Capítulo 32

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— Eu não acredito que você me trouxe mesmo para a sua casa! — disse Verônica, desacreditada. A menina entrava devagar na casa enquanto o rapaz à sua frente carregava uma mala grande em cada mão.

— A ideia foi sua. — Ian rebateu ao deixar as malas cor de rosa no chão da sala.

Verônica andou em círculos devagar, olhando por todo lado. Era tudo muito limpo e arrumado, e também muito simples. Não havia decorações nem cores. Apenas móveis cor de madeira clara, quase da mesma cor que o piso.

O rapaz conferiu as horas no relógio em seu pulso. Estava tarde da noite.

— Pode olhar a casa mas não mexa nas minhas coisas. — disse ele antes de seguir andando para seu quarto.

Verônica imitou a fala dele sem emitir som enquanto ele estava de costas, e com um ar desgostoso, passou a andar pela sala. Não tinha absolutamente nada para ver ali, então, passado poucos segundos, ela decidiu seguir pelo caminho que ele havia ido. Ao andar pelo corredor, a jovem parou na primeira porta aberta. O rapaz estava enchendo uma mochila com roupas.

Ela escorou o ombro na moldura da porta, o mirando com estranheza. Ian agora fechava o zíper da bolsa e colocava uma alça em seu ombro.

— Você vai embora? — ela perguntou.

O rapaz andou até ela, parando próximo demais e encarando seus olhos castanhos escuros.

— Quer que eu durma com você?

A menina grunhiu de nojo.

— Eu detesto pessoas grudentas! — disse ela ao fingir que sentiu um arrepio pelo corpo.

Ian a encarou seriamente. Ele não acreditava em nenhuma palavra proferida por ela, e em silêncio, ele se afastou, seguindo do corredor diretamente para a porta da sala.

Verônica o seguiu com os olhos. Um meio sorriso se formava em seus lábios enquanto ela o assistia ir embora, pensando em quais vantagens poderia tirar daquela situação, e brincar com Ian por tempo determinado até poderia ser divertido, contando que não fossem longe demais.

Só até isso acabar... — ela disse a si mesma em pensamentos.

***

Ethan usava uma camiseta branca e calças moletom cinza. Um de seus braços estava atrás de sua cabeça, sobre o travesseiro, e outro acomodava a nuca de Ayla, que com as mãos unidas na barriga sobre o tecido macio de sua camisola de seda, deixava suas pernas com joelhos flexionados caídas para o lado, encostadas nas dele.

Acima deles, o teto do quarto escuro mostrava estrelas de LED azul por todo comprimento branco.

— Perdemos a casa? — a voz dela preencheu o silêncio.

— Não — ele respondeu sorridente. — A Nancy conseguiu.

— Podemos começar a mudança amanhã?

Ethan espremeu os olhos para o teto.

— Você não queria mudar os móveis? Não escolhemos os novos ainda

— Podemos fazer isso depois.

O rapaz demorou para responder.

— Por que você está com pressa, princesa?

Ayla também demorou.

— Eu só... — a voz dela saiu mais baixa, receosa. — Queria começar nossa vida...

O coração de Ethan assumiu um ritmo mais lento, como se tudo parasse novamente. Lágrimas se prepararam em suas órbitas e um sorriso tímido e triste invadiu seu rosto.

Night Rise (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora