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Enzo Martins

É... finalmente aconteceu. Deu tudo certo, agora sim posso ficar tranquilo.

Depois do pedido ficamos enrolando um pouco, curtindo o nosso momento, até de fato sairmos pra festa.

Eu fui dirigindo enquanto a Cecília agradecia as mensagens que recebeu ao longo do dia.

— Você não tá nem um pouco com medo do que te espera na festa? - Perguntei olhando rápido pra ela.

— Não. - Respondeu rindo — Só porque foi o Felipe que organizou tudo?

— Sim. - Afirmei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo — Eu não confio em nada que vem do Felipe.

— Acho tão fofo a confiança da amizade de vocês. - Ela ironizou e eu soltei uma risada fraca — Mas relaxa, ele me disse que era coisa simples com umas 20 pessoas no máximo.

— Pode multiplicar essas 20 pessoas por três. - Falei simples e vi que ela me olhou incrédula com os olhos arregalados — To falando sério amor, eu conheço o Felipe.

— Mas isso seria muito sem cabimento, eu nem conheceria esse tanto de pessoas lá da faculdade. - Respondeu começando a ficar preocupada.

— Qualquer coisa a gente vai embora e deixa ele se virando com esse tanto de gente. - Falei sugestivo e ela gargalhou.

— Tadinho, Enzo. Não vou abandonar ele. O coitado se esforçou pra caramba, tava todo empolgado. - Ela argumentou e eu neguei com a cabeça.

— Não me convenceu. - Neguei e ela fez bico — O Felipe sempre empolga na virada da quinta pra sexta, ele gosta é da bagunça.

— É... Pior que eu sei disso. - Ela respondeu se dando por vencida.

Assim que chegamos no condomínio do Felipe, tivemos que estacionar na puta que pariu por não ter vaga perto da casa dele.

Desci do carro e encarei a Cecília com cara de desaprovação, que gargalhou jogando a cabeça pra trás.

— Para, amor. - Ela brigou entrelaçando a mão na minha enquanto eu trancava o carro no alarme — Não é pra chegar com essa cara.

— Então eu vou ter que voltar pra casa. - Respondi brincando e ela gargalhou de novo.

— Nada disso, vamos chegar sorrindo e felizes. - Ela falou me puxando em direção à casa do Felipe.

— A gente nem tá perto da casa dele e eu já to surdo com a altura da música. - Falei fazendo careta e ela bateu de leve no meu braço — Tá, parei.

— Acho bom. - Falou me olhando com uma sobrancelha arqueada — Puta que pariu, olha o tanto de gente.

    Olhei pra direção que ela tava olhando e só neguei com a cabeça.

— Não sei como te surpreende, eu te avisei no carro que ia ser estrago. - Falei pegando na cintura dela.

— Eu vou matar o Felipe. - Ela basicamente gritou por causa da altura da música, já que tínhamos chegado de fato na casa dele.

— Boa sorte pra tentar achar ele no meio dessa muvuca, vai trombar com umas 50 pessoas até chegar nele. - Falei no ouvido dela, que me olhou com raiva.

— Pera, vou mandar mensagem no grupo pra tentar achar pelo menos a Amanda. - A Cecília disse parando, se concentrando em digitar igual o flash.

— Ali a Amanda, amor. - Apontei na direção da Amanda e a Cecília olhou, guardando o celular no meu bolso.

Fomos até a Amanda, que tava conversando com o Guilherme e com a Jade.


— Chegou a aniversariante. - O Guilherme disse puxando a Cecília pra um abraço, falando algo no ouvido dela.

— Obrigada, Gui. Também amo você, cara. - Ela respondeu sorrindo.

— E aí, irmão. - Ele veio me cumprimentar e eu retribui o aperto de mão — Beleza?

— Tudo tranquilo, e por aqui? - Perguntei e ele riu.

— Aqui tá só a bagunça, pô. Até agora não achamos o Felipe. - Ele respondeu.

— Tá de onda. - Falei sem acreditar e ele negou — Porra, esquisito demais o Felipe não ter aparecido em uma festa que é na casa dele. Aquele maluco ama uma farra, tem algo errado nisso aí.

Tirei meu celular do bolso e mandei uma mensagem pro Felipe, perguntando onde ele tava.

— Mentira. - O grito da Jade chamou a minha atenção e a do Guilherme — Guilherme, olha aqui. A Cecilia e o Enzo tão namorando.

— Nossa, Jade. Ninguém imaginava que isso aconteceria. - Ele zombou da reação dela e nós rimos.

— Era totalmente imprevisível esse acontecimento. - A Amanda deu corda pra zoação.

— Vocês são chatos que só o caralho. - A Jade respondeu revirando os olhos — Cadê o anfitrião da festa?

— To tentando descobrir. - Falei olhando se o Felipe respondeu.

— An? - A Cecília me olhou sem entender — O Felipe ainda não chegou na casa DELE?

— Pelo visto não, amiga. Ninguém viu ele até agora. - A Amanda respondeu negando com a cabeça.

— Ele tá aprontando alguma. - Falei tentando achar ele com os olhos, mas sem sucesso.

— Gente, depois o Felipe aparece. Vamos aproveitar a noite, já que aniversário é uma vez por ano. - A Jade encorajou a gente e fomos pro balcão onde tinha as bebidas.

— E aí? Olhando pro dedo de vocês dois quer dizer que deu muito certo então? - A Amanda perguntou sorrindo pra aliança que tava no meu dedo.

— Você me escondeu direitinho, Amanda. - A Cecília fingiu estar brava.

— Escondendo não, apenas organizando tudo. Você acha que o Enzo teria capacidade de fazer um pedido desse sozinho? Eu que resolvi tudo. - A Amanda falou convencida, arrancando a risada da Cecília.

— Muito cedo pra te mandar tomar no cu, Amanda? - Falei dando um gole na bebida e ela gargalhou.

— Que isso, meu filho. Não fala assim não, porque você tá me devendo uma. - Ela respondeu apontando pra mim e eu ri fraco sabendo que é verdade — Inclusive, Ceci. O seu anel que eu peguei emprestado com você naquela festa tá lá em casa, ele já cumpriu o papel dele.

— Caralho, eu nem lembrava do meu anel. Você pegou comigo só pra descobrir o tamanho do meu dedo? - Ela perguntou pra Amanda, que assentiu — Vocês tavam planejando desde aquele dia?

— Sim. - Afirmei e a Cecilia ficou chocada — Achou que a gente planejou tudo em cima da hora, foi?

— Achei. - Ela respondeu sincera.

— Ih, amiga. A gente tava vendo isso há um tempão. - A Amanda falou procurando alguém — Vou ali no meu irmão, pessoas.

    A Amanda foi no Guilherme e eu puxei meu celular pra ver se o Felipe tinha respondido.

    Entrei no instagram e vi a publicação da Cecília.

— Tá me admirando? - A Cecília perguntou olhando pro meu celular.

— Não gostei, pode apagar. Marmanjo vai ficar olhando e eu vou ter que chamar pro mano a  mano. - Respondi brincando.

— Problema deles, a aliança tá bonitinha aqui no meu dedo pra todo mundo ver. - Ela falou me abraçando e eu guardei o celular no bolso.

— A minha tá bonitinha no meu dedo também. - Falei dando um selinho demorado nela.

— Era o que te faltava pra ficar mais gostoso, uma aliança no dedo. - Ela falou sorrindo forçado e eu gargalhei abraçando ela.

Aquela PessoaOnde histórias criam vida. Descubra agora