Capítulo 4

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— Por que você acha que eles mentiram? — Ethan questionou Ayla enquanto Ace fazia uma preleção sobre os dados da temporada anterior.

Ninguém estava prestando atenção. Após o nascimento de seu filho, ele marcou várias reuniões inúteis para tentar se realocar no seu posto e conciliar sua nova vida de pai com a sua vida de Chefe de Equipe e diretor da Apex Cycles.

— Provavelmente estão fazendo algo mais interessante — Ayla respondeu enquanto vasculhava sua bolsa. — Onde está o brinquedo que eu comprei para o bebê? — ela murmurou sozinha.

— Você deixou no carro — Ethan respondeu com eficiência.

— E a minha pasta? — ela olhou passou a vista pela mesa, procurando.

— Também no carro. Quer que eu vá buscar pra você?

— Não — ela parou de procurar, olhando para o nada por um segundo. — Deixa que eu vou — a jovem jogou a bolsa no colo de Ethan e apanhou seu celular na mesa, levantou-se, e caminhou para a porta.

— Ei! Ayla! — a voz de Ace ressoou autoritária. — Aonde você vai? Eu não terminei! — ele apontou o dedo indicador na direção dela.

— Ah, cala essa boca! — ela bateu a porta ao sair. Ace ficaria chocado em qualquer outro momento pois aquela atitude não era do feitio de sua irmã, entretanto, levando em consideração o efeito que o garotinho alegre em seu colo remetia a todos ao seu redor, ele deixou esse pequeno detalhe passar em branco. O rapaz abaixou o braço, incrédulo, e depois andou até Nicole, em uma das cadeiras da longa mesa.

— Está vendo? Ninguém me respeita mais! — sussurrou urgente. — É por causa desse bebê! — ele entregou o menininho para ela. — Ele me amolece!

***

Ayla, aparentemente inquieta, tomou o elevador e desceu para o estacionamento externo. Ao chegar em seu carro, ela abriu a porta do banco traseiro, onde estava uma sacola de marca infantil, mas sua pasta não estava por lá. Ela se afastou sem apanhar a sacola, pretendendo procurar a pasta no banco da frente, mas, o que não esperava era a presença de um homem estranho às suas costas. Ayla não teve tempo de se virar, ele a agarrou por trás, tapando sua boca e nariz com um lencinho umedecido por clorofórmio.

Os olhos da jovem saltaram, o celular que segurava caíra de sua mão e, instantes depois, a escuridão invadiu todos os seus sentidos.

Os minutos passaram muito rápido e Ethan não parava de checar o relógio no pulso. Ace continuava falando mas o rapaz estava ficando cada vez mais preocupado com a ausência de sua amada, e como de praxe, ele levantou e decidiu procurá-la, como sempre fazia a cada vez que ela saía e demorava para retornar.

— Ei! Ethan! Aonde você vai? — Ace apontou o dedo para ele. — Não tem nenhum bebê no meu colo, eu sou o seu che... — a porta bateu. Ethan nem sequer havia olhado para trás.

Ace pousou as mãos na cintura, descrente e boquiaberto.

Ethan desceu os andares pelo elevador e pegou rumo para o carro de Ayla. Ela não estava lá, mas a porta traseira estava escancarada. Ele se aproximou e verificou dentro do carro, depois olhou em volta, e nem sinal da jovem. A sacola que ela havia ido buscar ainda estava lá.

O rapaz coçou a cabeça, desconfiado, e quando baixou a vista para pensar mais um pouco, notou o celular dela caído no chão, quase embaixo da carroceria. Ethan o apanhou e uma sensação horrível congelou seus ossos. Ele olhou em volta mais uma vez, depois olhou para o celular, e com os pensamentos correndo pelo pior, ele se apressou para dentro do edifício mais uma vez.

Ethan correu para a recepção, se debruçando no balcão.

— Oi... — disse ele com os olhos agitados. — Eu preciso ver as câmeras de segurança do estacionamento!

Night Rise (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora