Capítulo 2

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Sento-me em um canto escuro da cela, meus olhos fitam o vazio enquanto enfrento mais um dia de solidão e angústia.

Três dias se passaram desde que fui capturada, três dias de confinamento.
A comida é trazida uma vez por dia, uma refeição insípida e sem graça que mal consegue saciar minha fome.

O homem que me entrega evita meu olhar, suas mãos trêmulas enquanto ele coloca a bandeja em cima da minha cama.  Não há palavras trocadas, apenas um silêncio pesado que paira entre nós como uma névoa densa.

Se ao menos eu tivesse nascido com poderes melhores.

Poderes que pudessem me permitir enfrentar meus inimigos com mais do que simples palavras e gestos inúteis.
A ideia de ter nascido com habilidades mais poderosas, como a capacidade de explodir cabeças com um simples pensamento, surge em minha mente.

Imagino a sensação de poder pulsando em minhas veias, a adrenalina correndo através do meu corpo enquanto enfrento meus adversários com uma ferocidade implacável.

Se eu pudesse simplesmente olhar nos olhos daqueles que me prenderam e fazê-los pagar por seu atrevimento. Se eu pudesse mostrar-lhes o verdadeiro poder que eu possuo, em vez de ser apenas uma prisioneira impotente em minha própria cela.

Mas, mesmo enquanto esses pensamentos tumultuam em minha mente, sei que a realidade é muito diferente.

Sou apenas uma vampira fraca, sem poderes extraordinários, e isso me deixa vulnerável diante dos inimigos que agora me cercam.

Aurora...

Minha irmãzinha está sozinha, vulnerável e indefesa. Isso me deixa completamente angustiada. Não sei se ela já comeu, se já tomou banho, se já dormiu. Não sei se ela continua em casa me esperando ou se já começou a me procurar com os olhos cheios de lágrimas.

Fecho os olhos com força, reprimindo a onda de emoções turbulentas que ameaça engolfar-me, e me obriga a enfrentar a dura realidade da minha situação.

Ouço o trincolejar da porta de ferro e fico em alerta. Me levanto lentamente do chão duro da cela, minha cabeça latejando. Os raios de luz pálida que penetram pelas pequenas janelas da cela parecem insípidos e desbotados, como se refletissem a escuridão que ainda paira sobre mim.

Antes que eu possa reunir meus pensamentos, a porta de ferro da cela se abre, anunciando a chegada de visitantes indesejados.

Meu coração acelera com uma mistura de apreensão e cautela quando vejo um dos líderes do Desafio das Sombras entrar na cela, acompanhado por um Ceifador silencioso. Me sinto exposta e vulnerável diante dos olhos penetrantes do vampiro poderoso, minha pele arrepiando-se com a sensação de ser examinada como uma mercadoria em um mercado doentio.

— Aproxime-se, Preponderante! — ordena o líder do teste com uma voz autoritária, sua expressão dura e implacável — é hora de você me mostrar seu misterioso poder.

Com um suspiro resignado, me aproximo.

O Ceifador estende a mão com uma pilha de roupas dobradas e me entrega.

— Vista-se! — o Ceifador ordena.

Sinto os olhares dos vampiros sobre mim enquanto me dirijo para um canto escuro da cela para me trocar, minha mente girando com a indignidade da situação.

Enquanto me dispo, sinto os olhos do líder do teste fixados em uma marca de nascença na minha cintura, uma marca que sempre considerei apenas uma peculiaridade da minha própria pele. No entanto, à medida que o vampiro poderoso observa a marca com uma intensidade estranha, sinto uma sensação de desconforto se enraizar em minhas entranhas, como se ele soubesse algo que eu não sei.

Flor De Esqueleto - Harém Reverso - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora