100

4.6K 252 59
                                    

Pra melhor entendimento, recomendo que vocês leiam os dois capítulos anteriores.

Enzo Martins

    Já tinha se passado uns trinta minutos e o Felipe não parava de papear em uma rodinha aleatória.

 
— To começando a ficar puto. - Falei alisando a perna da Cecília.

— Por quê? - Ela perguntou me olhando com a testa franzida.

— Essa porra desse moleque não para de conversar, pior que uma matraca. - Falei bufando e a Cecília gargalhou — Tu ri, né?

— Uai amor, melhor eu rir do que chorar. - Ela respondeu sorrindo.

— Quero ver se você vai continuar sorrindo assim quando a Amanda der um pt ali. - Falei olhando na direção da Amanda e a Cecília olhou também.

— Já perdi as contas de quantos copos ela encheu em quarenta minutos. - Cecília falou com o tom de voz um pouco preocupado — Cata lá o Felipe pra explicar essa história pra gente antes que a minha amiga dê um coma alcoólico.

— Só se eu arrastar ele de lá, amor. - Falei irônico e ela me olhou esperando que eu fizesse algo — Eu tava brincando, não vou arrastar ele de lá.

— Vai sim. - A Cecília disse me empurrando.

     Fui atrás do Felipe, que ainda tava conversando com um povo.

    Fiquei na reta dos olhos dele e cruzei os braços, esperando ele me olhar e perceber.

    Ele tava rindo de alguma coisa que falaram e me olhou rápido, voltando o olhar pra mim na velocidade da luz.

   Vi que ele fechou o sorriso e falou algo pra galera, se afastando e vindo na minha direção.

— Qual foi? - Perguntou se aproximando.

— Cecília quer falar contigo. - Falei olhando na direção da Cecília, que tava sentada mexendo no celular.

— Tá ué, bora lá. - Ele deu de ombros e caminhou na minha frente — Quer falar o que comigo, loira?

— Na real eu não queria falar nada, queria te bater. - Ela disse brava largando o celular.

— O que eu fiz agora? É por causa do meu atraso? - Ele perguntou sem entender.

— O seu atraso pra minha festa na SUA casa? Não, não é por isso. - Ela respondeu debochada.

— É por causa daquilo ali, olha. - Apontei com os olhos pra direção da Amanda, que tava virando shot com umas pessoas estranhas.

— O que deu nela, porra? - Ele fechou a cara assim que viu essa cena da Amanda — Vocês não vão fazer nada?

— Não, você vai. - Respondi olhando feio pra ele.

— Tem como vocês serem específicos? Realmente não to entendendo. - Ele falou começando a se irritar.

— Pergunta pra aquela piranha que subiu lá pro seu quarto. - A Cecilia murmurou apontando pra escada e eu segurei o riso pelo jeito que ela falou.

O Felipe parou pra pensar e começou a gargalhar.

Olhei pra Cecília sem entender e ela me olhou com a mesma cara.

— Qual foi a piada que eu não entendi? - A Cecilia perguntou cruzando os braços.

— Vocês dois achando besteira. - Ele falou respirando pra se recuperar da crise de riso.

— E quem é a menina, então? - Perguntei.

— Primeiro, Cecília, que a "piranha" não foi pro meu quarto. - Ele disse dando ênfase olhando pra Cecília.

— Foi pra onde? - Ela perguntou levantando.

— Pro quarto da minha mãe. - Ele respondeu sincero e eu e a Cecília nos olhamos de novo.

— Segundo, Enzo, que a "menina" é a minha prima. - Ele respondeu olhando pra mim agora, e eu sentei jogando a cabeça pra trás aliviado.

— Tá, ok. - A Cecília disse aliviada também sentando no meu colo — Acho que nos precipitamos um pouco, amor.

— Amor? - O Felipe olhou pra gente sem entender e o olhar dele parou na minha aliança — Caralho, viado. Vocês dois tão usando aliança, eu não tinha percebido.

— É claro que não tinha percebido, tava ali conversando fiado pior que mulher. - Falei sorrindo falso pra ele.

— Ô Felipe, vem cá. Por que você chegou atrasado? Essa parte tu não explicou. - A Cecília perguntou curiosa.

— Porque eu fui buscar a minha prima no aeroporto. - Ele respondeu sentando do nosso lado — Ela mora em Brasília, veio ajudar minha mãe em alguma coisa lá da empresa.

— É, a gente se precipitou e muito. - Falei olhando pra Cecília, que passou os braços pelo meu pescoço.

— Agora você vai resolver o probleminha chamado Amanda, Felipe. - A Cecília jogou a bomba pra ele.

— Nem fudendo, se eu chegar perto é capaz dela me matar aqui na frente de todo mundo. - Ele negou cruzando os braços.

— Se vira, moleque. Isso aí é b.o teu. - Falei abraçando a cintura da Cecília.

— Vocês tiram conclusão precipitada e eu que me fodo? - Ele perguntou sem acreditar.

— Sim? - A Cecília respondeu no mesmo tom. — Desculpa, Felipe. Mas você atrasa pra caramba, chega aqui com uma menina que ninguém sabe quem é e depois essa suposta menina sobe as escadas. Você queria que a gente pensasse o que?

— Em nada, ué. Vocês tinham que me perguntar antes de qualquer coisa. - Ele respondeu puto.

— A gente quis te perguntar, mas você não calava a porra da boca com aquela rodinha que tu se enfiou desde que pisou aqui. - Falei sincero.

— E eu acho bom você explicar toda essa situação pra Amanda logo, antes que ela faça besteira. - A Cecília falou preocupada dando uma checada na Amanda com o olhar.

— Agora fudeu mesmo. - Felipe negou com a cabeça levantando e indo na direção da Amanda.

Aquela PessoaOnde histórias criam vida. Descubra agora