Capítulo 58 - Depressão Pós-arte.

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Estou escutando tudo ao meu redor ruindo, isso nem mesmo faz sentido, talvez eu finalmente tenha enlouquecido; qual o sentido de mentir pra mim mesmo? Não adianta inventar que eu estou livre, pois da minha mente eu sou um mísero prisioneiro.

Às lágrimas caem noite a dentro, já perdi a noção de espaço e tempo; não quero ouvir conselhos, às vezes me sinto um iludido por acreditar que irei conseguir ser reconhecido.

Eu ouço os gritos, já tive que me moldar tanto, não sei quais palavras usar ao certo, às vezes parece que eu só tenho isso, e se não render, o que farei pra viver?

A arte é exigente, eu acreditava que estava a honrando de forma surpreendente. Me perdi no caminho, senti raiva de quem não devia, e agora estou aqui, sozinho nessa maldita estrada vazia.

Talvez eu seja superestimado, e o que eu faço esteja sendo subestimado, nunca sei ao certo, só sei que é difícil achar motivos para continuar sendo o garoto dos sorrisos.

Ter bom humor hoje em dia é tão complicado, passar isso artisticamente é complexo, eu estou entre dois mundos, e em apenas um deles eu sou alguém decente.

Consigo escutar às vozes sussurrando, se eu sumisse, quem sentiria falta do garoto das poesias?

Se fosse possível dividir os corpos, eu vou, o Yunni fica, quem você escolheria?

Às vezes me olho no espelho e me sinto confuso, é como se fosse uma miragem, só que de tudo que eu não quero nessa vida.

Acho que meu destino é continuar correndo, correndo para alguma parte, quando eu finalmente chegar ao meu destino, talvez eu consiga entender essa depressão Pós Arte.

Tinteiro De PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora