32. JESUS CHRIST

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2024.

— Eu preciso.. Eu preciso ver... Eu preciso ver o rosto dele! Sai da minha frente, me deixa sozinho com ele!

O alterado Styles passa por seu pai, quase caindo devido ao tremor nas pernas.
Rory suspirou e saiu do cômodo, sussurrando para que Diego e o restante da equipe não entrassem.

Ele derramou um par de lágrimas pesadas pelo filho, encostando contra a porta do cômodo. Pensava que já não haviam esperanças para Harry. Depois disso, não mais.

— Não... Não consigo acreditar.
Diego sussurra para Rory, abaixando o olhar ao pôr uma das mãos na testa.

— Nem eu. — Rory nega com a cabeça, sentindo o gosto salgado das lágrimas invadindo os lábios ao que solta o ar devagar. — ... Simplesmente não. Não... Ele queria tanto ir para a Itália com Harry. Porra, puta merda.

[...] Do lado de dentro do cômodo, Harry passava por baixo das faixas amarelas de Crime Scene com pressa, pressa o suficiente para cair de joelhos ao lado do corpo coberto por um lençol amarelado; quando afastou o tecido, o rosto do maior automaticamente virou para o lado oposto numa expressão sôfrega e abatida de choro, soltando uma intensa lufada de ar.

Após alguns segundos olhando para o outro lado, Harry volta o olhar à Louis, que tinha os olhos e lábios abertos, imóvel; novamente chora, desta vez, mais alto. Muito mais audível, tanto que Rory e Diego podiam escutar do outro lado da porta.

Uma lágrima pesada e silenciosa correu dos olhos de Harry, pingando consequentemente num dos olhos de Louis.

Styles jogou a cabeça contra o peito de Louis e abafou o choro sofrido enquanto apertava a roupa dele, repetindo para que ele voltasse, que ficasse consigo.
— Nós temos que ir para Napoli, Louis, nós temos.. Nós temos que nos casar e ir para Napoli...

O intenso e tocante choro se agravava à medida que suas súplicas contínuas seguiam, prolongando uma tortura e dor imensurável dentro daquele cômodo branco cheio de corpos mortos cobertos por lençóis esbranquiçados, com apenas o sobretudo amarelo de Harry destacando-se no vazio cheio de tristeza.

Estar com o ouvido colado ao coração do único homem que amou, que amava, e não ouví-lo bater, fora como a junção da dor de todas as gargantas que ele já cortou. De todas as vidas que ele já tirou.
A única diferença era a de que Louis Tomlinson não mereceu o fim que teve.

-

— Estamos aqui no Maine do lado de fora da Igreja que acabou de se tornar a cena de um crime, onde um aparentemente assassinato-suicídio em massa sob a liderança do Pastor da igreja, aconteceu. Fontes alegaram que o Pastor acreditava ser a encarnação de Deus, e o filho dele, de Jesus. Ainda não temos o número de mortes ou mais informações sobre os envolvidos. Eu já retorno com atualizações para vocês.

Os jornalistas estavam aéreos do lado de fora da igreja, buscando incessantemente por informações. Câmeras e gravadoras apontadas para todos os locais ao redor da igreja, os policiais afastavam-nos quando tentavam se aproximar.

— Ainda não podemos compartilhar nenhuma informação. Fiquem longe das faixas.

— O Pastor se suicidou? Ele levou todos ao suicídio como Jim Jones?
— Ele e o filho arquitetaram tudo?

Perguntavam em conjunto, repetidamente.

Dentro de uma das viaturas do FBI, Vittore observava o caos que estava o local. Engoliu um seco, mexendo ansiosamente com os dedos. Se perguntava quando, em que momento, é que sua viagem turística virou completamente de cabeça para baixo.
Por outro lado, a aparição de Diego parecia fazer tudo continuar valendo a pena.

Behind the Red Lake | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora