2024.
Louis respira fundo, ficando em silêncio por um segundo antes de continuar.
— Precisamos falar sobre o Harry.
[...] Rory serviu café para Louis e para ele na mesa de centro da sala, onde Louis estava sentado no confortável estofado amarelado. Rory se sentou numa poltrona próxima o suficiente para que Tomlinson o escutasse; e para que conseguisse alcançar a caneca de café e o cinzeiro na mesa.
Ambos acenderam um cigarro. Rory suspirou pesadamente.
— Harry sempre foi... Uma criança diferente. Peculiar, observador, inteligente demais para a idade precoce. Mas, eu não dava importância, pensava que fosse apenas uma super dotação, até... Até o dia em que eu falei para ele que Mary morreu. — O Policial respirou fundo, soltando uma onda de fumaça.
— Eu obviamente não disse como ela morreu, mas eu disse que alguém tentou fazer mal à ela e que eu, como policial, puni aquele alguém. Depois disso, Harold desenvolveu um.. Um fascínio estranho pela morte. Eu comecei a me questionar se ele poderia sofrer de transtorno de personalidade antissocial, que antigamente conhecíamos como psicopatia, mas, mas... Ao mesmo tempo que ele parecia ser um psicopata, não parecia, entende? Ele nunca fez mal à animais, e eu sei que a condição não se resume à isso, mas, mas Harry... Harry sempre me deixou dividido sobre isso. Pelo contrário, ele sempre gostou de animais, tanto que... Procurava por pequenos animais mortos e os empalhava... A coleção só aumentava com o passar do tempo. Ratos, borboletas, sapos, pássaros...Rory soltou uma lufada de ar, passando uma das mãos firmemente pelo rosto. Louis prestava atenção em cada palavra, completamente curioso. Sentia um estranho deslumbre mesclado com preocupação e insegurança por Harry.
— Quando finalmente o levei à um psiquiatra ilegal especializado em mentes criminosas ou incapacitadas de conviver em sociedade como as demais pessoas, o médico disse que o nível de psicopatia dele não era... o máximo. Que as possibilidades dele nutrir algum sentimento eram mínimas, mas não impossíveis. Eu me senti... Aliviado, um pouco. Na verdade, não sei como me senti, eu simplesmente não queria ter recebido o diagnóstico do meu filho. Não queria precisar... receber.
Louis juntou as palmas das mãos ao subir uma das sobrancelhas minimamente, se inclinando um pouco pata frente.
— Psiquiatra ilegal... Especializado em mentes criminosas? Tipo... Ele não diria nada à ninguém sobre o Harry? Seria confidencial? Completamente?
— Exato.
Com a resposta de Rory, Louis assente com a cabeça, pensativo.
— Depois de tantas consultas e do diagnóstico em mãos, eu tomei uma decisão... Que mudaria a minha vida e a de Harry para sempre. — O Policial suspirou, se inclinando para deixar o cigarro no cinzeiro. — Eu não condenaria o meu filho, eu jamais... O entregaria, não importava o que ele um dia fizesse, eu o protegeria. Mas eu também não queria que o meu filho se tornasse um assassino de pessoas... que não merecessem morrer.
Engoliu um seco, olhando na direção de Tomlinson. — Eu não falharia em protegê-lo como falhei com a mãe dele, eu decidi que faria qualquer coisa por Harold, para mantê-lo seguro, para proteger o meu filho e creio que acabei passando para ele essa necessidade de proteção, porque ele se tornou exatamente igual quando finalmente amou. Quando amou você. — Louis respirou fundo ante às palavras de Rory. Comecou a estalar os dedos ansiosamente, em silêncio.
— Moldei o Harry, o preparei para o mundo, ensinei a ele tudo o que ele sabe sobre como se proteger, sobre como não ser pego, sobre como se livrar de provas e esconder um crime. É claro que eu não disse a ele "você só pode fazer isso com pessoas más", eu simplesmente dizia que ele só poderia machucar alguém um dia, se a vida dele ou da família dele estivesse em risco. Que é assim que um policial age, que assim ele deveria ser. E enquanto isso... eu fazia o possível para que ele não sofresse com aqueles pensamentos acerca de morte. O doutor me recomendou permitir que ele continuasse procurando e empalhando animais mortos, que continuasse lendo e assistindo histórias sobre Assassinos em série famosos, que eu deixasse... Que eu simplesmente deixasse... Porque tudo aquilo o fazia se sentir mais leve.
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Behind the Red Lake | l.s
FanficHarry Styles e Louis Tomlinson viveram um romance secreto quando adolescentes; atrás do lago vermelho, onde estavam seguros das garras da discriminação e da religião. Atrás do lago vermelho, onde seus mais profundos segredos foram afogados no fundo...