Verônica estava imersa na coordenação eufórica que sua mente lhe focava, guiando as imagens fornecidas pelos drones e as colocando nos ar no momento certo.
Os espectadores e apostadores assistiam aos telões postos em locais estratégicos daquele lugar com muita emoção. Estava no fim da terceira corrida entre dois motociclistas. Um do Comando Sul, e o outro de uma gangue de motoqueiros de outro território.
Verônica liderava o computador entre Roy e Lamar que faziam trabalhos distintos ao seu.
Roy computava as estatísticas dos pilotos vencedores e perdedores, e mostrava quem estava na frente nas colunas computadorizadas que apareciam nas imagens transmitidas, permitindo a visibilidade correta para quem assistia, o que ajudava a situar as pessoas que chegavam atrasadas. Enquanto Lamar mantinha contato em tempo real com as pessoas que guiavam os drones que acompanhavam as motos. Esses eram 2 rapazes e 1 menina, espalhados pelo circuito.
Os rapazes plantados em pontos estratégicos seguiam com os drones os dois motociclistas. O trabalho ia além de fornecer as imagens para Verônica, pois caso alguém se machucasse na pista eles iriam contactar diretamente Lamar que acionaria ajuda. Já a garota fazia papel de sentinela, cobrindo a área que poderia ser interceptada pela polícia. Até o momento isso nunca havia acontecido, mas todo cuidado era pouco. Seria através do aviso prévio dessa menina que o restante poderia se dissipar e escapar. Ou seja, a segurança de certa forma, estava nas mãos de Lamar.
A corrida havia chegado ao fim, Verônica particularmente achou aquele trabalho mais fácil do que tirar doce de criança, mas admitia que acompanhar a adrenalina de primeira mão era excitante demais. Mais do que ela esperava. Ela tirou os fones do ouvido e o deixou sobre a mesa, sentindo uma sensação estranha e eletrizante, muito diferente de roubar dados pelo computador dentro de seu quarto.
Lamar e Roy também removeram seus fones, depois arrastaram suas cadeiras para perto de Verônica e se inclinaram para ela, encurralando-a.
Ao outro lado da extensa bancada, os gêmeos acompanhados por outros rapazes riam e conversavam, sempre mantendo uma atenção discreta e espiã na jovem.
— Eu sei que você se amarrou no trampo então vamo cortar essa e partir pro que interessa! — disparou Roy com uma expressão sugestiva.
— Isso aí! — Lamar acrescentou, se entreolhando com o amigo, um segundo antes de acrescentar:
— A verdade é que o Roy quer que você passe para a gente a receita daquele software de proteção!
Roy franziu a testa para o rapaz como se tivesse sido traído. Jogar tudo para cima dele não foi o que combinaram.
Verônica entre os dois suspirou e cruzou as pernas, recostando as costas na cadeira.
— Aquilo? Aquilo é canção de ninar para bebê dormir. Eu sei fazer muito mais...
Um sorriso ladino floresceu no rosto dos rapazes que se encararam mais uma vez antes de focar nela novamente.
— E então? — perguntou Roy, convencido de que a vida era um morango.
— Eu não vou ensinar nada de graça. — ela respondeu com seu olhar apontado para frente. Durante todo o trabalho havia esquecido de Ian, mas parando para analisar agora, ele não estava por perto. Isso abriu alas para dezenas de especulações sobre onde ele poderia estar agora.
— Não esperamos que você trabalhe de graça, florzinha — Lamar sorriu confiante. — Diga quanto você quer!
— Não é quanto eu quero, é o que eu quero.
Roy franziu o cenho percebendo que não viria algo muito bom a seguir. Ele recostou na cadeira, observando o rosto sério da jovem que ainda não os olhava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Night Rise (Livro 2)
LosoweNa continuação da história de Night Ride, Ethan se depara com obstáculos inimagináveis quando Ayla é sequestrada. O resgate se torna sua prioridade, e com a colaboração do Comando Sul, de hackers, e até de companhias desagradáveis, o plano se inicia...