Capítulo 43

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Verônica estava imersa na coordenação eufórica que sua mente lhe focava, guiando as imagens fornecidas pelos drones e as colocando nos ar no momento certo.

Os espectadores e apostadores assistiam aos telões postos em locais estratégicos daquele lugar com muita emoção. Estava no fim da terceira corrida entre dois motociclistas. Um do Comando Sul, e o outro de uma gangue de motoqueiros de outro território.

Verônica liderava o computador entre Roy e Lamar que faziam trabalhos distintos ao seu.

Roy computava as estatísticas dos pilotos vencedores e perdedores, e mostrava quem estava na frente nas colunas computadorizadas que apareciam nas imagens transmitidas, permitindo a visibilidade correta para quem assistia, o que ajudava a situar as pessoas que chegavam atrasadas. Enquanto Lamar mantinha contato em tempo real com as pessoas que guiavam os drones que acompanhavam as motos. Esses eram 2 rapazes e 1 menina, espalhados pelo circuito.

Os rapazes plantados em pontos estratégicos seguiam com os drones os dois motociclistas. O trabalho ia além de fornecer as imagens para Verônica, pois caso alguém se machucasse na pista eles iriam contactar diretamente Lamar que acionaria ajuda. Já a garota fazia papel de sentinela, cobrindo a área que poderia ser interceptada pela polícia. Até o momento isso nunca havia acontecido, mas todo cuidado era pouco. Seria através do aviso prévio dessa menina que o restante poderia se dissipar e escapar. Ou seja, a segurança de certa forma, estava nas mãos de Lamar.

A corrida havia chegado ao fim, Verônica particularmente achou aquele trabalho mais fácil do que tirar doce de criança, mas admitia que acompanhar a adrenalina de primeira mão era excitante demais. Mais do que ela esperava. Ela tirou os fones do ouvido e o deixou sobre a mesa, sentindo uma sensação estranha e eletrizante, muito diferente de roubar dados pelo computador dentro de seu quarto.

Lamar e Roy também removeram seus fones, depois arrastaram suas cadeiras para perto de Verônica e se inclinaram para ela, encurralando-a.

Ao outro lado da extensa bancada, os gêmeos acompanhados por outros rapazes riam e conversavam, sempre mantendo uma atenção discreta e espiã na jovem.

— Eu sei que você se amarrou no trampo então vamo cortar essa e partir pro que interessa! — disparou Roy com uma expressão sugestiva.

— Isso aí! — Lamar acrescentou, se entreolhando com o amigo, um segundo antes de acrescentar:

— A verdade é que o Roy quer que você passe para a gente a receita daquele software de proteção!

Roy franziu a testa para o rapaz como se tivesse sido traído. Jogar tudo para cima dele não foi o que combinaram.

Verônica entre os dois suspirou e cruzou as pernas, recostando as costas na cadeira.

— Aquilo? Aquilo é canção de ninar para bebê dormir. Eu sei fazer muito mais...

Um sorriso ladino floresceu no rosto dos rapazes que se encararam mais uma vez antes de focar nela novamente.

— E então? — perguntou Roy, convencido de que a vida era um morango.

— Eu não vou ensinar nada de graça. — ela respondeu com seu olhar apontado para frente. Durante todo o trabalho havia esquecido de Ian, mas parando para analisar agora, ele não estava por perto. Isso abriu alas para dezenas de especulações sobre onde ele poderia estar agora.

— Não esperamos que você trabalhe de graça, florzinha — Lamar sorriu confiante. — Diga quanto você quer!

— Não é quanto eu quero, é o que eu quero.

Roy franziu o cenho percebendo que não viria algo muito bom a seguir. Ele recostou na cadeira, observando o rosto sério da jovem que ainda não os olhava.

Night Rise (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora