____ 𝘘𝘶𝘦𝘥𝘢 𝘭𝘪𝘷𝘳𝘦

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Ao amanhecer, todos acordaram, menos as crianças, que continuavam dormindo.
Eu não havia conseguido dormir muito bem, talvez menos de duas horas...
- Bom dia... Você conseguiu dormir? - Perguntou Ji-su.
- Não muito, mas consegui. E você? Descansou?
- Igual a você... - Ela suspirou.
{...}
Eu estava no banheiro lavando o meu rosto quando alguém começou a transmitir algo nas caixas de som do prédio.
- Sobreviventes no prédio, tragam comida, remédio e armas pro primeiro andar, aviso: primeiro andar tá seguro agora. E é muito mais seguro ficarmos juntos. Nós, sobreviventes... Temos que ficar juntos. Por favor, desçam. Por favor. Eu repito...
E então a transmissão foi cortada.
O senhor ficou receoso com o anúncio, mas o plano que eu, Ji-su e Jae-heon tínhamos antes de vir para cá era ir para o primeiro andar... Então nada parecia nós impedir.
Antes de irmos, o senhor reforçou nossas armas, para termos mais segurança, e eu ainda quero poder agradecer esse homem no futuro.
- Não podem confiar naquele anúncio. - Disse o homem. - Vocês vão ficar bem?
- A gente não pode ficar dependendo de você. A gente tem que ir. - Disse Ji-su.
- Obrigado pela comida... E por isso também. - Agradeceu Jae-heon, o senhor havia feito um escudo para ele. - Eu desejo que Deus te abençoe em sua glória.
- Eu sou budista. - Responde o senhor, fazendo Ji-su dar uma risada leve.
- Se o primeiro andar estiver seguro, a gente volta aqui. - Eu disse, e Ji-su assentiu.
- Não faça promessas que não pode cumprir. - Disse o senhor. - Enfim... Nós podemos dizer adeus agora.
- Eh... Dizem que é mesmo a mais densa escuridão desaparece com a luz mais fraca. - Disse Ji-su
- A pessoa que disse isso ainda está viva? - Disse o senhor
- Isso eu não sei... - Ela fez um sorriso fofo, que por alguns segundos eu me lembrei o quanto eu amo essa mulher.
- Eu... - Hyun-su pegou sua arma e sua mochila, olhando para nós. - Posso ir com vocês?
- Eu acho que quatro é melhor que três, vocês não acham? - Perguntou Ji-su.
- Você pode vir. - Jae-heon disse ao garoto, e eu concordei.
- Certo, tá bem... Tá bem. Pode ir! - Disse o senhor.
- Hyun-su... Você tem que voltar. - Disse o menininho.
- Sim. - Hyun-su sorriu para o garoto.
- Muito obrigada por ter salvado a gente. - Agradeceu a garota, fazendo uma reverência.
- Ok... A gente pode ir agora? - Jae-heon perguntou, e assentimos em resposta. - Eu te agradeço. - Disse ele ao senhor.
Agora, Ji-su e eu também estávamos usando os fones de ouvido, para maior segurança.
Minha mochila já estava em minhas costas, e a minha arma já estava pronta.
Saímos do apartamento, prontos para descer para o primeiro andar.
O prédio estava tranquilo, ainda não havíamos encontrado nenhum monstro, então a caminhada até o térreo estava sendo mais rápida. Em silêncio descíamos as escadas, muito atentos nas curvas, com medo de algum monstro surgir de repente.
- Tá tudo bem a gente descer assim? Não seria legal levar alguma coisa útil? - Diz Jae-heon
- A coisa mais útil são as nossas vidas. - Respondeu Ji-su.
- A Ji-su está certa. E de qualquer forma estamos levando uma quantidade boa de comida... Já não está ótimo? - Respondi.
De repente avistamos um corpo, estava na curva da escada, aparentemente não era de um monstro, oque era até estranho de se ver.
- É uma pessoa. - Disse Ji-su
- Eu to aliviado de ver um corpo. - Diz Jae-heon
- E se ele se transformar ainda? - Perguntei, encarando o corpo, em quanto Ji-su se agachou, colocando os dedos no pescoço do homem.
- Ainda tá quente. Morreu faz pouco tempo.
- Caramba... - Respondeu Jae-heon
Observei Ji-su pegando algo dentro do bolso do homem morto, parecia uma embalagem de doce.
A mesma se levantou e apontou a embalagem para mim, logo neguei, não estava com apetite para comer doces. Em um movimento rápido, ela jogou a embalagem para Hyun-su, que estava no canto da escada nos observando.
Que pareceu surpreso de estar com o doce do cadáver.
- Devolve você se não quiser. - Disse Ji-su.
- Você é dura na queda. - Respondeu.
- É eu sou mesmo, e posso fazer coisa pior... Pra poder sobreviver.
Hyun-su ficou quieto, guardando a embalagem no bolso.
- Virou um cúmplice agora. - Eu disse, com um sorriso de canto.
- Vamo indo. - Jae-heon tomou a frente, logo fomos atrás.
Em questão de segundos algo fez o Hyun-su ser empurrado da escada, fazendo todos nós olharmos para baixo, vendo Hyun-su caindo em queda livre, assustando todos nós.
Em um piscar de olhos Hyun-su estava no chão, com muito sangue, e ouvimos um grito, alguém estava lá em baixo, e viu toda a cena.
Com muita rapidez descemos as escadas até o térreo, dando de cara com o Hyun-su no chão, e muito sangue vindo de sua cabeça, nós deixando ainda mais assustados.
O grito que havíamos ouvido tinha vindo de uma garota, que parecia mais assustada do que nós, mas tentava esconder aquilo.
A porta estava trancada, então tivemos muito esforço para fazer barulho para que algum dos sobreviventes que estavam no térreo nós ouvisse.
Depois de alguns minutos a porta foi aberta por eles, ainda muito receosos com a gente.
- Somos humanos. - Disse Ji-su, e logo todos nós saímos para o térreo.
- Precisamos ajudar ele. - Olhei para Hyun-su no chão.
- Há muito sangue, não está morto? - Perguntou um dos sobreviventes do térreo.
- Ele teve sintomas, mas não é um monstro ainda. - Respondi, deixando todos assustados, se negando ajudar Hyun-su.
Um rapaz que usava óculos tomou a frente, aceitando ajudar o garoto, mas até ele acordar, (se acordar), ele vai ficar preso em uma sala, ai verão oque vão fazer com ele.
Pode ser cruel, mas não é nada mais que justo, eu também tenho certo medo dele se transformar e acabar matando todos nós.
Levamos Hyun-su até a sala, e então o trancaram lá.
Realmente o térreo parecia seguro, as entradas estavam trancadas e com barreiras, e haviam mais de dez pessoas lá, alguns eram rabugentos, até demais.
Entregamos todos os alimentos que havíamos levado, mesmo não sendo uma quantidade esperada, agradeceram.
- Não parece tão ruim ficar aqui. - Comentei, colocando minha mochila em um canto específico.
- Acha que estamos seguras? - Pergunta Ji-su
- Talvez... Mas não vamos confiar nessas pessoas tão facilmente, apenas vamos colaborar com eles até... Algum resgate chegar.
Sorri para ela, que colocava sua mochila e o seu baixo ao lado da minha.
- Não vai tocar ele tão cedo, né? - Perguntei, olhando para o baixo encaixotado.
- Espero que não. - Disse ela, com um sorriso fraco no rosto.
- Eu me lembro da noite que nós conhecemos... Você e o seu baixo arrasaram o meu coração. - Sorri para ela, que sorriu de volta, de uma forma mais alegre, aquele sorriso acabava comigo.

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𓏲 ๋࣭ ࣪ ˖. 愛 𝐌𝐎𝐍𝐒𝐓𝐄𝐑; 𝐘𝐎𝐎𝐍 𝐉𝐈-𝐒𝐔 𝄃𝄃𝄂𝄂𝄀𝄁𝄃𝄂. ݁₊ ⊹  ꜱᴡᴇᴇᴛ ʜᴏᴍᴇ . ݁˖ . ݁ 🧟‍♂️ Onde histórias criam vida. Descubra agora