ADELINE
Estou deitada na cama ao lado de Joe, enquanto os outros saem do quarto após a discussão acalorada. Posso sentir a tensão pairando no ar, e a atmosfera pesada parece se intensificar com a saída dos meus companheiros. Joe está ao meu lado, mas sua postura parece desconfortável, e uma expressão de dor obscurece seu rosto. Fico perplexa ao notar que ele está evitando olhar para mim, como se estivesse tentando esconder algo.
Sua hesitação me magoa profundamente, e uma onda de incerteza invade meu peito. Será que fiz algo para decepcioná-lo? Sinto-me angustiada com a possibilidade de tê-lo magoado de alguma forma, sem compreender o motivo por trás de sua mudança de comportamento.
Enquanto isso, na cama do outro lado do quarto, Ian está deitado com uma expressão carrancuda no rosto. Seus traços estão tensos, e sua postura denota irritação evidente. Ele parece despojado, mas seu semblante é marcado por uma aura de hostilidade que não passa despercebida.
Observo-o por um momento, tentando decifrar o motivo de sua raiva latente. Será que está frustrado com a situação em que nos encontramos? Ou talvez esteja incomodado com a atitude dos outros membros do grupo? A verdadeira razão por trás de sua irritação permanece um mistério para mim, mas não posso deixar de me sentir desconfortável com sua presença carregada de ressentimento.
Enquanto tento compreender as complexidades das emoções que permeiam o quarto, uma sensação de isolamento cresce dentro de mim. Sinto-me distante dos meus companheiros, envolta em um véu de incerteza e incompreensão. No entanto, uma determinação silenciosa toma forma em meu coração, impelindo-me a superar os desafios que se apresentam diante de nós.
Com um suspiro resignado, recosto-me na cama e fecho os olhos, buscando encontrar um refúgio temporário na paz do sono. Dormir é o que mais tenho feito ultimamente.
O som de batidas na porta nos tira do estado de sono temporário. Joe e eu trocamos olhares rápidos, ambos tensos com a interrupção inesperada. Levantamo-nos rapidamente da cama, prontos para enfrentar qualquer eventualidade que possa surgir.
Ian se adianta para atender à porta, sua expressão carrancuda denunciando sua irritação com a interrupção de seus pensamentos. Observo com curiosidade enquanto ele abre a porta, revelando uma mulher baixinha vestida com um uniforme preto impecável. Seus saltos altos ressoam no chão conforme ela se aproxima, e seu crachá com o nome "Alia" chama minha atenção.
— Boa noite — ela cumprimenta, sua voz firme e autoritária preenchendo o quarto — sou Alia, a mentora designada para supervisionar o grupo durante o Desafio das Sombras — ela diz para a gente.
Sinto-me intrigada com sua presença imponente, mas também um pouco intimidada pela aura de autoridade que ela irradia.
— Onde estão os outros, Ian? — Alia pergunta, seu olhar penetrante fixado em Ian.
Ian responde com um tom de desdém, indicando que os outros membros do grupo saíram do quarto. Sua postura é desafiadora, como se estivesse desafiando a autoridade de Alia com sua atitude ousada.
Ian sendo o Ian, não posso negar que amo isso nele.
Observo a troca de palavras com interesse, consciente da tensão palpável que preenche o ar. Parece haver uma certa animosidade da parte de Ian para com Alia, e não consigo deixar de me perguntar sobre a natureza de sua relação e o que isso significa.
Enquanto Alia faz suas perguntas diretas, não consigo deixar de notar a maneira como seus olhos se fixam em Ian, como se houvesse algo mais por trás de suas palavras polidas.
Embora ele pareça desinteressado nela, ela parece...
Um aperto de incerteza aperta meu peito quando percebo um lampejo de interesse nos olhos de Alia enquanto ela observa Ian.
Uma onda de ciúmes irrompe dentro de mim, surpreendendo-me com sua intensidade. É estranho sentir esse tipo de emoção por Ian, especialmente considerando nossas interações anteriores, mas não consigo negar a pontada de desconforto que se espalha em meu peito.
Engulo em seco, tentando ignorar o nó de ansiedade que se forma em minha garganta. Por que estou reagindo assim? Ian está claramente rejeitando-a, e a Alia é claramente uma figura de autoridade aqui. Mas ainda assim, a ideia de que ela possa estar interessada nele mexe comigo de uma maneira que não consigo explicar.
Respiro fundo, tentando afastar esses pensamentos indesejados.
Mas meus pensamentos são como tempestades furiosas, agitados e tumultuados, enquanto observo Ian e Alia trocarem palavras. Uma sensação possessiva toma conta de mim, fazendo-me sentir como se Ian fosse meu, e apenas meu. Não tenho o direito de pensar assim, eu sei, mas é como se uma força primal estivesse me impelindo a reivindicá-lo como meu próprio.
Cada olhar trocado entre eles parece uma faca afiada perfurando meu coração, inflamando ainda mais minha sensação de possessão. E o pensamento de que outra pessoa possa tentar conquistá-lo me enche de uma fúria irracional e intensa.
É como se algo dentro de mim estivesse gritando para proteger o que é meu, para garantir que ninguém mais possa ter um lugar em sua vida além de mim. E embora eu saiba que esses sentimentos são irracionais e egoístas, não consigo silenciar a voz interior que insiste que Ian me pertence, e mais ninguém.
Cada fibra do meu ser clama por ele, deseja-o com uma intensidade avassaladora que ameaça consumir-me por completo. E enquanto tento lutar contra esses pensamentos possessivos, uma parte de mim se entrega à doce ilusão de que Ian é meu e apenas meu, agora e para sempre.
De repente, sinto uma mão pousar em meu ombro e uma voz familiar sussurrar ao meu ouvido. Só nesse momento percebo que estou tremendo de raiva.
— Relaxa, Adeline. Não vale a pena se preocupar com essa vadia — Joe murmura.
Não sei o porquê ele a chamou de vadia, mas ofensas vindo de Ian ou Joe não me surpreendem muito.
— Eu sei — respondo em um sussurro, forçando-me a relaxar sob seu toque — é só que... Não consigo evitar, sabe? É como se algo dentro de mim estivesse gritando para proteger o que é meu.
Ele solta um suspiro suave, compreendendo minha luta interior.
— Eu entendo, Adeline. É o efeito do feitiço. Mas você não precisa se preocupar.
Não me sinto totalmente tranquila, mesmo depois disso. Joe é o melhor amigo do Ian, com certeza se ele diz que não preciso me preocupar com a Alia, é porque não preciso, mas por que não me sinto convencida?
Joe me puxa delicadamente para um canto mais isolado do quarto, onde podemos conversar sem sermos ouvidos. Seus olhos azuis encontram os meus.
— Vou te contar algo sobre Alia e Ian — ele começa, sua voz baixa e carregada de seriedade.
Franzo o cenho, curiosa para saber o que ele tem a dizer.
— O que é? — pergunto, mantendo minha voz num sussurro também.
Ele suspira, como se estivesse relutante em compartilhar essa informação comigo.
— No teste passado, Alia e Ian estavam na mesma equipe. Ian confiava nela completamente, mas Alia acabou o traindo.
Meus olhos se arregalam de surpresa.
— Como assim? O que ela fez?
Joe balança a cabeça, sua expressão sombria.
— Ela sabotou a equipe inteira. Fez com que Ian perdesse a força durante o teste, o que acabou prejudicando toda a equipe. Ele ficou tão furioso e desapontado que saiu do teste antes do final. Ele teria vencido e hoje seria um Dominante.
Meu coração se aperta ao ouvir isso.
— Isso é terrível — murmuro, sentindo uma mistura de compaixão e indignação — ele gostava dela? Tipo, sentimentalmente?
Joe dá de ombros.
— O Ian nunca gostou de nenhuma garota sentimentalmente.
— E como você tem certeza?
— Leio mentes.
— E de mim? Ele gosta de mim? Eu sei que a gente brigava muito antes, mas... será que ele... ah, esquece... se ele não gostava, agora vai gostar, porque eu vou fazer de tudo para entrar no coração dele — digo e encaro Joe — e no seu também.
Joe deixa uma fração de sorriso aparecer no canto dos lábios.
— Quem sabe um dia você consiga, coisinha feia. — Joe brinca, e acho que essa é a primeira vez que ele fala com humor comigo.
🩵
Depois de chegar em Gregiadar fomos hospedados no Nexus Shadow Dome, onde acontece o Desafio das Sombras.
Nexus Shadow Dome é uma estrutura colossal e imponente, erguendo-se majestosamente em meio a uma paisagem de contrastes sombrios e luminosos. Sua fachada externa é uma mistura de metal polido e vidro escuro, refletindo o céu noturno estrelado em seus painéis reluzentes. À medida que nos aproximamos, somos recebidos por portões imponentes que se abrem para revelar um vasto complexo interno.
Ao entrar, é como se adentrássemos em um mundo à parte, uma fusão entre tecnologia avançada e uma estética futurista. Corredores amplos e iluminados por uma luz suave conduzem os ocupantes através do domo, enquanto telas holográficas exibem informações sobre o Desafio das Sombras e atualizações sobre os competidores.
Os dormitórios são distribuídos em alas designadas. Cada quarto é equipado com beliches, móveis para uso pessoal e sistemas de iluminação personalizáveis. As janelas panorâmicas oferecem vistas deslumbrantes do ambiente circundante, enquanto as paredes revestidas com material isolante garantem tranquilidade e privacidade aos residentes.
A ala médica, situada estrategicamente próxima aos dormitórios, é um centro de excelência em cuidados de saúde. Equipada com tecnologia de ponta e uma equipe médica altamente qualificada, oferece tratamento imediato para lesões e enfermidades.
A praça de alimentação é um verdadeiro festival gastronômico, com uma variedade de opções culinárias que atendem a todos os paladares. Dos sabores exóticos da culinária internacional às delícias reconfortantes da comida caseira, há algo para todos os gostos. As mesas espaçosas e confortáveis proporcionam um ambiente acolhedor para os competidores compartilharem refeições e interagirem entre si.
Além disso, o Nexus Shadow Dome oferece diversas áreas de lazer e entretenimento para os competidores relaxarem e recarregarem as energias. Desde salas de jogos equipadas com consoles de última geração até espaços ao ar livre para atividades físicas e recreativas, há sempre algo interessante para fazer durante o tempo livre.
O Nexus Shadow Dome é muito mais do que apenas uma base para os competidores do Desafio das Sombras; é um verdadeiro refúgio futurista que combina conforto, tecnologia e aventura em um único local impressionante. É uma demonstração de como o mundo dos Dominantes funciona, o luxo, a qualidade de vida e o conforto.
Já são quase nove da noite, meus garotos já voltaram para o quarto.
Enquanto todos estão se trocando, meu olhar percorre cada um deles, observando-os com um tesão que mal consigo controlar. Eles estão vestindo uniformes de batalha, e cada um deles parece ainda mais impressionante do que antes. Meus olhos passeiam por seus corpos esculpidos, absorvendo cada detalhe, e sinto meu coração acelerar com a intensidade do meu desejo.
Alia entra no quarto com sua habitual postura elegante, e meu coração dá um salto ao vê-la. Ela parece tão confiante e poderosa que me enche de raiva.
— Boa noite, equipe, finalmente encontrei todos reunidos — ela cumprimenta, sua voz ecoando com autoridade — o Rei Magnus fará um breve discurso antes do primeiro teste. Todos devem estar prontos e presentes na arena em quinze minutos.
Eles respondem com um aceno de cabeça, expressando sua prontidão para o evento iminente. Mas meus pensamentos estão turvos, minha mente ainda girando com a visão dos vampiros ao meu redor. Há um pequeno sorriso crescendo em meus lábios enquanto observo o quão gostosos eles ficam nesses uniformes táticos.
— Está tudo bem, Adeline? — Max pergunta, seu olhar perscrutador encontrando o meu.
Engulo em seco, forçando-me a desviar o olhar.
— Sim, estou bem — respondo rapidamente, lutando para manter a compostura diante da pulsação frenética da minha boceta.
Eu pareço uma cachorra no cio e isso é vergonhoso.
Max parece prestes a dizer algo mais, mas Alia interrompe com um gesto imperioso.
— Não há tempo a perder — ela diz, sua voz firme — todos devem se apressar e se preparar para o discurso do Rei. Por que você ainda não começou a se trocar, Kyston?
Enquanto Alia dá suas ordens com sua típica autoridade, sinto minha raiva borbulhar sob a superfície. Ela tem esse jeito irritante de falar, como se estivesse acima de todos nós, como se fosse dona do mundo. E, mesmo que eu tenha uma vontade quase incontrolável de responder à altura, sei que não posso. Não quando ela é a autoridade aqui, e qualquer desafio da minha parte só resultaria em problemas.
Respiro fundo, tentando controlar minha impulsividade, mas é difícil não imaginar um mundo onde eu pudesse colocar Alia em seu devido lugar. Me imagino pegando seus cabelos perfeitamente arrumados e os puxando com força, vendo-a implorar por misericórdia. Mas, claro, isso seria apenas um sonho distante. Alia é uma Dominante, e eu não tenho ilusões sobre o que aconteceria se eu tentasse algo do tipo. Ela me transformaria em pó num piscar de olhos.
Com um suspiro resignado, engulo minha raiva e decido seguir em frente. Não vale a pena o risco de desafiar Alia, especialmente quando estamos prestes a enfrentar os testes. Mas isso não impede minha mente de se divertir com a ideia de como seria satisfatório vê-la levando uma bela lição. Quem sabe um dia, quando eu for mais forte, talvez eu possa fazer isso acontecer. Mas, por enquanto, vou guardar esses pensamentos maliciosos como uma pequena fonte de conforto em meio à tirania de Alia.
Enquanto tiro minha roupa, sinto os olhares intensos deles sobre mim, e um sorriso travesso surge em meus lábios. Eu sei que deveria ficar envergonhada ou desconfortável, mas, para ser sincera, adoro a atenção deles.
— Parece que meus fãs não conseguem tirar os olhos de mim — digo, deixando escapar uma risada maliciosa — que tal tirar fotos para mais tarde, humm? Eu deixo.
Alia lançou um olhar cortante na minha direção, repreendendo-me pelo meu comportamento impróprio.
— Srta. Kyston, você precisa se lembrar de que está aqui para se preparar, não para flertar com os membros da equipe — ela disse, sua voz carregada de desaprovação.
Antes que eu pudesse responder, me surpreendo com Ian intervindo, seu tom carregado de sarcasmo e ironia.
— Ah, Alia... Acho que você está apenas se sentindo ameaçada pela beleza da Adeline. Não é culpa dela se ela é muito mais gostosa do que você jamais será — ele disse, com um sorriso travesso nos lábios.
Um sorriso satisfeito se espalhou pelo meu rosto enquanto observava Alia, cuja expressão se contorceu em uma mistura de surpresa e indignação.
O Ian acabou de me elogiar?
Ai caralho, essa é a sensação de pisar no paraíso?
Ah, como era bom ter um aliado contra Alia, mesmo que fosse apenas por um momento.
Acho que o Joe tem razão. Não preciso me preocupar com a Alia.
Termino de me vestir, ainda sentindo os olhares sobre mim e quando já estou pronta, dou uma breve conferida no espelho, estou bonita no macacão tático, ele valoriza minha cintura fina e marca bem a minha bunda, além do mais, a bota que o Max me presenteou deixa meu look ainda mais charmoso. Não posso deixar de pensar que eles estão me admirando dentro do uniforme de combate da mesma forma como os admirei há poucos minutos, e isso faz um sorrisinho satisfeito brotar em meus lábios.
Enquanto acompanhávamos Alia pelos corredores, meu olhar cruzou com o de Ian, e um sorriso cúmplice passou entre nós. Aquilo fez as borboletas começarem um verdadeiro carnaval no meu estômago. Era estranho como as coisas mudaram entre nós de repente. Antes, ele era apenas o irritante e sarcástico Ian, mas agora, há algo mais, algo que eu não conseguia explicar completamente.
Mas então, meus pensamentos se voltaram para Joe. Ele estava se fechando novamente, evitando o contato visual comigo. Eu me sentia compelida a mudar isso, a trazer de volta aquele Joe com quem eu tinha compartilhado um momento vulnerável. Eu queria que ele soubesse que eu ainda o queria e faria de tudo para tê-lo, mesmo quando as coisas pareciam estar desmoronando ao nosso redor.
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Flor De Esqueleto - Harém Reverso - livro 1 (CONCLUÍDO)
Romance🪙 1° erótico | 25/09/2024 Em "FLOR DE ESQUELETO", somos transportados para um mundo sombrio, onde a humanidade enfrenta sua maior ameaça: uma escuridão implacável que consome tudo em seu caminho. Neste cenário desolador, os vampiros emergem como a...