Behind the Red Lake | l.s

22. ARE WE SAFE?

2024.

— Eles sabiam o que estavam fazendo...

A voz fraca de Louis sussurra na direção de Harry, após escutar, finalmente, dos lábios do maior sobre o que aconteceu no inverno de 2010. Louis encheu os pulmões de ar e soltou em meio a um choro silencioso, suas mãos trêmulas foram seguradas por H, que o olhou com preocupação.

— Eu deveria tê-lo protegido antes daquilo..

— Não, Harry! Não se culpe bem na minha frente, por favor! Você não poderia ter feito nada, nós estávamos em nosso lugar, como sempre estivemos, e eles sabiam o que estavam fazendo!

Harry suspirou diante do aumento do tom de voz do menor, que limpou o rosto com as costas das mãos antes de se inclinar para passar os braços por ao redor do pescoço de Styles, sendo acolhido pelos braços mais fortes.

— Eles sabiam, amor. — Styles sussurra, acariciando os cabelos dele. — Mas eu também sabia... Eu sabia o que eu estava fazendo. E fiz. Por você.

— Harry... — O menor se afasta minimamente do abraço, apoiando as mãos nos ombros de H. Levantou a cabeça para olhá-lo.

— Sim?

— ... Os abusos, Trevor e os caras de 2010, eles sabiam o que estavam fazendo. — Os lábios de Louis tremem. — Mas, o meu pai.. O meu pai e o Culto, eles não sabem o que estão fazendo. Eles não.. Não estão dentro da realidade. Meu pai não... É lúcido. Eu não sei se o dia de hoje foi mais apavorante do que o inverno de 2010, eu não consigo pensar..

Quando o choro parece voltar a correr dos olhos azuis, Harry seca o rosto do amado com os polegares, se inclinando para colar suas testas e beijar com leveza os lábios finos, tentando tranquiliza-lo.

— Eu sinto muito, meu bem, eu sinto muito... Por toda a dor. Amanhã teremos outra reunião, com todos aqui, e eu vou dar um jeito de entrar... Para te proteger. Não vou deixar que te machuquem, lúcidos ou não.

— O que eu estou tentando dizer é, é que.. — O nariz do menor é retorcido num fungar audível, ele encolhe os ombros e apoia um dos pulsos frente aos lábios. — Não consigo odia-lo, quero que ele seja detido, mas não consigo sentir por ele todo o pavor que eu deveria porque não consigo odia-lo, Harry, eu não consigo...

Os braços de Harry novamente acolheram Louis num abraço quando o choro do menor intensificou e ele apertou os próprios pulsos. H abraçou a cabeça dele contra seu peito, acariciando os cabelos da nuca, enquanto o outro braço rodeava a cintura e costas do menor.

— Você não tem que odia-lo, estou aqui. Vamos ficar bem, estou aqui...

— Eu comi... Eu comi do jantar deles... — As mãos de Tomlinson agarram o tecido da roupa de Styles com força, apertando-o enquanto seu rosto se desmancha em lágrimas no ombro dele.
É quando a ficha do jantar finalmente cai para Louis. Quando ele finalmente "desperta" e compreende a gravidade e o peso no que aconteceu no jantar.
O choro desesperador quase tira Harry dos eixos, ele quase se perde sobre saber o que fazer, mas decide apenas continuar confortando Louis; segurou numa das mãos dele contra seu peito, acariciando com firmeza, até envolver os dedos com calma.

— Eu comi, não há como desfazer, Harry, não há..

— Babe, eu.. — Uma lágrima acaba deixando os olhos de Harry também. Se sente perdido, pela primeira vez não sabia como salvar Louis; não naquele momento. Porque não havia mesmo como desfazer. — Eu estou aqui. Isso não pode ser desfeito, mas não vai acontecer de novo, eu não vou permitir. Vou estar lá, eu prometo que vou estar. Você é forte, você é muito forte.

-

Segunda-feira.

No dia seguinte, na delegacia, Styles vestia suas rotineiras vestes policiais no banheiro do escritório na delegacia; apesar da investigação em andamento, ele ainda era o policial da cidade e durante o dia precisava exercer o seu papel. O restante do grupo esperava por ele após Louis comunicar que o Detetive precisava atualizá-los de algumas informações e mudanças nos planos sobre a investigação em andamento.