II

3 0 0
                                    

Oliver se aproximou àquela porta de vidro e a empurrou. A cafeteria tinha um tamanho não muito grande, mas também não muito pequeno. Era de um tamanho confortável. Havia um andar superior, cujo qual possuía uma pequena sacada de vidro, que entregava a vista da rua. Nesse andar havia várias mesas, todas embaixo de um telhado bonito com lâmpadas simples, mas elegantes. Nas paredes se encontravam diversos quadros estilizados com a temática do café, juntamente com alguns outros de artistas famosos que o dono gostava. Na parte de baixo, havia algumas prateleiras com produtos da cafeteria, como copos e canecas tematizadas ou capsulas de café. Em sua frente estava um longo, mas não muito largo, balcão encostado na parede onde se tinha a opção de beber seu café. Depois dele, duas mesas com um assento fofo que ficava por trás delas. À esquerda das prateleiras, ficava o balcão de pedidos, com uma grande tela que mostrava os tipos de café que ali ofereciam, e mais produtos na frente deste balcão. Atrás dele ficava uma mulher, com avental marrom, roupa preta e boné branco, seria sua parceira de trabalho.
Oliver se aproximou do balcão, a mulher lançou um olhar simpático. Era branca, quase pálida, seus cabelos eram lisos e não muito longos, mas que passavam dos ombros. Seus olhos castanho-escuros encontraram os dele e um bonito sorriso se abriu, revelando dentes brancos e limpos.

- Ah, é o novato? O avental está torto – falou ela, de forma simpática.

- Ah... – gaguejou Oliver, corando – Vim correndo, não dá pra evitar.

- Eu entendo, meu primeiro dia foi do mesmo jeito, mas se acostuma. Vamos, vou lhe mostrar um pouco dos bastidores.

Ela gritou um nome e um rapaz magro e alto. Era moreno, de cabelo curto e usava as mesmas roupas que a mulher. Oliver foi para trás do balcão.

- Então, meu nome é Denize – falou ela enquanto estendia a mão para cumprimentar Oliver. – E este é o Daniel.

- Oliver Twist. – Respondeu ele.

- Dickens!

- Pois é, nunca cheguei a ler.

- Isso é um crime, é um dos meus favoritos. – Virou-se para Daniel – Ei bobão, cuida do balcão enquanto faço um tour com o Dickens.

- Tranquilo, vá lá. – respondeu ele.

Ela então saiu de trás do balcão e levou Oliver, mostrando cada lugar do estabelecimento. Ela se aproximou das portas dos banheiros e virou-se para ele.

- Esse é o maior ponto negativo deste lugar.

- Mas por quê? É muito sujo?

- Ahh, não, não, é porque ele tem esta trava aqui, que tranca a porta do banheiro e só libera quando você colocar a senha.

- Sério? Eu achei legal, bem tecnológico.

- É legal até você estar apertado a ponto de não conseguir esperar colocar a senha. Nesses casos, se borrar é inevitável.

- Tem razão, não é tão econômico assim.

- E consegue ficar pior, porque as vezes ele dá um pane e não destranca até alguém vir abri-lo e reiniciar. Já aconteceu algumas vezes. Em uma delas o Daniel tava lá dentro, só saiu depois de 20 minutos.

- Sou muito azarado cara – disse Daniel de longe - Justamente eu me ferrei nisso, as outras vezes não tinha ninguém.

- Eu ri até quase estourar – falou Denize, rindo. – Ok, vamos continuar.

Os dois subiram as escadas até o primeiro andar. Oliver não havia ido lá ainda, pois sua entrevista de emprego ocorreu toda na parte de baixo. Ao subirem lá, Denize chegou perto dos quadros dos artistas, onde logo abaixo havia uma mesinha e uma cadeira.
- Este é o meu lugar favorito. Quando consigo um tempinho livre, costumo vir aqui tomar um café e ler alguma coisa. É esquisito olhar para cima e dar de cara com o Pacino lhe encarando, mas ainda assim é um lugar confortável.
Oliver deu uma risadinha. Desceram rapidamente pois a cafeteria iria abrir em 10 minutos. Voltaram para trás do balcão.

Amor à Tarde.Onde histórias criam vida. Descubra agora