Lua
- Que bom que te achei, acho que precisamos ter uma conversinha. - Ela soa irônica.
- Não acho que temos algo para falar Sohee. - Tento passar por ela, mas ela segura meu braço.
- Escuta aqui sua piranha. - Fico chocada com a agressividade que ela usa ao falar comigo. Ela aperta forte meu braço, suas unhas entrando na minha pele. - Você se casou com o meu homem, era pra mim ser a Sra Kim, era pra aquela cobertura e o dinheiro dele ser meu. Esse filho ia garantir isso, mas você apareceu...
- Eu não tenho nada para falar com você. - Tento soltar o meu braço dos eu aperto.
- Pedi o divórcio e saí da vida do Tae. Ele é meu, não me faça tomar medidas drásticas. - Ela me olha com ódio mortal.
- Está acontecendo algo aqui? - A voz do Hobi sua no meu ouvido.
- Espero que faça pelo jeito mais fácil. - Ela fala baixo, só pra mim ouvir. - Não, só estava tendo uma palavrinha com ela. - Com o nariz em pé, ela sai andando e me deixa atordoada, com lágrimas nos olhos.
- Você está bem? - Hobi fala preocupado.
- Estou. - O lugar que ela me arranhou arde muito, mas o choque da ameaça ainda me deixa atordoada.
- Vem, vamos cuidar desse arranhão para não infeccionar.
- Não precisa...
- Vem Lua, me deixa ajudar. - Acabo indo com ele até sua sala.
Hobi me dá um copo de água e senta do meu lado no sofá da sua sala para limpar os arranhões. Ficou a marcar dos dedos dela no meu braços e cinco feirinhas provocadas pelas unhas dela.
- Quer me contar o que aconteceu? - Ele fala.
- Nada demais.
Ele me olha quando termina de limpar e passar remédio.
- Você não quer me contar. Eu te conheço. - Desvio o olhar, começo a me levantar. Mais uma vez, sou parada. Mas Hobi segura minha mão com delicadeza e acabo sedendo e me sentando novamente ao seu lado.
- Lua, desde o nosso desentendimento, não consegui conversar com você...
- Não precisa falar nada Hobi.
- Precisa, me escuta. Depois, se você quiser ir embora, não vou te procurar mais. - Seus olhos estão marejados - Só me escuta. - Fico calada e ele continua após uns segundos.
- Eu errei com você.
- Hobi...
- Me escuta Lua. - Ele pedi, pegando minha mão mais uma vez. - Eu errei com você, eu deveria ter sido homem, ter te assumido, assumido meus sentimentos. Eu te amo Lua, me arrependo todos os dias por ter perdido você por uma besteira.
Fico calada absorvendo tudo que ele falou. Alguns meses atrás, tudo que eu queria ouvir dele era isso, hoje eu já não me sinto como antes. Descobri os motivos dele não ter me assumido, me machucou demais e acabou com o sentimento que ainda sentia, mesmo após ter pego ele com a secretária.
- Eu sei que você se casou por um acordo. Meu pai é amigo do seu e me contou. Acabei aceitando ficar esse meses nos EUA para tentar afastar, pensar um pouco. - Não consigo olhar para ele, abaixo minha cabeça e foco meus olhos no meu tênis. - Mas não ouve um dia sequer que eu não tenha pensado em você e me detestado pelo meu comportamento.
- Hobi.. - Tento falar, mas ele me corta mais uma vez.
- Me perdoa Lua. Fui idiota e perdi a mulher que mais amei. - Ele soa sincero.
- Eu já te perdoei. - A grande verdade, é que eu não consigo odiar ele. Apesar de tudo, construímos uma amizade linda antes de qualquer envolvimento. Hobi esteve comigo durante a faculdade e alguns anos depois, ele é meu amigo. Já amei muito ele, mas hoje esse sentimento é só como amigo.
- Sinto falta da minha amiga. - Ele faz menção de me abraçar, acabo aceitando.
- Sempre fui sua amiga, também senti sua falta.
