Capítulo 5

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Horas se passaram, e os sequestradores não forneceram nenhum tipo de contato.

Ethan estava sentado no sofá com o rosto entre as mãos. O clima estava pesado, como um conjunto de nuvens carregadas trazendo uma tempestade.

— Eu não achei que fosse demorar tanto, mas acho que isso vai se estender até amanhã — Ace, à um canto da sala, falava baixinho com Tio Brady. — Vou precisar da sua ajuda lá na sede...

Tio Brady olhou em volta, observando o estado de Ethan no sofá, com as mãos cobrindo o rosto, e os meninos tensos aos arredores.

— Eu não acho que eles vão querer voltar até isso se resolver.

Ace também olhou para a mesma direção.

— Eu sei. É por isso que eu vou dispensar a equipe por alguns dias, mas, algumas encomendas irão chegar e eu sempre confiro as peças manualmente...

— Deixa que faço isso pra você, não tem problema. — Tio Brady respondeu com gentileza.

Ace coçou a testa, conformado. Seu humor oscilava entre muito confiante e muito abalado.

— Obrigado. — ele voltou a mão para a cintura e assentiu com a cabeça.

Passado alguns minutos a mais, Ace foi até o centro da sala novamente. Desde que eles chegaram ali, ninguém deixou o anexo.

— Vamos esperar algum contato até amanhã. — Começou ele em voz alta. — Caso n...

— Esperar? — Ethan o interrompeu, franzindo o rosto. — Esperar mais? Está falando sério?

— Eu estou tão preocupado quanto todo mundo aqui, mas estou tentando fazer as coisas do melhor jeito. — Ace respondeu, tentando passar segurança não só para Ethan, mas também para o restante, especialmente Alex.

— Ela não pode ficar presa! — Ethan exclamou com urgência, como se estivesse dando um lembrete ao outro rapaz.

— Acha que eu quero deixar a minha irmã sozinha, presa, refém, sabe-se Deus lá de quem? — Ace franziu a testa com indignação.

— Isso significa que precisamos fazer alguma coisa! — Ethan relatou.

— Eu estou fazendo!

— Você não está entendendo! — Ethan ficou de pé, gesticulando com as mãos e tentando passar a importância de suas palavras de alguma forma. — Ayla está grávida! — acrescentou ele.

Ace que parecia ter tanta coisa para dizer, perdeu as palavras no mesmo instante.

Um silêncio se prolongou na sala, deixando apenas rostos levemente chocados e boquiabertos. Até que o bebê no colo de Nicole, soltou uma balbucia meiga e risonha.

— Tu comeu a minha irmã? — Alex perguntou em um tom repleto de indignação, franzindo o rosto em uma careta.

— Quê que você acha que ele vem fazendo até agora, gênio? — Tom respondeu com uma entonação preguiçosa de obviedade.

— Isso você devia ter me avisado antes... — Ace murmurou esfregando o rosto, como se aquele fato só pesasse ainda mais o fardo de sua cruz.

Ethan andou até ele.

— Eu entendo que você queira fazer isso do jeito certo, mas eu não posso arriscar perder minha mulher e meu filho — disse com firmeza, olhando-o nos olhos.

Ace perdeu o ar por um segundo, levando uma mão pesadíssima até o ombro do companheiro.

— Abaixa a bola que vocês nem se casaram ainda.

Night Rise (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora