38. HOME

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E está tudo bem
And it's alright
Chamar por alguém para te abraçar esta noite
Calling out for somebody to hold tonight
Quando você estiver perdido, você encontrará um caminho
When you're lost, you'll find a way
Eu serei a sua luz
I'll be your light
Você nunca se sentirá sozinho
You'll never feel like you're alone
Te farei se sentir em casa
I'll make this feel like home

Referência musical -
Home (One Direction)

-

Futuro/Presente.

Um homem de cabelos semi grisalhos abrigados numa touca preta juntava os gravetos do chão e carregava até atrás de uma caminhonete.
De costas ele estava, trajando um velho sobretudo amarelo remendado em algumas partes e luvas de inverno vermelhas.

Em meio aos gravetos, quando encontrou uma pequena flor de lavanda, a segurou e guardou num dos bolsos do sobretudo, terminando de arrumar as madeiras no capô da caminhonete antes de voltar para dentro do veículo. Checou uma sacola no banco ao lado, onde havia uma carne fresca que comprara no mercado e algumas ervas para tempero.

[...]

Ele caminhou pelo caminho de pedras e folhas que levava até a entrada de uma casa de campo, após passar e trancar as cercas do exterior da casa.
Entrando na casa, foi pego num susto desprevenido pela voz alta do outro homem, mais baixo e mais grisalho - totalmente grisalho -, que assistia a um jogo na televisão e comemorava por um gol.

Harry e Louis se olharam.

— O que eu já disse sobre você ficar sem camisa num tempo frio destes, Louis? Querido, vá se aquecer.

Harry deixou as sacolas na madeira da mesa rústica de centro antes de tirar a touca dos cabelos curtos meio castanhos, meio grisalhos; foi recebido com um abraço e um beijo do mais velho. Seus lábios se tocaram em bicos costumeiros e um estalo carinhoso, um roçar de narizes por fim.

— Eu acendi a lareira e já deixei o forno aquecendo para você não ter tanto trabalho no jantar. — Louis sussurrou contra os lábios secos dele, com um sorriso, e o acariciou nos poucos pêlos do rosto recém barbeado. — Você nunca se lembra do hidratante labial.

— Teremos cordeiro para o jantar. Eu terei, na verdade. E para você, um delicioso ravioli com queijo fresco. E, ah... — Harry mostrou um sorriso animado, enfiando uma das mãos num dos bolsos do sobretudo em busca da flor de lavanda. Quando a encontrou, deu na palma do esposo e o olhou nos olhos em seguida. — Desta vez achei uma lavanda.

Louis abriu um sorriso de linha, cheirando brevemente a pequena flor antes de dar as costas e caminhar até um painel na parede atrás do estofado; onde diversas pequenas flores e ramos secos ficavam presos com fitas. Harry trazia uma sempre que voltava de suas idas ao mercado e à fazenda.

— Eu te amo. Se aqueça, vou começar o jantar.

— Eu também te amo! Sim, sim senhor. — Respondeu em alto tom de voz, virando o rosto para olha-lo por cima do ombro e sorrir.

Antes de ir para a cozinha, Harry caminhou até o quarto do casal na rústica e bonita casa Italiana de campo que compartilhavam, já não no mesmo lugar de antes, mas ainda em Napoli.
No quarto, enquanto se trocava, ele olhava para uma das paredes.

Havia um protetor de vidro quadrado que protegia um serrote envelhecido e enferrujado. Aquele serrote. O serrote do tronco de madeira do Lago vermelho.

Harry retornava à cozinha, caminhando pelo corredor iluminado por lâmpadas amareladas.

Behind the Red Lake | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora