Capítulo 5 - Caos.

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A vida anda tão dura, eu ando sem tempo para pensar em coisas que me façam bem, o mundo não anda melhorando, estou ficando chato, os problemas estão me afundando, sinto muito, mas sinto que estou sucumbindo ao tédio de estar me perdendo em mim mesmo.

Tenho um palácio só para os meus traumas e tormentos, faz anos que não o visito, mas o seu mal está vazando e está começando a me contaminar como no passado.

Não quero lamentar, preciso viver, embora não sinta vontade de continuar com qualquer coisa que me lembre do fato de ser aquele que não saiu do lugar.

Não tenho nada de especial, esqueça os outros lados, esse adereço de fragmentos não me complementam, eu apenas estou perdido e quero adormecer só para vislumbrar belos sonhos. Entende? O garoto sorridente mais uma vez morreu, existe um oceano aqui dentro, sinto que estou a me afogar, essa ansiedade não me deixa viver cem por cento normal, estou a todo momento fugindo do desastroso caos.

A calmaria tenta inundar-me, mas não a sinto como meu outro esboço, tudo foi uma mentira muito bem contada, aqui dentro não está nada calmo e a mente está começando a fraquejar.

Dois álter-egos, jogue a moeda pro alto, cara ou coroa? Calmaria ou presunção? Escolha a sua definição de melhor estado.

Tudo anda tão confuso, estou soterrado em pensamentos, não quero permanecer, desaparecer é tão fácil; mais alguns minutos, o relógio está quebrado, esqueceram novamente o meu momento, anseio pela destruição ao adormecer e sonho com o fatídico dia que não serei mais eu.

Existem duas versões minhas, juro que não sou mal, a tristeza domina e isso se tornou tão normal, estou apenas vivendo do melhor jeito que consigo, olho as estrelas e tento sorrir, mas no fim a única coisa que sobra é o caos de nunca deixar de ser esse monstro de mente aberta.

Algumas coisas simplesmente não mudam, meu grau de importância permanece imutável, não existe aquele que não se perde, aqui só tem alguém com medo de continuar atrás de pessoas que fazem de tudo para ele ficar.

Estou a alcançar os meus limites, tantos anos percorrendo a mesma estrada, onde fui chegar? Me tiraram do resplendoroso sol, eu só quero uma vida normal, acho que no final eu sempre fugi do mal. Tantos pensamentos, ficar mal agora é ter a certeza que estou por conta própria, acho que no fundo ninguém é totalmente normal...

Nada anda importando como outrora, meu copo esta cheio, não quero transbordar, sempre consegui me controlar, mas se assim permanecer eu não sei se serei capaz de não sucumbir ao caos.  

Tinteiro De PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora