Capítulo 26

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— Você está bem? — Ethan perguntava preocupado. Seu braço estava ao redor de Ayla e sua outra mão enxugava as lágrimas recorrentes que escapavam dos olhos dela.

O peito da jovem subia e descia em uma respiração rasa. Não havia sinal de grande choro, mas seu rosto continuava a ser regado por fios de alívio. Ela estava segura, mas ainda parecia superficial, como se ainda não pudesse de fato relaxar.

A jovem ergueu o olhar para Ethan, e como uma avalanche a atingindo, ou um desejo se realizando, ela finalmente deixou soluços escaparem, atirando-se no pescoço dele, sentindo os braços acolhedores que tanto lhe fez falta nos últimos dias.

E enquanto isso, Rick dirigia em uma velocidade alta pelas vias da costa, desrespeitando todas as placas de trânsito e os radares, tudo para chegar rapidamente ao hospital, a fim de checar a saúde de Ayla e sua gravidez.

***

Verônica enxugou o rosto com as mãos e voltou para a sala, enquanto isso, Ian montava em sua moto e acelerava rumo a Mornington Peninsula.

A menina sentou-se e procurou atrás de seu laptop um fone de ouvido com microfone, ao apanhá-lo, acomodou diretamente em seus ouvidos, ajustando o microfone perto da boca, e com alguns cliques nas teclas, ela ligou para Ace.

O rapaz atendeu após alguns segundos. Ele estava encostado em sua moto dentro de um estacionamento interno com iluminação baixa, ao seu lado havia um carro preto com quatro homens de feições sérias e trajados de terno.

Ace usava uma jaqueta de couro preta sobre uma camiseta branca. Ele levou o celular até a orelha e atendeu a chamada.

Ela está no quinto andar em uma reunião com Jofrey Suit. — declarou Verônica através da linha. — Vou enviar uma falsa emergência para o celular dele e você entra quando ele sair.

— Não precisa enviar nada. Irei entrar de qualquer jeito. — Ace levantou da moto e passou pelo carro dando duas palmadinhas no capô, sinalizando-o para que os homens o seguissem.

Certo, então... vou invadir as câmeras para que a segurança não te veja saindo com ela.

— Obrigado, Verônica. — Ace desligou, guardou o celular no bolso da jaqueta e andou até o elevador prateado com os homens em seu encalço.

Todos entraram quando a porta abriu, sendo Ace o último, e apertando o botão do quinto andar, sentiu o leve alavancar do elevador sob seus pés. Aquele prédio não era muito alto e estava até um pouco decadente.

A porta prateada se abriu, e Ace andou para fora, mirando a porta de vidro fumê no final do corredor de paredes em um tom escuro e sem graça de verde.

O rapaz abriu a porta rudemente, avistando mais à frente, uma mulher sentada na beirada da mesa do escritório. Ela usava uma calça branca que quase cobria seus saltos por inteiro, e blusa preta sob o blazer oversize branco e muito chique. Em sua cabeça, sobre os imensos esbeltos fios negros estava um chapéu floppy de cor branca, e em seus dedos, pescoço e orelhas, vários acessórios de ouro. Seu rosto bonito era alvo e suas feições lembravam muito Ayla.

A frente dela estava um homem grisalho e não muito alto. Sua gravata estava frouxa e seu semblante descontraído mudou rapidamente para confusão ao ver Ace se aproximar, e atrás dele, quatro seguranças.

— O que está acontecendo aqui? — o homem disparou confuso enquanto os seguranças lhe cercavam. Já a mulher perdeu a cor do rosto quando seus olhos encontraram os de Ace.

— Tranquem o velho no banheiro. — ele ordenou.

A mulher levantou lentamente com a cara lívida de terror. Era como se tivesse viajado para uma dimensão diferente onde as coisas só podiam dar errado.

Night Rise (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora