Capítulo 57

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Verônica comia um hambúrguer sentada em um sofá vermelho enquanto um dos gêmeos sentado no chão, massageava um de seus pés, e o outro sentado ao seu lado, segurava um copo de refrigerante.

— Sede! — disse ela, empinando o queixo na direção do menino ao seu lado, que de imediato elevou o copo com as duas mãos, mirando o canudo na boca dela.

Verônica sugou o líquido gasoso e o sentiu refrescar sua garganta, e antes que pudesse dar uma outra mordida em seu lanche, Ian entrou pela porta. Os gêmeos automaticamente olharam para ele como reféns pedindo silenciosamente por misericórdia.

O rapaz se aproximou devagar, analisando toda a cena. Parecia ter uma nuvem obscura acima dos garotos.

— Vocês estão liberados — disse ele, um pouco menos sério que o habitual.

O gêmeo que massageava o pé de Verônica por cima da meia branca, arregalou os olhos e felicidade e se apressou em calçar o tênis de volta no pé dela. Enquanto o outro, também com o semblante iluminado, recebia o resto do hambúrguer da menina.

— Não tem guardanapo? — ela perguntou, evitando abaixar seus dedos levemente melados de molho.

— Ah... — o menino olhou ao redor, bastante nervoso. — Eu esqueci... — ele respondeu em tom de medo. — Mas... — ele se inclinou em direção aos próprios joelhos, quase colando a barriga nas pernas. — Você pode limpar em mim!

Verônica conseguiu conter a careta que queria fazer, mas ainda revirou os olhos.

— Não seja ridículo... — ela virou a cara, abaixando as mãos. — Vão.

E só quando ela decretou, os dois garotos levantaram-se, acenaram rapidamente para Ian, e saíram do cômodo. Quando a porta bateu, Ian sentou no sofá, apoiando um braço nas costas dele e olhando para Verônica.

— Como foi que você virou o terror da vida deles em menos de um dia? — o jovem perguntou.

— Eu não faço ideia — ela respondeu, virando o rosto para ele e contemplando os olhos azuis. A menina se aproximou devagar, e quando Ian piscou, sentiu os lábios macios dela contra os seus, lhe seduzindo lentamente, porém... esse rapaz não era tão fácil de se enganar, e enquanto ela o beijava, ele flagrou uma mão furtiva suavemente limpando os dedos sujos em sua camiseta preta. Ian com os dedos em volta da mão dela, a ergueu na altura do rosto, olhando-a com um ar muito sério de repreensão.

Ao ser pega no flagra, Verônica afastou seus lábios e sorriu constrangida. Ela retraiu sua mão da dele, cruzou as pernas e manteve seu olhar para frente como se nada houvesse acontecido. Ian passou a mão pela camisa repetidamente, limpando o rastro deixado.

— Ah! — Verônica exclamou como se lembrasse de algo repentinamente, voltando seu olhar para o rapaz. — Eu falei com ela... — disse em um tom incerto e amargo ao mesmo tempo. — Ayla...

As sobrancelhas de Ian se uniram.

— O que? Por que? — ele se inclinou levemente para frente, preocupado. — Não era pra isso acontecer, Verônica! — ele disparou em tom de censura. — O que você disse pra ela?

A menina descruzou as pernas, inclinou-se para frente e apoiou os cotovelos nos joelhos, depois abaixou a cabeça e esfregou o pescoço com as duas mãos.

— Talvez eu tenha ido um pouco longe demais, mas nada que ela não fosse superar...

— Porra, Verônica! — Ian suspirou olhando para o lado e balançando a cabeça em negação.

— Foi mal — ela recostou no sofá, olhando-o com uma careta, como se soubesse que havia feito algo de ruim.

Ele a olhou com seriedade e a frieza habitual.

Night Rise (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora