Aquela Pessoa

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Cecília Albuquerque

Acordei com um peso em cima de mim, olhei o que me cercava e era o braço do Enzo. Confesso que é muito bom acordar assim.

Fiquei um tempo olhando pro braço dele em volta da minha cintura, mas o que mais me chamava atenção era a aliança brilhando no dedo dele.

Muito louco pensar que ontem eu acordei solteira e hoje, simplesmente, acordei namorando.

Peguei meu celular, tirando do carregador, bem devagar pra não acordar o Enzo.

Meus olhos arregalaram quando vi que era 13h, mas tudo bem porque fomos dormir 5h da manhã.

    Tirei o braço do Enzo da minha cintura com todo cuidado do mundo, morrendo de medo de acordar ele.

    Saí do quarto, na ponta do pé, pra ir fazer um café da manhã gostoso pro meu namorado gostoso.

    Quando passei pela mesa, bati os olhos na cesta que meus pais me mandaram ontem de aniversário.

    Sorri pensando no quanto sinto falta deles no meu dia a dia, mas entendo que fiz a minha escolha.

    Peguei algumas coisas da cesta pra colocar no café da manhã que vou fazer pra mim e pro Enzo.

Coloquei a água do café pra ferver, enquanto faço uns ovos e bacon.

Procurei em todos os armários até achar a bandeja que vou usar pro nosso café na cama.

Passei o café, coloquei os ovos e bacon em um pratinho e arrumei tudo bonitinho na bandeja.

Fiquei encarando a bandeja com a sensação de que tava esquecendo alguma coisa... foi aí que eu lembrei que faltava colocar as xícaras.

Peguei a bandeja com todo cuidado do mundo e fui calmamente até o meu quarto. Se essa coisa cair vai quebrar xícara e derramar café pra todo lado, quero nem ver.

    Ainda bem que não fechei a porta do quarto quando saí, facilitou pra eu dar apenas um empurrão com a cintura e entrar com as duas mãos ocupadas.

     Quando fui em direção à cama, vi que ela estava vazia. O Enzo já tinha levantado.

     Coloquei a bandeja sobre a cama e fui ver onde essa criatura tinha se metido.

    Escutei uns barulhos vindo do meu banheiro e a porta abrindo.

— Você é muito chato. - Falei pro Enzo, cruzando os braços.

— Bom dia pra você também. - Respondeu rindo sem entender — Por que eu sou chato?

    Apontei pra bandeja do meu café surpresa, que não foi surpresa, com a cabeça.

    Ele olhou e começou a rir entendendo que estragou a surpresa que eu ia fazer pra ele.

— Desculpa, amor. - Falou rindo, vindo me abraçar — Se eu soubesse que você ia fazer surpresa, tinha fingido que tava dormindo.

— Muito engraçado você. - Falei revirando os olhos, retribuindo o abraço dele — To frustrada.

— Fica não. - Falou me dando um selinho demorado — Outro dia você faz surpresa.