Me sinto mais leve depois dessa conversa. Vou para minha sala ainda com as palavras da Sohee em meus pensamentos, tento me concentrar ao máximo na minha pesquisa, mas acabo fracassando e desistindo. Peço o dia de folga e decido ir na empresa visitar o Tae.
Desde que nos casamos, nunca conheci o local em que ele trabalha. Sigo para a empresa com ajuda do GPS e estaciono logo em frente.
Vejo o Tae sair de lá acompanhado da Sohee, antes mesmo que eu desça do carro, eles entram no carro do Tae e saem entrando no trânsito.
Por impulso, acabo seguindo eles e vejo ele estacionar o carro em uma cafeteria, a mesma que ele esbarrou em mim antes mesmo de nós conhecermos. Ele ajuda ela a descer e ela sorri, daqui não consigo ver o rosto dele.
Cheia de dúvidas e com muito medo de me magoar. Pego meu celular e disco seu número. Toca várias vezes, quando acho que vai desligar, ouço sua voz grave e rouca do outro lado da linha.
- Oi - Ele fala baixo.
Me arrependo assim que ele atendi, o que estou fazendo? Provavelmente, ele veio conversar sobre o bebê que ela espera.
Insegurança idiota.
- Taetae, estou de folga hoje. Posso ir conhecer sua empresa? - Pergunto.
- Gatinha, eu estou indo para uma reunião... - Ele mentiu.
Porque não me falou a verdade? Desconfiança grita em mim.
- Tudo bem, até mais tarde. - Desligo depressa e desço do carro querendo ver com meus próprios olhos o que ele está fazendo com ela ali.
Paro na frente da cafeteria, pelo vidro do estabelecimento, vejo ele e ele sentados lado a lado conversando sobre algo, ele parece sério e ela animada.
Não querendo ser vista, acabo indo embora dali. Volto pro carro e vou para a cobertura. Tomo um banho demorado e me deito na cama, a ameaça de Sohee e o que acabei vendo deles a pouco rodam meus pensamentos, acabo cochilando e só acordando quando sinto um carinho no meu rosto.
- Tae? Falo surpresa, percebendo que acabei dormindo demais e já é fim de tarde.
- Dorminhoca. - Ele tenta me beijar, mas disfarço bocejando e espreguiçando.
- Chegou agora?
- Sim, o que aconteceu com seu braço? - Ele aponta para as marcas que Sohee causou mais cedo, acabei não tampando o lugar após meu banho.
- Um acidente.
- Parece marcas de unha.
- Foi um acidente. - Prefiro nao contar ainda o que aconteceu, desconfiança toma conta de mim.
Tae vai pro banho e eu desço para preparar o jantar. Ele tentou disfarçar, mas noto que ele está preocupado com alguma coisa.
Termino de preparar a comida, mas acabo não comendo, estou sem fome. Os acontecimentos de hoje tiraram meu apetite.
Subo distraída, até ouvir Tae sussurrando seu quarto.
- Não sei o que fazer Yoon.
Aproximo devagar, sei que é feio, mas preciso ouvir o que ele está dizendo. Talvez seja paranóia minha, mas algo está acontecendo entre ele e a Louca da Sohee.
- Eu amo Lua, mas não posso arriscar. - Arriscar? Como assim?
Ele desliga a chamada e vem em direção a porta. Disfarço dando uma corridinha para trás e finjo estar chegando aqui em cima só agora.
- Já ia te chamar. - Tento soar normal. - O jantar está pronto.
- Já vou comer. Você já comeu?
- Não, estou sem fome. - Vou agora meu quarto e me deito novamente.
- Está tudo bem? - Ele pergunta da porta.
- Sim, só cansada. - Falo e ligo a tv.
Tem algo muito errado nessa história!
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Taehyung na minha vida (Revisando)
Fanfiction[CONCLUÍDO] Taehyung é um típico cafajeste. Não leva as mulheres muito a sério e faz da vida uma festa. Mesmo namorando, ele não deixa de viver sua vida e curtir por aí com outras mulheres. Até que decide noivar para se livrar da tradição da família...