37. FAREWELL

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Presente.

Harry e Louis se ausentariam por três dias do FBI e demais trabalhos e compromissos para irem ao Maine e para terem um tempo só para os dois. Seria uma longa viagem, mas eles se sentiam cômodos por estarem indo juntos; apesar da notória insegurança de Louis sobre estar indo visitar Norton. Ele estava levando consigo algo para entregar ao pai.

Na verdade, Louis havia tomado uma decisão sobre sua relação com Norton que mudaria tudo.
Louis não conseguia evitar ou negar o remorso que sentia pelo pai. A agora formação em Psicologia Criminal e Criminologia o fez abrir ainda mais os olhos e a mente para o que Norton era.

Mais do que nunca, Louis reconhecia que seu pai Não tinha culpa.

[...] Harry o notava mais aéreo e distante, quando chegaram ao hotel para a hospedagem. Também o sentira assim durante a viagem. Como se Louis estivesse totalmente voltado e concentrado unicamente para um mundinho só seu.

O Maine estava mais frio do que nunca, eles usavam luvas de inverno e toucas em seus cabelos.

Styles estranhou quando o esposo se trancou por tempo demais no banheiro do quarto de hotel; o Policial lia concentradamente "The Shinning", e já estava lendo há cerca de dez minutos, quando suspirou e resolveu deixar o conforto dos cobertores e travesseiros para ir até a porta do banheiro e batucar um par de vezes.

— Querido, está tudo bem aí? Está demorando muito.

— Estou bem, não se preocupe, amor. Já estou indo.

Harry franziu o cenho em desconfiança, mas respeitou a resposta do mais velho.

— Tudo bem. Vou pedir o jantar.

[...] Mais tarde, no Instituto Psiquiátrico, antes que Louis entrasse na sala onde teria um momento à sós com seu pai, ele se virou para Harry e para o segurança que ficava do lado de fora do cômodo e suspirou pesadamente.

— Como Representante da Psico do FBI... Peço que não intervenham em qualquer ação que eu vá tomar com meu pai, lá dentro.

Harry o olhou com o semblante preocupado e confuso, suspirou e assentiu.

Após alguns segundos encarando a porta, Tomlinson entrou segurando uma bolsa marrom média estilo carteiro, fechou a porta atrás de si e caminhou até a cadeira de frente para a cadeira onde Norton o aguardava, com uma mesa entre eles. Louis sorriu minimamente.

— Oi, pai.

— Veio mais cedo este mês. Oi, filho. — Norton comentou, olhando no rosto do filho por alguns segundos; sentia-o diferente das outras vezes, e aquilo confundiu o Pastor. Uma áurea mais familiar e distante vinha de Louis, uma áurea que fazia Norton se sentir mais "em casa".

Franziu discretamente o cenho quando o filho começou a distribuir as peças no tabuleiro de damas que eles sempre jogavam, analisando-o em silêncio.

— Como tem passado? Você tem amigos aqui?

— Não só amigos, como seguidores. Mas, você sabe, não importa tanto agora. Que você já não está... — Tossiu brevemente, dando início ao jogo antes da jogada do filho.

Norton ficara com as peças brancas, tal como a camisa que usava por baixo de um colete roxo formal. As peças brancas; indicando o vazio da falta de lucidez, a paz e a limpeza espiritual, a luz que acreditava carregar consigo como uma benção divina de Deus.

Louis, em contrário, ficara com as peças pretas, tal como as luvas de inverno sem dedos que usava. As peças pretas; indicando o quão escurecido se tornou após tantos traumas vivenciados, o quão sombria sua mente agora podia ser, o breu psicológico onde passou tanto tempo sofrendo, afundado no abismo de seus próprios demônios, depois de tudo o que passou.

Behind the Red Lake | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora