Cecília Albuquerque
Acordei arrastada pra fazer as penúltimas provas dessa semana.
Fiz um café com pressa pra sair voada pra faculdade.
Assim que eu cheguei lá, estacionei de qualquer jeito e corri pra sala.
A Jade como sempre, salvadora da pátria, guardou meu lugar.
Mal falei com ela e a professora já entrou na sala pra distribuir as provas.
Coloquei meu celular no silencioso e coloquei só duas canetas pretas em cima da mesa.
Quando peguei minha prova, dei uma lida nas questões por cima antes de responder.
Respirei aliviada por saber a resposta de cada pergunta.
A professora quebrou o silêncio falando que ia liberar de acordo com quem fosse terminando.
Assim que eu terminei, entreguei minha prova e ela me liberou.
Fui mexendo no celular tranquilamente até a lanchonete, já que o movimento tava tranquilo e a maioria das pessoas ainda tava nas salas fazendo prova.
Senti alguém encostando no meu braço e chamando pelo meu nome.
— E aí, loirinha. - O Fábio falou todo sorridente comigo e eu dei uma leve franzida na testa.
— Oi. - Falei sem dar importância voltando a andar.
— Pera aí, Ceci. Quero trocar uma ideia contigo. - Falou me impedindo de andar, parando na minha frente.
— Quer o quê? - Perguntei desconfiada bufando.
— Não precisa me tratar assim também, né. - Falou olhando nos meus olhos.
— Preciso sim, você fica atrás de mim só pra irritar o Enzo. - Argumentei — Não curto esse tipo de atitude.
— Eu não faço nada pra irritar ninguém, muito menos pra irritar o Enzo. - Ele contestou e eu revirei os olhos — Não tenho culpa se ele fica bolado atoa.
— Atoa, né? - Perguntei irônica com uma risada debochada.
Vi o Fábio olhar pra trás de onde eu tava e se aproximar sorrindo pra mim.
— E aí? - A voz do Enzo ecoou e eu levei um susto.
— E aí? - O Fábio perguntou de volta com tom de ironia e eu olhei pro Enzo, que tava com a cara fechada.
— Vamos? - Perguntei pro Enzo, que passou a me encarar concordando com a cabeça.
Saímos dali, deixando o Fábio sozinho com cara de tacho.
— O que ele queria com você? - O Enzo perguntou enquanto caminhávamos até a lanchonete.
— Ele tava falando nada com nada, nem eu entendi. - Fui sincera.
— Só não vou me estressar com esse moleque porque toda minha raiva já foi descontada naquela prova. - O Enzo falou irritado coçando o barba e eu ri — Felipe tá lá até agora, pô.
— Só vai sair de lá amanhã. - Falei zuando e arranquei uma risada dele.
— Falando em amanhã, vai fazer o que no teu aniversário? - Perguntou me olhando e eu respirei fundo.
— Pra ser sincera, não faço a mínima ideia. - Respondi — To gastando toda a minha energia nessas provas.
— Pô, eu também. - Falou bocejando — To cansadão.
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Aquela Pessoa
Teen FictionEm um dia comum no estacionamento da faculdade, um acidente inusitado une os caminhos de duas pessoas que, até então, eram completos estranhos. O impacto do encontro vai muito além dos carros amassados: suas vidas começam a se entrelaçar de maneira...