XII

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Laura saiu da casa logo depois e encontrou Oliver sentado no meio-fio da calçada. Suas pernas tremiam, mas continuou andando em sua direção. Ao chegar e se sentar ao seu lado, notou que ele chorava. Estava perdido em seus pensamentos e nem notou sua presença do seu lado. Não soube o que dizer e nem se era o melhor momento para dizer algo, então optou por ficar em silêncio, ao seu lado. Viu que Oliver finalmente notou que estava ali e olhou para seu rosto.

- Desculpe por isso. – Disse, em um tom choroso e tão baixo que ela mal ouviu.

- Tudo bem, você não tem culpa. – Sabia que não ajudaria, mas sentiu que precisava falar.

- Eu te amo. – Disse ele, repentinamente. – Muito.

Ela não estava esperando por aquilo. Até então não haviam falado isso um para o outro. Sentiu algo muito forte no seu coração e respondeu:

- Eu também.

Viu que Oliver começou a chorar mais ainda, e o puxou para seus braços. Ficaram ali por um tempo, até que Oliver levantou sua cabeça.

- Você quer namorar comigo? – Perguntou ele.

Laura esperava menos ainda que ele lhe fizesse esta pergunta. Não sabia se era o melhor momento, mas não se importou. Esperava por essa pergunta há tempos.

- É claro que sim.

Oliver a abraçou de novo e a beijou. Sentiu todo o amor que ele tinha por ela mais do que nunca.

- Vamos para casa, você precisa descansar. – Disse ela. - E desculpe por ter chamado para vir aqui, eu não sabia...

- Tudo bem, eu acho que precisava falar tudo isso para ele mesmo. Sinto uma leveza que acho que nunca pude sentir antes.

Se levantaram e foram para casa. Laura sentia que havia conseguido tudo o que sempre quis. Tinha o sonho de formar uma bela família, e iria fazer isso, iria dar a Oliver o amor que ele nunca pôde receber. O amava. Ela sempre soube. Desde que o viu pela primeira vez e se sentiu impactada por aquele sorriso e os cabelos enrolados e bagunçados. Tudo nele a agradava: Sua voz, seu jeito, suas bobices, sua aparência, sua visão de mundo, tudo. Estava completa. Havia encontrado sua outra metade, como teorizara Platão. Após muito tempo em sua vida, se sentia verdadeiramente feliz. E iria aproveitar isso.

- Só quero que saiba que eu te entendo. – disse ela. – Também não tive uma boa relação com meus pais.

Oliver a ouviu.

- Depois que meu pai morreu, minha mãe endoidou de vez. – Continuou ela. – Colocava sempre a culpa em mim, como se eu o tivesse matado.

- Eu sinto muito.

- Tá tudo bem, eu que devo dizer isso.

- Hoje aprendemos que não é uma boa ideia visitar os sogros. – Falou, sorrindo um pouco.

- É verdade. – Laura sorriu de volta.

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