Karaokê

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Kimhan 

depois do que rolou - há uma semana-, admito ficar com um pé atrás de tudo que Porsche oferecia ou fazia. A gente sempre desconfia, né? Fiquei ainda mais surpreso com a reação do meu irmão mais velho. Impressionante. 

Porchay e eu estamos mais uma vez, grudados. Algo mais simples, como consolo. 

Quando Chay senta no meu colo, sempre o encaro,  pra ter certeza da sua intenção. Hoje, quando chegou me agarrando antes de irmos para a faculdade, percebi que apenas queria carinho. Então, como um bom namorado, enchi de apertos e beijinhos. O clima estava frio, logo, seu casaco era 2x maior que seu próprio corpo. Pessoalmente, acho fofo. 

- Tudo bem com você, anjo? 

- hm - respondeu colocando o cinto. - só não estou animado. Soube que vamos ter trabalhos em duplas, e sabe? não gosto muito. Às vezes um ou outro se esforça, mas é raro. Não gosto de fazer sozinho e dar crédito de graça para outras pessoas. Melhor fazer individual mesmo. Sabia que hoje eu trouxe dinheiro pra ir ao karaokê com meus amigos? parece que sou uma criança, mas Hia deixou. Ele só disse que eu não poderia beber. Como se eu seguisse esses exemplos. Aliás, quer ir comigo? eu gosto quando a gente sai, mesmo que nas outras mil vezes, você tenha ido pra que eu não encontrasse nenhum barman gatinho - e depois de uma risadinha, parou para olhar a janela 

Podem ser dois minutos ou duas horas, que durem o tempo que for! Mas uma das coisas mais perfeitas nesse garoto, é a forma como ele se perde e fala dez assuntos sem pausa para fôlego. 

- trabalhos? que chato. Se não te ajudarem, eu ajudo e você não coloca o nome dele ou dela. Infelizmente não posso ir hoje, anjo. E concordo com Porsche. Nada de beber, nem barmans! 

- tudo bem - assim que o sinal fechou na estrada, e eu pude parar o carro. Olhei nos seus olhos e coloquei a mecha de cabeço atrás de sua orelha. 

- te amo.. - sussurrei, deixando um beijinho rápido, antes de continuar caminho. 

Olhei de canto e vi seu rosto se avermelhar. Sem respostas, além do silêncio tímido. 

- chegamos! 

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Enquanto caminhava rumo ao refeitório, ouvi uma risada alta, inconfundível. Fui na direção que ela vinha e achei Porchay gargalhando enquanto conversava com outro garoto. Revirei os olhos e me aproximei normalmente.

- se foi tão ruim, por que não para de rir? - disse

- eu não sei - admito sorrir também, de simplesmente ver seus olhos se apertarem.

- ah, Chay... - tive um mal pressentimento sobre a forma como ele observava o meu namorado, então permaneci afastado - já disse o quanto você é fofo?

Soltei uma risada baixa, talvez mais como deboche.

Observei até o momento que tentou colocar a mão na sua bochecha, sendo EVITADO.

Tão lindo, meu anjinho fechando a cara pra tentativa do toque

- hm, eu sou que sou perfeito. - sorriu

- por que se afastou? - talvez eu pudesse chegar com um "porque ele já tem dono", mas será que Porchay não se sentiria mal da faculdade toda saber?

- talvez porque você devesse perguntar antes, não é? - minha entrada triunfal nem foi tanta coisa, mas fico feliz de ter sido recebido por risadinhas

Pirralho atrevido!            Kimchay/JeffcodeOnde histórias criam vida. Descubra agora