Capítulo 34

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Kasper


O campo de batalha se estende diante de mim como um cenário de pesadelo, uma paisagem distorcida pela carnificina e pelo caos. Explosões iluminam o céu noturno, lançando sombras dançantes sobre os destroços que se espalham pelo chão. O ar está impregnado com o cheiro de sangue e fumaça, uma mistura nauseante que se agarra às minhas narinas enquanto avanço através do campo de batalha.

Mas apesar do horror que me rodeia, estou imune aos perigos que ameaçam os outros. Um campo de força invisível me envolve, desviando os golpes e protegendo-me de qualquer dano que possa surgir em meu caminho. É como se eu estivesse em uma bolha de segurança, isolado do tumulto violento que se desenrola ao meu redor.
Eu avanço ferozmente através da carnificina, meus olhos varrendo a multidão em busca de qualquer sinal da Adeline. Seu rosto ecoa em minha mente, sua ausência pesando como uma âncora em meu coração. Eu sei que não posso falhar em encontrá-la, não quando sua vida está em perigo.

Enquanto avanço, testemunho os outros membros da equipe em ação. Vejo Dave em meio à batalha, seus clones se multiplicando enquanto ele massacra vampiros com uma ferocidade implacável. Seu poder de super força é uma coisa a ser temida, e ele se move através dos inimigos como um tornado de destruição.
Max está em outro canto do campo de batalha, usando suas habilidades de luta e comando mental para controlar os vampiros ao seu redor. Seus movimentos são precisos, sua presença comandando respeito e obediência daqueles que ele domina.

Enquanto observo meus companheiros em ação, sinto um aperto de desespero se apoderar do meu coração. Cada segundo que passa sem encontrar Adeline é uma eternidade de angústia, uma sensação de impotência que ameaça me sufocar.

Meus olhos varrem freneticamente o campo de batalha, procurando desesperadamente por qualquer sinal de Adeline. É então que meu olhar é atraído para cima, para os destroços de um dos prédios demolidos, onde vejo Ian, com estratégia implacável, observando fixamente um beco distante.
Nossos olhares se encontram por um instante, e um lampejo de entendimento passa entre nós. Ele aponta para o beco com urgência, seus gestos transmitindo uma mensagem clara: Adeline está lá.
Sem hesitar, eu me viro e começo a correr na direção do beco, meu coração martelando em meu peito com uma intensidade avassaladora. Cada passo me aproxima mais do meu objetivo, cada segundo que passa alimenta minha esperança de encontrar Adeline viva e a salvo.

Enquanto me aproximo do beco, vejo Joe entrar em uma luta corporal com um vampiro, sua habilidade de prever cada movimento do inimigo dando-lhe uma vantagem decisiva. Ele mata o vampiro com uma eficiência brutal, mas eu mal dou atenção ao combate, meu foco está totalmente voltado para o beco onde Ian indicou.

Eu me lanço no beco escuro, minha respiração acelerada ecoando em meus ouvidos enquanto avanço em busca de Adeline. A tensão no ar é palpável, e meu coração martela em meu peito com uma intensidade selvagem, alimentado pela ansiedade e pelo medo.
E então, finalmente, eu a vejo. Adeline está lá, parada no centro do beco, com a vampira Metamorfo avançando contra ela com uma ferocidade predatória. Um rugido de raiva escapa de meus lábios quando percebo o perigo iminente que ela enfrenta, e eu me lanço para frente, determinado a protegê-la a qualquer custo.

A vampira Metamorfo recua ao me ver, seus olhos encontrando os meus em um momento de reconhecimento mútuo. Eu vejo o ódio e a repugnância brilhando em seus olhos, uma expressão que reflete minha própria fúria contra ela.
Com um rosnado baixo, a vampira se transforma diante dos meus olhos, sua forma humana dando lugar a uma pantera negra e musculosa. Ela rosna em desafio, mas em vez de avançar contra nós, ela se vira e foge covardemente, desaparecendo nas sombras como uma sombra fugaz.
O alívio inunda meu ser quando percebo que Adeline está a salvo. Eu me aproximo dela com passos rápidos, meu coração ainda martelando em meu peito, mas agora com uma sensação de alívio fervendo em minhas veias. Ela se vira para mim, seus olhos brilhando com gratidão e alívio, e então, sem hesitar, ela se lança em meus braços em um abraço apertado.

Neste momento, todas as preocupações e medos desaparecem, substituídos apenas pela sensação reconfortante de tê-la segura em meus braços. Eu seguro Adeline com força, prometendo a mim mesmo que nunca mais a deixarei enfrentar o perigo sozinha.




Ian


Eu me encontro em cima dos destroços dos prédios danificados, olhando para baixo para o campo de batalha caótico que se estende diante de mim. Os escombros e destroços formam uma paisagem desoladora, enquanto o céu noturno está manchado com o brilho distante das explosões e incêndios.
Percebi rapidamente que estar nas alturas me daria uma visão privilegiada da situação. Quando vi que havíamos sido separados durante a simulação, soube que seria mais fácil localizar Adeline a partir de cima. Por isso, subi nos destroços, usando minha agilidade para escalar os prédios em ruínas.
De meu ponto de vantagem, observo o desenrolar dos eventos abaixo. Adeline estava cercada pela a pulguenta, eu já estava me preparando para descer e mata-la, mas Kasper já estava lá embaixo e seria muito mais rápido se ele fosse até ela.

Vejo Kasper resgatando Adeline do perigo iminente, um suspiro de alívio escapando de meus lábios quando percebo que ela está a salvo.
Mas meu alívio é curto, pois logo me vejo cercado por cinco vampiros, seus olhares famintos de sangue fixados em mim. Com um sorriso cruel, eu os enfrento sem medo.
Os vampiros avançam em mim com fúria incontrolável, mas eu estou pronto para eles. Com movimentos rápidos e precisos, eu uso os destroços ao meu redor como armas improvisadas, arremessando pedaços de concreto e metal com uma destreza mortal.
Um a um, os vampiros caem diante de mim, suas formas retorcidas e quebradas pelo poder que eu invoco. Eu os observo com um prazer sádico, afinal, eu gosto disso, gosto de machucar meus inimigos.  Cada golpe que desfiro é uma expressão de minha fúria e poder, uma confirmação de minha supremacia sobre meus inimigos.

Quando finalmente o último vampiro cai aos meus pés, eu olho para baixo para o campo de batalha, minha respiração pesada com o esforço da luta. Eu me permito um momento de triunfo, saboreando a sensação da vitória enquanto observo meus inimigos derrotados espalhados ao meu redor.
Com os destroços dos prédios ainda rangendo sob meus pés, eu desço do topo com a destreza de um predador, utilizando cada elemento a meu favor. Cada passo é calculado, cada movimento cuidadosamente planejado para garantir minha segurança enquanto desço até o chão.

Assim que meus pés tocam o solo, minha mente está instantaneamente focada em encontrar a vampira Metamorfo que ameaçou Adeline. Irei matá-la, essa garota já provou que está marcando a Adeline e eu ficarei satisfeito em acabar com a ameaça.  Mas antes que eu possa agir, Joe se aproxima, seu rosto tenso com preocupação.

— O Grupo 02 está se aproveitando da nossa separação — ele me informa rapidamente — eles estão tentando atacar. Precisamos juntar a equipe.

Eu assinto e nós dois nos dirigimos rapidamente na direção de onde vimos pela última vez Max, Dave, Kasper e Adeline. Cada segundo é precioso, e o peso da responsabilidade pesa em meus ombros.

Enquanto nos aproximamos, minha mente está afiada como uma faca, cada sentido alerta para qualquer sinal de perigo. Nossos passos ecoam no chão destruído e então, finalmente, avistamos nossos companheiros à distância.


Max


Depois de receber o aviso de Ian sobre o ataque iminente do Grupo 02, minha mente se concentra rapidamente em formular um plano de ação.
Quando finalmente nos reunimos em um ponto de encontro, meu alívio é palpável ao ver Adeline segura nos braços de Kasper. Fico feliz em saber que ela está bem, mas me forço a manter a compostura enquanto passo as ordens para o grupo.

— Escutem todos. — Começo, minha voz firme e autoritária ecoando pelo grupo. — O Joe me informou que o Grupo 02 está planejando um ataque. Eles esperam nos pegar desprevenidos enquanto estamos separados. Mas não vamos dar a eles essa oportunidade.

Meus olhos escaneiam o rosto de cada membro da equipe, certificando-me de que todos estão prestando atenção.

— Dave, quero que você mantenha sua vigilância alta. Seus clones serão nossos olhos extras no campo de batalha. Kasper, proteja Adeline a todo custo. Não deixe que nada a ameace.

Kasper assente, beijando topo da cabeça dela.
Olho para Joe e Ian, reconhecendo sua importância crucial na batalha que se aproxima.

— Joe, Ian, vocês estarão na linha de frente conosco. Sua força e habilidades serão fundamentais para mantermos o Grupo 02 à distância.

Por fim, meu olhar se volta para Adeline, uma expressão de determinação firme em meu rosto.

— E Adeline — digo suavemente —, querida, confio em você para permanecer vigilante e alerta. Sua imunidade mental pode ser uma vantagem nesta batalha.

Ela pisca algumas vezes e balança a cabeça concordando.



Adeline

Sinto a presença reconfortante de Kasper ao meu lado enquanto observamos atentamente os destroços ao nosso redor. Uma sensação de alerta se espalha pelo ar quando percebo uma movimentação suspeita atrás dos escombros. Com um gesto discreto, eu chamo a atenção de Max, que rapidamente percebe o perigo iminente.

Nossos olhos se encontram por um breve instante, uma comunicação silenciosa passando entre nós. E então, sem aviso, mais de trinta Preponderantes emergem dos destroços, suas formas sinistras avançando em nossa direção com uma determinação feroz.

O campo de batalha ao nosso redor é um emaranhado de destroços e ruínas, proporcionando tanto cobertura quanto obstáculos para nossa defesa. Escombros queimados e metal retorcido criam uma paisagem surreal, enquanto o céu noturno está manchado com o brilho distante das explosões e incêndios.
O choque do confronto iminente ecoa no ar, uma sensação elétrica que percorre minha espinha enquanto me preparo para o embate que se aproxima.
Com um grito de guerra, os Preponderantes avançam sobre nós, seus olhos cheios de fúria e desejo de destruição.

Ao meu lado, Kasper assume uma postura defensiva, pronto para proteger-me com sua própria vida. Ao longe, vejo Max liderando nossa equipe com uma determinação feroz, seus poderes de comando mental sendo empregados para manter os inimigos à distância.

Dave se destaca entre os combatentes, seus clones poderosos assumindo formas sombrias que se contorcem e dançam na escuridão. Com uma força avassaladora, ele quebra ossos e deforma seus inimigos, deixando um rastro de destruição por onde passa. Sua brutalidade é assustadora, uma manifestação sombria de seu poder.
Ao seu lado, Ian é uma figura sinistra, sua crueldade tão evidente quanto sua força implacável. Com um sorriso sádico, ele esmaga vampiros com os próprios destroços ao seu redor, arrastando-os e arremessando-os longe com uma força sobrenatural. Sua selvageria é chocante, uma demonstração de sua ferocidade incontrolável.

Joe e Max lutam lado a lado, seus movimentos coordenados e precisos em uma dança mortal de destruição. Eles são sanguinários em sua abordagem, cada golpe desferido com uma raiva pulsante e uma brutalidade sem remorso. Eles avançam como predadores famintos, cada ataque um testemunho de sua sede de sangue.
Enquanto isso, Kasper se destaca por sua habilidade defensiva, protegendo-me com um campo de força impenetrável. Enquanto luta contra todos que se aproximam, ele garante que permaneço a salvo dentro de sua proteção. Os golpes dos inimigos ricocheteiam contra sua barreira invisível, incapazes de me atingir.

Em meio ao caos da batalha, a selvageria dos combatentes é uma força a ser temida. Eles lutam com uma determinação feroz, cada um impulsionado por sua própria raiva e desejo de sobreviver. E enquanto a carnificina se desenrola ao meu redor, eles permanecem firmes, prontos para enfrentar qualquer desafio que o destino lhes apresentar.
O cenário ao meu redor é uma visão de horror e destruição, os corpos dos vampiros caídos espalhados pelo chão, suas formas distorcidas e mutiladas testemunhas mudas da carnificina que nossa equipe desencadeou. Os gemidos agonizantes dos feridos ecoam no ar, uma trilha sonora sombria para a cena macabra diante de mim.

Sinto o gosto amargo da bile subindo pela minha garganta enquanto observo os corpos ensanguentados e os ferimentos grotescos que adornam seus membros. O cheiro de morte e desespero impregna minhas narinas, uma mistura nauseante que se agarra a minha pele e se infiltra em meus pulmões.
Não posso mais conter o horror que ameaça me dominar, e então, sem aviso, sinto meu estômago revirar e meu corpo se dobrar. Vomito tudo o que resta em meu estômago, as ânsias de náusea sacudindo meu corpo enquanto eu me curvo sobre o chão manchado de sangue.

Quando finalmente termino, levanto a cabeça, as lágrimas em meus olhos misturando-se com o vômito em minha boca. Meus companheiros de equipe me encaram com rostos cobertos de sangue, suas expressões endurecidas pela brutalidade da batalha.
Eu me sinto envergonhada e fraca diante deles, uma fraqueza em meio à violência implacável que os rodeia. Mas então, os olhares endurecidos começam a suavizar quando percebem minha angústia. Posso ver a preocupação substituindo a ferocidade em seus olhos.

Engulo em seco, forçando-me a desviar o olhar dos corpos ensanguentados espalhados ao nosso redor. Limpo a boca com as costas da mão e seco as lágrimas que teimam em escorrer pelo meu rosto diante da carnificina que testemunhei.
Então, Ian quebra o silêncio, sua voz ecoando no ar.

— Quando a porra desse teste vai acabar? Precisamos tirá-la do meio dessa merda — ele pergunta, seus olhos vermelhos buscando respostas no vazio.

Dave responde, sua voz calma e firme.

— O teste termina quando sobrar 100 preponderantes.

Ian balança a cabeça, um sorrisinho começando a se formar em seus lábios. Ele se vira para mim, seus olhos brilhando com uma determinação feroz.

— Feche os olhos, Deli — ele ordena, mas eu não obedeço. Em vez disso, observo-o com uma mistura de admiração e temor enquanto ele se prepara para agir.

Com um movimento rápido, Ian se volta para o campo de batalha, onde os Preponderantes continuam a lutar. Uma aura de poder irradia dele quando ele se concentra, e então, com uma força sobrenatural, ele desfere um soco no chão.

Um grito involuntário escapa dos meus lábios quando sua força sobrenatural manifesta-se em um ato de destruição cataclísmica. O solo estremece sob meus pés, as vibrações percorrendo meu corpo como ondas de choque.
O barulho ensurdecedor do impacto ecoa no ar, como o rugido de um monstro adormecido despertando de seu sono. É um som que penetra fundo em meus ouvidos, preenchendo meus sentidos com uma sensação de terror.
Uma fenda se abre diante de nós e uma sensação de vertigem me envolve, o abismo escuro e ameaçador parecendo engolir tudo ao seu redor. Eu me agarro a Kasper com força, meu coração martelando em meu peito enquanto observo a destruição que se desenrola diante de meus olhos.
A cena é surreal e assustadora, uma visão que desafia a lógica e a compreensão. Eu me sinto pequena e insignificante diante da magnitude do poder de Ian, uma testemunha impotente do caos que ele desencadeou.

O rugido ensurdecedor da fenda aberta por Ian parece ecoar por toda a minha mente, preenchendo meus pensamentos com uma cacofonia de sons aterrorizantes. Enquanto metade dos vampiros que estavam em guerra desaparecem na vastidão sombria da vala, seus gritos ecoam no ar como uma sinfonia macabra de dor e desespero.
Mas à medida que a vala se estende diante de nós, engolindo tudo em seu caminho, os sons começam a desaparecer, afogados pela profundidade assustadora do abismo.
O som estridente do sinal corta o ar, ecoando pelo cenário de guerra como um clarim anunciando o fim da batalha. Meus ouvidos zumbem com a intensidade do som, enquanto meu coração dispara.

Uma voz ressoa pelo campo de batalha, alta e clara. Meu coração parece congelar em meu peito quando ouço as palavras que saem dos alto-falantes, revelando os nomes daqueles que evoluíram seus poderes.

Meu nome é mencionado, junto com o de Ian, Kasper, Max, Dave e Joe. A surpresa me atinge como um raio, uma mistura de choque e incredulidade enchendo minha mente enquanto tento processar a magnitude do que acabou de acontecer.

Meu poder evoluiu?

Meu... poder evoluiu mesmo?

Flor De Esqueleto - Harém Reverso - livro 1 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora