Capitulo 12

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Ao despertar, percebo que estou sozinha no quarto, o que significa que Max já deve ter saído antes mesmo de eu acordar. Isso não me surpreende; sei que ele é uma pessoa ocupada e tem muitos assuntos para resolver. Além do mais, ele só deve ter dormido na mesma cama que eu porque estava muito cansado e não quis atravessar toda a fortaleza para chegar em seu quarto.

Não sei se é apenas devaneio da minha mente, mas acho que eu confessei que o acho gostoso, e acho que ele disse que sou gostosa também. Coro no mesmo instante, espero que seja apenas coisa da minha cabeça e que isso não tenha acontecido mesmo. Não posso dar razão para os insultos do Ian e do Joe. 

Levanto-me da cama com um bocejo e estico os braços, tentando afastar os últimos resquícios do sono.

Enquanto me arrumo para ir tomar café, percebo um murmúrio estranho ecoando pelos corredores. À medida que me aproximo da área comum, os cochichos se tornam mais audíveis, e sinto o peso de seus olhares e palavras pairando sobre mim.

Os vampiros ao meu redor trocam olhares furtivos e sussurram entre si, suas vozes carregadas de malícia e julgamento. Alguns até mesmo arriscam lançar olhares de desdém na minha direção, como se estivessem discutindo algo que não me inclui diretamente, mas que certamente se refere a mim.

Esses cochichos me deixam desconfortável, mas decido não dar atenção a eles. Sei que algumas pessoas não conseguem resistir à tentação de fofocar e especular, e não pretendo me deixar abalar por suas palavras venenosas. Em vez disso, mantenho a cabeça erguida e continuo meu caminho em direção ao café, determinada a não deixar que os cochichos alheios interfiram no meu dia. Posso imaginar sobre o que eles estão falando, alguém deve ter visto o Max saindo do meu quarto hoje cedo. Mas eu sei que não rolou nada, e é isso que importa. O que essas pessoas pensam sobre mim não vai mudar nada em minha vida.

Ao adentrar o refeitório, me deparo com todos os vampiros da minha equipe reunidos em uma mesa. Alguns deles me recebem com sorrisos e gestos amigáveis, enquanto outros mal disfarçam o desprezo em seus olhares. Decido ignorar as expressões hostis e me sento com o grupo, determinada a não permitir que o desconforto me abale.

Me sinto um pouco tímida sob o olhar do Max, mas ele não parece disposto a me constranger e age normalmente comigo.
Enquanto me sirvo no café da manhã, tento manter uma postura calma e concentrada, apesar da tensão que paira sobre a mesa. Enquanto como, ouço as conversas ao meu redor, tentando me integrar ao grupo da melhor maneira possível.

Max, sentado em minha frente, faz uma observação casual.

— Adeline, você conseguiu analisar todos aqueles planos de defesa que discutimos ontem à noite? Eu deixei algumas anotações em sua mesa. Você conferiu?

Assinto, engolindo um pedaço de pão antes de responder.

— Sim, dei uma olhada neles esta manhã. Aquelas áreas foram aprimoradas.

Dave, do outro lado da mesa, parece interessado na conversa.

— Ótimo. Você é uma ótima conselheira tática, bonequinha.

Sorrio para ele e pisco o meu olho azul.
A conversa continua, e aos poucos, sinto a tensão diminuir enquanto discutimos estratégias e ideias para fortalecer nossa defesa.

Max interrompe a conversa com uma notícia importante.

— Pessoal, preciso avisar a todos que Klaus convocou uma reunião para logo após o café da manhã. Ele quer discutir os detalhes sobre a viagem para Gregiadar. Parece que há um desenvolvimento importante relacionado ao Desafio das Sombras. Klaus quer nos informar pessoalmente.
Ouvir o nome do Klaus causa arrepio em minha espinha.

Dave assente, parecendo sério.

— Então é melhor nos prepararmos. Não podemos nos atrasar para a reunião.

À medida que a conversa sobre a reunião avançava, uma tensão crescente começou a se acumular dentro de mim. Cada palavra sobre o Desafio das Sombras me deixava mais nervosa, e percebi que minha fome estava desaparecendo aos poucos. Engoli em seco, tentando afastar a ansiedade que se instalava em meu peito.

Enquanto ouvia os outros discutindo sobre os preparativos, minhas mãos começaram a tremer levemente. O pensamento de enfrentar o Desafio das Sombras estava se tornando cada vez mais real, e a perspectiva era assustadora. Eu queria estar pronta, mas a incerteza do que estava por vir estava me consumindo.

Com um suspiro, empurrei meu prato quase intocado para o lado. Minha mente estava em outro lugar.

O salão estava repleto de vampiros, todos se movendo em direção ao centro onde Klaus os aguardava. A atmosfera era carregada de tensão e ansiedade, como se o próprio ar estivesse impregnado com o medo que cada um de nós sentia. Eu me via cercada por rostos familiares, mas a sensação de solidão e angústia persistia, mesmo com meus colegas de equipe ao meu lado.
Enquanto avançávamos pela multidão, o coração batia descompassado dentro do meu peito. O salão parecia se esticar até o infinito, as sombras dançando nas paredes como se fossem vivas. O ar estava pesado e úmido, como se estivéssemos atravessando um pesadelo.

Ian e Joe estavam juntos à minha frente, mas ignoravam minha presença, como se eu não fosse mais parte da equipe. Era uma sensação estranha e desconcertante, especialmente considerando o que havia acontecido entre nós recentemente, eu deveria estar feliz por estar sendo ignorada por esses babacas, não é? Então por que me sinto tão angustiada?

Cada passo que dávamos parecia nos levar mais fundo na escuridão, e eu me agarrava à esperança de que a reunião não traria mais más notícias. Mas, no fundo, eu sabia que o medo e a incerteza ainda estavam à espreita, prontos para nos engolir a qualquer momento.

O salão se estendia diante de nós como uma catedral de escuridão e mistério. As paredes de pedra escura se erguiam até o teto abobadado, adornadas com entalhes intrincados. Velas bruxuleantes lançavam sombras dançantes pelos corredores, criando uma atmosfera ainda mais sinistra.

No centro do salão, em um trono alto e imponente, estava Klaus. Sua figura envolta em um manto escuro que parecia absorver a luz ao seu redor. Seus olhos, profundos como abismos, varriam a multidão com autoridade e poder inquestionáveis. Cada movimento dele irradiava uma presença dominante, e o silêncio que caía sobre o salão quando ele falava era ensurdecedor.

O trono de Klaus estava situado em uma plataforma elevada, cercada por degraus de pedra esculpidos com símbolos antigos e runas misteriosas. Ao redor do trono, estandartes negros tremulavam suavemente, como se estivessem vivos, testemunhas silenciosas do poder do líder.

O salão ecoava com o som de nossos passos, reverberando pelas paredes de pedra como um lembrete constante de minha insignificância diante do poder de Klaus. Era um lugar de grandeza sombria e majestosa, onde o destino de todos nós seria selado com uma simples palavra de seu líder.

Com sua voz ressoando pelo salão como um trovão distante, Klaus se ergueu de seu trono, seu olhar penetrante varrendo a multidão reunida diante dele. Segurando um microfone com uma postura imponente, ele falou com uma autoridade que ecoava através de cada palavra.

— Vampiros de todas as equipes, ouçam-me agora! — Sua voz era firme e inquestionável, com um tom que comandava respeito instantâneo. — Chegou o momento de nossa próxima jornada. Como protagonistas do Desafio das Sombras, vocês enfrentarão desafios que testarão não apenas sua força, mas também sua inteligência, astúcia e determinação.

Os olhares dos vampiros se fixaram nele, cada um capturado pela presença imponente de Klaus. Ele continuou, sua voz ecoando pelo salão com uma autoridade inabalável.

— Agora, cada grupo será enviado para Gregiadar, onde serão submetidos a testes rigorosos que determinarão sua adequação para os desafios que aguardam. Todos serão transportados de helicóptero ainda hoje, e devem estar prontos para partir imediatamente.

Suas palavras foram recebidas com um murmúrio de excitação e apreensão, cada vampiro absorvendo a gravidade do que estava por vir. Klaus permaneceu impassível, seu olhar penetrante transmitindo a seriedade da situação.

— Preparem-se, meus leais Preponderantes — ele declarou, sua voz ecoando com uma aura de determinação e poder — o Desafio das Sombras aguarda, e apenas os mais fortes sobreviverão.

Flor De Esqueleto - Harém Reverso - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora