Capítulo 16

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O céu noturno estava límpido, não haviam estrelas, mas a corrente de vento soprava fria. A sensação era sombria para uma simples noite de verão.

Ace pilotou até a empresa de Anthony, e no guidão da moto, em seu lado direito, ele carregava a maleta preta com a documentação falsa que havia conseguido no cofre do anexo. Ao chegar no estacionamento interno, ele parou sua moto ao lado do carro de Rick. O rapaz removeu seu capacete e o colocou no guidão, e apanhando a maleta, ele seguiu para o elevador, fazendo o percurso até o escritório de seu pai. Quando a porta prateada do elevador abriu no andar desejado, Ace caminhou pelo corredor até a última porta preta. Aquele andar em específico estava extremamente quieto. Ele passou pela mesa vazia da secretária e abriu a porta do escritório. Ao fechá-la atrás de si, varreu o local silencioso com os olhos, até capturar Rick sentado confortavelmente na cadeira do Sr. Vega, lendo alguns papéis em mãos.

— Achei que estivesse com receio de ser pego. — ele comentou ao se aproximar.

Rick nem sequer desviou os olhos do que lia. Havia conseguido muitas informações valiosas naquele meio tempo.

— Há coisas que valem a pena.

Ace contornou a mesa, passou pela cadeira onde Rick estava e se dirigiu para o cofre escancarado. Ele deu uma boa olhada no que havia dentro: algumas caixas de jóias e diamantes, um álbum de fotos, e uma arma. Ace franziu o rosto e inseriu a maleta dentro do cofre, voltando-se para Rick no momento seguinte.

— O que está fazendo? — perguntou com uma pequena nota de incômodo, embora soubesse muito bem que o outro rapaz estava a obter conhecimentos sigilosos da empresa.

Rick fechou a pasta em sua mão e a largou sobre a mesa despreocupadamente.

— Você não faz parte da corporação, não tem que se preocupar com isso. — seu tom de superioridade, como se sua posição estivesse tão elevada quanto os céus, despertava uma irritação profunda em Ace.

— Guarde o que pegou e vamos sair daqui! — disparou Ace em tom de reprovação. Ele se aproximou da mesa, abriu a maleta que estava sobre ela e analisou os documentos. Enquanto isso, Rick devolvia as pastas e papeladas que havia apanhado, para o cofre.

Ace fechou a maleta acionando as duas travas douradas, empunhou a alça curta e se dirigiu para a porta. Rick acabara de fechar o cofre, guardou as mãos nos bolsos e se virou para seguir caminho, foi nesse exato momento que a situação equilibrou-se em uma linha fina e trêmula. Um dos seguranças do Sr. Vega abriu a porta antes que Ace pudesse chegar até ela. Os rapazes sabiam que isso poderia acontecer, mas não esperavam que realmente acontecesse.

O homem de terno olhou de um para o outro e sua expressão imediatamente se tornou alerta ao notar a maleta na mão de Ace. Ele fechou a porta atrás de si e elevou uma mão até a altura das costelas em um gesto cético, e com os olhos espremidos em uma expressão desconfiada, perguntou:

— O que estão fazendo aqui?

Ace olhou para Rick, seu rosto pedia por um improviso da parte dele, mas o rapaz apenas encolheu os ombros, como se aquela responsabilidade não fosse sua, ou como se soubesse que Ace iria dar uma jeito de resolver sozinho.

Enquanto isso, o homem apanhou o celular do bolso, e na discagem rápida acionou o número do Sr. Vega.

Ace voltou sua atenção para ele após a atitude de Rick incendiar seu estômago de raiva instantânea, o que contribuiu para o seu próximo ato. Ao ver o homem levar o celular até a orelha, Ace não pensou duas vezes. Segurou com firmeza em cada lado lateral da maleta, e a usou para desferir um golpe violento contra o rosto do segurança. O efeito foi instantâneo. Sangue escorria do nariz do homem, mas aquilo não foi suficiente para detê-lo. Apesar da dor excruciante, ele tentou revidar, avançando com os punhos, mas não houve sucesso em sua intenção, Ace era rápido e desviou, e movido pelo estresse que estava passando, sua mente anuviou e ele desferiu outro golpe forte demais com a maleta, sendo esse o motivo do homem perder a consciência e desabar com um baque pesado no chão, mas antes dele, o celular em sua mão caiu primeiro, quicando para alguns centímetros longe do corpo.

Night Rise (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora