despedir de Aurora antes de partirmos para Gregiadar —  ele explica.

Gregiadar, uma das três ilhas enfeitiçadas, é o local onde ocorre o temido Desafio das Sombras.
Burneris, onde nos encontramos atualmente, é conhecida por sua atmosfera tensa e perigosa, mas é também o lar de muitos vampiros poderosos que se preparam para o desafio.

No entanto, há uma terceira ilha, Wesnorgolgia, que é considerada a mais precária das três. É lá que residem a maioria dos vampiros Extenuantes, aqueles sem poderes, que são vistos como os mais vulneráveis e marginalizados dentro da sociedade vampírica. Era para lá que eu pretendia fugir antes de ser capturada por Ian, em uma tentativa desesperada de escapar das provações que me aguardavam.

Uma enxurrada de emoções me domina enquanto absorvo suas palavras.

A chance de me despedir de Aurora é um alívio, mas também traz consigo uma profunda tristeza pela separação iminente.

— Obrigada, Max. Isso significa muito para mim — falo com a voz um pouco falha por causa da vontade de chorar.

Ele me lança um olhar solidário e coloca uma mão reconfortante em meu ombro.

— Aproveite seu tempo com ela amanhã.

Sinto um leve aperto no peito ao ouvir suas palavras de apoio. Apesar das incertezas que nos aguardam, sei que posso contar com Max, Dave e Kasper ao meu lado.

Max se despede com um aceno solene, seu olhar expressando confiança e determinação.

— Até logo, Adeline. Tenha uma boa noite de sono.

— Até logo, Max. Você também.

Assim que ele se afasta, retorno ao meu quarto, o coração pulsando de expectativa diante da possibilidade de encontrar minha irmã em breve. Cada passo que dou ressoa com um senso renovado de propósito e esperança, impulsionando-me em direção ao futuro incerto que me aguarda em Gregiadar.

Com cada respiração, sinto-me mais decidida do que nunca a enfrentar os desafios. Seja qual for o destino que nos aguarda, estou determinada a enfrentá-lo de cabeça erguida e com coragem, sabendo que cada obstáculo superado me aproxima um pouco mais da minha querida Aurora.

Desisti dos pontinhos

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Flor De Esqueleto - Harém Reverso - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora