Capítulo 19

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Verônica recuperando seu ar, afastou minimamente do rapaz para ajeitar os óculos em sua face com ambas as mãos. Seu sangue ainda estava tórrido, mas a adrenalina causada pelo orgasmo estava se esvaindo aos poucos e sua consciência voltando.

Ian segurou o queixo dela entre o polegar e o indicador, e o ergueu, fazendo-a olhá-lo, e, quando seus olhos se encontraram, o rosto dela coloriu em um rubor maior.

Ian percebia a vergonha que ela sentia, mas ele mesmo já havia passado por emoções demais naquela noite e estava se cansando disso. Não queria deixar que ela fosse sentenciada, mas também não desistiria de fazer o possível para obter respostas.

— Você vai cooperar comigo a partir desse momento. — disse ele em tom de seriedade. — As coisas estão ficando divertidas e eu não quero ter que te entregar para ninguém agora. Então a gente vai subir e você vai abrir a boca, entendeu?

Verônica engoliu em seco. Seu mundo havia virado de cabeça para baixo. Ela assentiu uma vez, concordando. Ian soltou o queixo dela e se afastou para que ela passasse primeiro. Ele pôs a palma da mão nas costas dela, incitando-a a andar na frente.

A jovem deu seus primeiros passos hesitantes com Ian atrás de si. Eles seguiram juntos e dobraram na esquina, se direcionando para a porta dos fundos. O rapaz guardou suas mãos nos bolsos enquanto eles entravam na cozinha. Verônica olhou de relance para Nancy e Tom, muito próximos um do outro. Ele encostado na bancada da pia com uma garrafa de cerveja na mão, e ela de braços cruzados diante dele. Pareciam cochichar um com o outro.

Ian e Verônica passaram direto, dobrando em mais um corredor e seguindo para as escadas.

— Você sabe que eles dois... — ela começou a falar ao subir os primeiros degraus, olhando por cima do ombro e segurando no corrimão, mas Ian atrás dela interrompeu sua frase com um cortante:

— Não é da minha conta.

Verônica se calou emburrada, continuando a subir até o primeiro corredor.

***

Tom e Nancy seguiram o casal com o olhar até eles desaparecerem.

— Ele tá muito interessado nessa pirralha... — Tom comentou.

— Eu entendo ele. Ela é muito bonitinha e toda cheia de marra... — Nancy retrucou em um tom sugestivo e um sorriso malicioso enquanto olhava na direção que eles haviam sumido.

Tom segurou o riso para não se engasgar com o líquido maltado que dançava em sua língua.

— Mas voltando ao assunto... — ela tornou a olhá-lo e deslizou a palma da mão pelo peitoral dele, subindo até o ombro com um sorriso lateral em seus lábios.

Tom engoliu a bebida, sentindo o álcool atingir sua garganta.

— Eu não vou fazer uma tatuagem da amizade com você! — ele respondeu balançando a cabeça.

***

Ian abriu a porta de um cômodo para Verônica, esperando que ela entrasse primeiro. A jovem estava com a pulsação a mil, esfregando um braço, nervosa. Ela suspirou pesado, preparando-se para enfrentar a conversa que viria pela frente, e com a pouca coragem que possuía, perpassou com seus primeiros passos firmes.

Ao olhar ao redor, dentro do cômodo, percebeu que se tratava de um quarto, assim como o que Ace a forneceu para que ficasse hospedada até o fim de seu trabalho no anexo. Ela ouviu a porta batendo atrás de si e o click da chave a trancando.

Verônica virou-se com uma expressão confusa.

— Achei que você ia me levar para negociar, ou ao menos traçar um plano para a volta de Ayla Vega

Night Rise (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora