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Cecília Albuquerque

    A festa tava bem animada, o irmão do Felipe colocou umas músicas boas.

Já tinha 2 horas de festa e nada do Felipe, eu já tava começando a ficar preocupada.

    A Jade tava bêbada, o Guilherme tava quase. Já eu, Enzo e Amanda estávamos de boa.

— Gente, é sério. To muito preocupada com o Felipe. - Falei pro Enzo e pra Amanda.

— Ele tava empolgado pra caralho pra esse aniversário. - O Enzo respondeu dando uma olhada no celular pra ver se o Felipe não tinha respondido.

— Ele só falava disso comigo. - A Amanda falou respirando fundo.

    Dava pra ver que ela não conseguia curtir tanto a festa, pelo excesso de preocupação.

Olhei pro Enzo, que me encarou de volta, entendendo por olhar o que eu tava querendo dizer.

— Não fica assim, Amandinha. Por mais que o Felipe seja um irresponsável do caralh... - Ele tava tentando dizer antes de eu interromper ele com um beliscão — Ai, Cecília.

— Deve ter uma boa razão pra ele não aparecer, amiga. Não deixa isso te tirar uma noite que poderia ser divertida. - Falei passando a mão nas costas dela.

— Tá, você tem razão. - Ele disse finalmente levantando — Vou beber mais pra ver se animo.

Ela disse indo em direção às bebidas e o Enzo me olhou com cara de tédio.

— Parabéns, amor. Incentivou muito bem, agora vamos ter três bêbados ao invés de dois. - Ele disse irônico.

Olhei pra Jade e pro Guilherme, que dançavam rindo exageradamente em uma rodinha.

— Aqui. - A Amanda falou voltando com um copo pra mim — Pra você beber também.

— Oxi, Amanda. Trouxe um copo pra Cecília mas não trouxe um pra mim? - O Enzo encheu o saco da Amanda.

— Sim, alguém tem que ficar sóbrio aqui. E pra sua sorte, você foi o escolhido da noite. - Ela disse bem cara de pau e eu ri da cara que o Enzo fez.

— Vou beber só um pouquinho. - Falei pegando da mão dela o copo que ela trouxe pra mim — Já bebi muito hoje.

    Dei um gole longo e a careta foi totalmente inevitável.

— Deixa eu ver isso aqui, Cecília. - O Enzo disse pegando o copo da minha mão e dando um gole também — Puta que pariu, Amanda. Isso aqui tá só o álcool.

— Sim, quero embebedar a sua namorada. - Ela respondeu sincera e o Enzo negou com a cabeça me devolvendo o copo — Vem, vamos dançar.

A Amanda me puxou pra onde a galera tava dançando e eu vi que o Enzo tava me olhando de onde ele tava sentado.

Dancei horrores com a Amanda, até não aguentar mais.

Hora ou outra eu era parada por alguém me desejando feliz aniversário, pessoas que eu nem conhecia, mas óbvio que fui educada com todos.

— Ai, amiga. Cansei, meu pé já tá doendo com o salto. - Falei fazendo careta e a Amanda fez bico.

— Tá, vai lá no Enzo. - Ela se deu por vencida me fazendo agradecer mentalmente — Mas depois é pra você voltar aqui, nem que seja arrastando ele junto.

— Sim, senhora. Você manda e eu obedeço. - Falei dando um beijinho na bochecha dela.

— É assim que eu gosto. - Ela respondeu e eu ri, indo até o Enzo.

— Cansou já? - Ele falou quando me viu indo até ele.

— Cansei faz tempo, a Amanda que me liberou só agora. - Respondi sentando do lado dele.

— Aquela ladra de namorada. - Ele falou pegando na minha mão e eu gargalhei.

— Vou tirar esse salto, tá machucando meu pé. - Falei abaixando e tirando o salto.

— Amor, olha rápido. - O Enzo falou com uma voz diferente e eu levantei a cabeça preocupada olhando pra mesma direção que ele.

   Era o Felipe chegando na festa, acompanhado por uma garota.

— Puta merda, é o que eu to pensando? - Perguntei ainda olhando pro Felipe.

— Tomara que a Amanda não veja isso. - O Enzo disse ainda incrédulo e eu olhei pra onde a Amanda tava.

— Já era, ela tá vendo tudo. - Respondi vendo a Amanda olhar cada passo que o Felipe dava.

— Porra, agora quem tá querendo beber sou eu. Vai virar barra pesada essa festa a partir de agora. - O Enzo falou sincero e eu ri de nervoso.

O Felipe falou algo no ouvido da menina, que concordou e subiu as escadas.

Pra onde essa garota tava indo? Pro quarto dele? Quero nem pensar.

Olhei de volta pra Amanda, que tava com olhar de lobo, virando o copo todo de uma vez.

Vi ela saindo de onde tava e indo pro balcão das bebidas encher outro copo.

— E agora? O que a gente faz? - Perguntei olhando pro Enzo.

— Amor, não faço ideia. - Ele disse bufando — Vamos falar com o Felipe antes de falar com a Amanda.

— Nem precisa, ele já tá vindo pra cá. - Falei observando o Felipe se aproximar da gente.

     O Felipe tava vindo até nós, mas foi parado por um grupinho.

    Ele ficou conversando com as pessoas que pararam ele, impedindo a gente de descobrir o que tinha acabado de acontecer.

    Voltei o meu olhar pra Amanda, que tava terminando o copo que ela acabou de encher.

    Ela passou perto da gente mais uma vez, já que o balcão das bebidas era do lado de onde eu e o Enzo estávamos sentados.

— Porra, a Amanda tá enchendo o segundo copo em menos de quatro minutos. - Falei levantando deixando minha bolsa e o meu salto com o Enzo.

    Fui até ela e tomei o copo da mão dela, que me olhou com raiva.

— Dá pra devolver? - Ela perguntou impaciente.

— Não, tá querendo o que? Ter um coma alcoólico? - Perguntei irônica.

— Não seria má ideia. - Ela falou tentando pegar o copo da minha mão mas eu não deixei — Devolve, Cecília. Não quero brigar com você, hoje é o seu aniversário.

— Não vale a pena beber desse jeito por algo que você nem sabe o que de fato aconteceu. - Falei e ela riu.

— Ele chega com uma menina na festa, que por sinal subiu pra porra do quarto dele, e eu não sei o que aconteceu? Fala sério, né. - Ela respondeu negando com a cabeça, enchendo outro copo já que eu não quis devolver o dela.

    A Amanda voltou pra rodinha que ela tava, virando aquele copo como se fosse água.

   Voltei pra perto do Enzo e sentei no mesmo lugar, encostando a cabeça no ombro dele.


— O que a Amanda disse? - Ele perguntou já sabendo que coisa boa não era.

— Ela basicamente cuspiu fogo. - Respondi levantando a cabeça do ombro dele.

— Isso era óbvio. - Ele falou me olhando — O Felipe ainda tá ali, entretido com aquela rodinha que puxou ele.

— Nossa, não quero nem ver o que vai dar até o fim da festa. - Falei respirando fundo e o Enzo passou a mão rosto agoniado com tudo isso.

Aquela PessoaOnde histórias criam vida. Descubra agora