33. MY NAME IS HARRY

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Passado.

Meu nome é Harry. Harry Styles. Eu tenho dezenove anos e atualmente moro em Napoli, na Itália. Desde que eu me separei do garoto com quem eu pensei que fosse passar o resto da minha vida, achei que não fosse encontrar mais nada para suprir o imensurável vazio que Louis e seus belos olhos azuis pequenos deixaram. Até aquele garotinho chamar por mim...

Ele encaixava um par de luvas amarelas nas mãos enquanto assobiava serenamente. Após pôr as luvas, colocou o avental da mesma cor.
O local se parecia com uma espécie de "laboratório", bem nos fundos do restaurante italiano da avó de Harry.
Havia a cabeça morta de um homem em cima de uma bancada de frente para a maca onde uma vítima estava presa; bem diante do campo de visão dela.
Os olhos da cabeça estavam queimados, tal como os lábios. Sua garganta havia sido serrada.

O que eu faço obviamente deve ser descrito como imoral perante a sociedade. Mal, cruel, diabólico... "Ele é um monstro, algemem-no!", não seria assim que eles reagiriam?

Enfiou um pano na boca de uma mulher amarrada à uma maca de hospital, cobrindo com fita preta para abafar o quanto pudesse dos sons agonizantes que ela emitia.
Em seguida, ele fincou uma agulha numa das laterais do pescoço dela; para que se "acalmasse" o bastante para não fazer som algum.

Mas, e o que ela fez?
O que eu faço, em comparação ao que ela fez com a sua própria criança... É completamente perdoável. Por que eu ou alguém mais deveria sentir remorso? Empatia? Eu quero sentir a vida dela sendo sugada por cada facada, por cada vai e vem deste serrote. Eu sou a porra de um anti-herói sedento por sangue e faminto por morte e ninguém pode dizer que eu sou cruel. E se eu for... Eu adoro isso. Eu adoro ser cruel com pessoas cruéis.
Este, ou "isto", sou eu.

Caminhou até a parede de frente para a maca onde a mulher estava, onde vários serrotes e facas ficavam pendurados; escolheu um serrote especial para madeiras e uma faca de açougueiro, voltando em passos e assobios mais lentos. Observou-a por um tempo, brincando de balançar o serrote e a faca nas mãos, pensativo.
Por onde começar?

Justiça. É o que policiais fazem. E eu, Harry, sou um Policial.

Afundou a faca com uma força absurda na barriga da vítima, puxando de volta com a mesma rapidez com que enfiou; o sangue voltou junto em jatos e respingos saturados e viscosos. Esperou alguns segundos, enquanto limpava a parte cortante da faca, para voltar e começar a serrar a garganta da vítima ainda não totalmente morta, segurando no topo da cabeça dela para manter no lugar em busca de firmeza. Ia e voltava com firmeza e costume, já sabia como manejar do jeito certo para emitir o menos de barulho possível.
Cantarolava baixinho, desviando sua atenção dos sons sôfregos abafados que vinham da boca tapada dela.

No fim do processo de tirar a vida, o próximo passo era serrar os pedaços; o que Styles conseguia manejar com maestria. Havia um grande forno de panificação ali embaixo, naquele cômodo, o qual a avó de Harry não utilizava. Ele cremava os corpos ali, juntava as cinzas e se desfazia delas na praia.
E foi o que fez com os pedaços da vítima e com a cabeça do homem morto; o qual o restante do corpo já estava cremado. Separou as cinzas em sacos e os escondeu nos bolsos internos de seu casaco amarelo.

E é claro, ele havia garantido os seus troféus. Um fio de cabelo de cada vítima, dentro de dois pequenos frascos que guardou consigo.

[...] Tudo limpo. Avental e luvas, também. Ele espalhou farinha pelos cantos e colocou uma massa pronta de pão no forno, afinal, a avó de Harry acreditava que ele ficava naquele cômodo praticando panificação.
E pães perfeitos sempre saíam de lá com ele. Harry era ótimo, impecável, em manter uma imagem de comum perante a sociedade. Gentil, talentoso, estudioso, dedicado, um menino prendado. Ele era o anjo da avó.

Behind the Red Lake | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora