____ 𝘑𝘶𝘯𝘨 𝘠𝘦 -𝘫𝘪𝘯

21 9 1
                                    

Jung Ye-jin era uma garota de 7 anos que morava com seus pais e seu irmão menor em uma casa pequena e não muito extravagante.
Ela adorava passar o tempo brincando com seu irmão e ajudando a sua mãe com as tarefas domésticas...

{...}

- Ye-jin! Quantas vezes eu já falei para você não mexer no escritório do seu pai?! Você é louca? - Gritou a mãe de Ye-jin ao entrar no escritório.
Ye-jin se encontrava chorando, ela havia derrubado tinta de caneta em cima de documentos importantes.
- Eu só queria ver como era escrever com a caneta nova do papai. - Disse Ye-jin, cabisbaixa.
- Oque aconteceu querida? - Perguntou o pai de Ye-jin, ao chegar no escritório.
- Essa criança imprestável estragou a sua profissão por pelo menos alguns anos!
- Oque? - Perguntou o pai desentendido, caminhando até a mesa, encarando a cena.
- Não foi por querer! - Gritou Ye-jin.
- Quantas vezes conversarmos sobre não entrar no escritório Ye-jin? QUANTAS VEZES? - Gritou o pai, fazendo Ye-jin se encolher.
- Eu só queria...
- Dane-se oque você queria Ye-jin! Você é louca? Você vai limpar essa tinta com a língua!
- Eu nunca vi uma primogênita nós dar tanto desgosto, o seu irmão nunca faria isso Ye-jin! - Comentou o pai.
- Eu posso ajudar a limpar... Eu não fiz por querer.
A mãe raivosa, pegou a folha encharcada de tinta e jogou em Ye-jin.
- Limpa então! Vamos ver se você consegue.
Ye-jin ao pegar a folha acabou a rasgando no meio, por conta da fragilidade.
- Me desculpem... - Choramingou ela, colocando a folha de volta na mesa. - Me desculpem!
- Pro seu quarto Ye-jin. - Falou o pai.
- Por favor me desculpem...
- PRO SEU QUARTO YE-JIN! PORRA. - Gritou a mãe, batendo forte no ombro da pequena Ye-jin, que chorava.
Ela correu para o quarto, se jogando na cama.
- Eu odeio eles! Odeio eles! Quero que todos eles morram! - Gritou ela contra o travesseiro.
Em quanto isso,o pai pensava angustiado
no que iria fazer, aqueles documentos eram importantíssimos.
Ele discava o número do seu chefe no telefone para comunicar o acidente, que poderia fazer ele perder o seu emprego.
A mãe, ainda desesperada, estava na cozinha ajudando desastradamente o irmão de Ye-jin no dever de casa, em quanto ao mesmo tempo finalizava a lavagem das louças do almoço. Todos estavam na cozinha, com exceção de Ye-jin.
Ye-jin ouviu um barulho forte vindo de lá, fazendo-a retirar o rosto do travesseiro molhado por suas lágrimas. Ela corre até a cortina da cozinha e vê fumaça saindo pelas brechas abertas, logo começando a tossir.
- Mãe! Pai! Oque aconteceu?! - Gritou Ye-jin, com os olhos lacrimejados.
- Vá para fora Ye-jin! Corra para o quintal! Peça socorro! - Ela ouviu o pai dela gritar, e então o obedeceu, tossindo por causa da fumaça.
Ela correu para o quintal, indo até a casa dos vizinhos, pedindo ajuda.
Antes que os bombeiros chegassem para fazer qualquer coisa, o fogo se espalha rapidamente pela casa e ela é forçada a ficar do lado de fora para a própria segurança.
Apesar dos esforços dos bombeiros, a casa acabou totalmente destruída pelo fogo.
- E os meus pais?! O meu irmão! Eles estão lá dentro! Estão na cozinha! - Gritou Ye-jin para um alto bombeiro, que se agachou na altura da garota.
- Nós perdoe, eles se foram. - Disse ele, acariciando o ombro da pequena Ye-jin, que negou com a cabeça, começando a chorar.
- Não! Meu pai falou comigo! Ele está na cozinha, vão ajudar ele! - Gritou Ye-jin, mas o bombeiro apenas a abraçou, acalmando-a.
- Meu pai... Eles estão vivos! Estão na cozinha!
Ye-jin se acabou em choro, e no meio de todo o escândalo, ela foi levada até o corpo de bombeiros, antes de retirarem os corpos da casa.
- Ei, mocinha, qual o seu nome? - Uma bombeira perguntou, sorrindo para Ye-jin, que estava sentada em uma pequeno banco do local.
Ye-jin não respondeu, estava em prantos.
A bombeira suspirou, e então se sentou ao lado de Ye-jin.
- É culpa minha. - Disse Ye-jin.
- Não, não é. - Respondeu a bombeira.
- Eu desejei que eles morressem.
- Não foi sua culpa.
- Foi minha culpa! - Gritou Ye-jin.
- Por que foi sua culpa? Foi você quem ateou fogo na sua casa?
- Não.
- Então por que é a sua culpa?
- Eu desejei que eles morressem!
- Me conta... Tudo oque você ja desejou por acaso se tornou realidade? Isso foi... Mera coincidência.
- Mera coincidência? - Debochou Ye-jin, ainda chorando. - A culpa foi minha!
- Posso te contar minha história? - Ye-jin encarou a bombeira, assentindo.
- A alguns anos, eu fui casada, sabe, ele era o amor da minha vida... Tivemos uma linda filhinha. Mas... Aquele homem que eu acreditava ser o meu príncipe, tinha outra princesa. - Suspirou a bombeira. - Nós separamos, fui mãe solo, cuidei da minha filha sozinha, e em alguns anos, conheci outro homem... Me casei com ele. Ele era um verdadeiro príncipe. Mas, eu descobri coisas sobre ele, no dia em que eu cheguei em casa e vi a minha querida filha... Ensanguentada no sofá, da pior forma que você poderia imaginar, e ao olhar para ele, ele tinha uma faca nas mãos. Me diz... Aquilo foi a minha culpa?
- Não... Foi culpa do príncipe que você se casou! - Disse Ye-jin, convencida.
- Eu não pensava assim. Sabia? Era eu quem era a culpada, eu que havia me casado e colocado aquele monstro dentro da minha casa.
- Mas você não teve culpa! Você não sabia, né?
- Uhum... E isso vale pra você, Ye-jin, você é uma garota inteligente, não se culpe, entenda que você não é a culpada.
A bombeira se agachou e retirou de seu tornozelo uma tornozeleira prata, com um pingente de triângulo, que havia um pontinho no centro dele, colocando no tornozelo de Ye-jin.
- Esse símbolo significa entender, talvez você se sinta confusa por agora, mas quando estiver maior, vai compreender sobre ele, lembre-se do que conversarmos hoje. - Disse a bombeira, olhando no rosto inchado e vermelho de Ye-jin, que era resultado de tanto chorar. - Eu ganhei ele de uma senhora que me avistou chorando pela minha filha no túmulo, ela me entregou essa tornozeleira, e me explicou as mesmas coisas que estou explicando a você. Você é uma garota linda, e tem uma bela vida pela frente.
{...}
Mais tarde, descobriram que o incêndio foi causado por uma falha em um equipamento elétrico. Ye-jin passou a noite no corpo de bombeiros, mas no outro dia, foi mandada para um orfanato barato, onde não demorou muito para se adaptar.
Infelizmente, Ye-jin nunca conseguiu se curar do trauma, nada tira de sua cabeça que ela desejou a morte de sua família, o que deixou ela com uma culpa profunda. Ela se culpava pelo que havia acontecido e se sentia incapaz de superar a perda.
Sempre que ela lembrava daquele dia... Ela podia ser capaz de surtar.
Ye-jin continua a lidar com a culpa e a perda, mas ela procura aprender que não pode deixar a culpa definir quem ela é.
Ela tenta seguir em frente, honrar a memória de seus pais e viver uma vida que eles estariam orgulhosos, mas é difícil, muito difícil.

------

★ Se gostou não se esqueça de dar voto e comentar, me ajuda demais.

𓏲 ๋࣭ ࣪ ˖. 愛 𝐌𝐎𝐍𝐒𝐓𝐄𝐑; 𝐘𝐎𝐎𝐍 𝐉𝐈-𝐒𝐔 𝄃𝄃𝄂𝄂𝄀𝄁𝄃𝄂. ݁₊ ⊹  ꜱᴡᴇᴇᴛ ʜᴏᴍᴇ . ݁˖ . ݁ 🧟‍♂️ Onde histórias criam vida. Descubra agora