jatos d'água

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Porchay

Acordei com uma falta de ânimo tão grande, que foi um esforço imenso pra levantar da cama. Porsche estava fazendo lanches na cozinha quando desci as escadas pra colocar comida pra Snow, que miava como se passasse fome.

- bom dia senhor madrugada – disse colocando sanduíches em uma bolsa. Pra minha infelicidade, ele percebeu que passei a madrugada assistindo.

- bom dia – respondi – dormiu bem?

- nem vem. Você dormiu enquanto eu estava fora? – não. Quase nada.

- claro que sim. Foi só dessa vez – ele me olhou como quem não acreditava. É difícil enganar esse cara – tá, tá eu admito. Fiz isso várias vezes. Mas você não estava aqui pra me colocar pra dormir. Eu tenho um ponto

- Chay.. – a sua expressão foi triste, e me deixou mais desanimado ainda.

- sem sermão. Vou tomar um banho pra despertar, hoje vai ser um dia muito produtivo pra minha vida de sedentário! – levantei em um pulo e subi as escadas antes que ele pudesse falar qualquer coisa. Não quero ser lembrado do quanto posso ser infantil quando se trata de Porsche.

Depois de um tempo desci novamente com uma pequena bolsa com que eu precisaria pra cuidar de Snow, e – contra sua vontade – coloquei uma coleira nela, que lembrava mais uma blusinha.

- prontos? – perguntou Porsche sorrindo na porta de casa

- sim! – eu respondi pulando pra dentro do carro.

Minha roupa nunca foi tão perfeita. Estava um calor tão grande que parecia que o sol quisesse nos beijar (ou matar). Então minha simples blusa coloridinha de tons pastéis, com mangas curtas e meus shorts jeans, foram uma ótima escolha.

Chegando lá, avistei Kinn, que infelizmente não estava acompanhado de quem eu realmente gostaria. Tankhun não estava lá, e sim Kimhan. Que pena.

Porsche estirou uma toalha cumprida na parte com grama, debaixo da sombra. Ele e Kinn se sentaram nela e colocaram os lanches. Kimhan, por sua vez, sentou um pouco afastado.

Sentei junto dos dois e arrumei Snow, que parecia ansiosa pra sua exploração. Virei por vigésimos de segundo e ela havia sumido. CADÊ A MINHA GATA. Eu estava claramente desesperado achando que alguma criança rebelde tinha pegado ela e fugido. Pra minha felicidade, ou tristeza, Kimhan estava com ela nos braços, fazendo carinho de uma forma estranha e provocando-a

- ei! Pode me devolver?- tentei me aproximar, mas ele começou a se afastar mais.

- acho que ela está bem mais feliz comigo. – ele sorriu – e que sorriso- brincando com a minha cara e começou a andar mais pra longe.

Quanto mais eu o seguia, mais rápido ele ia, até chegar o ponto em que estávamos longe de Kinn e Porsche, mas o suficiente pra que eu pudesse ver dois pontinhos se abraçando na grama.

Parei recuperando meu fôlego, com o Sr. Arrogância em uma distancia considerável com a minha bolinha de pelos nos braços, que aliás, parecia não se importar nada com aquilo.

Ele olhou pra os meus pés e começou a rir, oque me deixou confuso. Olhei pra baixo e vi.. buraquinhos? Espera-

Jatos d' água saíram do chão me encharcando. No começo eu fiquei irritado, mas depois comecei a me divertir. Era refrescante e até que engraçado. Várias crianças correram e começaram a brincar também.

No fundo, eu ainda sinto como se tivesse 9 anos. Era uma sensação incrível! Risadas inocentes pra tudo que era canto, água voando e pequenos arco-íris sendo formados pelos raios de sol.

Pirralho atrevido!            Kimchay/JeffcodeOnde histórias criam vida. Descubra agora