Capítulo 4

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O despertador anunciava que eram seis da manhã, mesmo com o estresse da madrugada eu consegui dormir até que bem. O cheiro de café tomava todo o apartamento, caminhei até a cozinha e a vi abrindo todos as portas e gavetas do armário à procura de alguma coisa. Fiquei ali observando a mesma se abaixar para olhar na última gaveta do armário e reparei numa coisa não vista antes, o tamanho de sua bunda e a toda sua curvatura. Senti meu pau querer criar vida e me ajeitei sem fazer nenhum barulho. O que foi em vão, pois ela percebeu minha presença.

- Aí que susto! Não tem nada aqui?

Ela colocou a mão no peito e depois apontou pros armários.

Respondi que não com a cabeça e caminhei sentido ao banheiro, foi aí que percebi que ainda estava de cueca pela casa. Ótimo ela chegou a dois dias e já conhece minha casa, meus armários, minha cama e já viu meu pau. Mais uma semana e eu não sei o que vai acontecer. Tomei um banho rápido e passei pela cozinha novamente, ela continuava mexendo lá que nem me viu passar de volta. Em alguma minutos sai do quarto fardado e fui em direção a cozinha, ela tinha colocado uma mesa de café da manhã. Me pegou de surpresa, quanto tempo eu não tinha isso..

- Eu quero pedir desculpas a você, você foi gentil em não me deixar ir pra casa naquele estado. E como forma de agradecimento, o mínimo que eu poderia fazer era um café da manhã. Mesmo que com dois ovos e uma banana, mas eu dei o meu melhor. Eu ri, ela estava sendo bem gentil, não era aquela garota brava da noite anterior.

- Não precisa agradecer, mas eu não vou recusar esse grandioso café da manhã.

Rimos em conjunto e nos sentamos para comer. Ela parecia bem, mas percebi sua mão tremendo um pouco.

- Está bem? Está tremendo..

- Estou com fome, estava quase batendo na porta daquele quarto pra você vir logo. Odeio comer sozinha..

- Você é sempre assim? Falante?

Ela estremeceu.

- Não, não entenda mal. É só uma pergunta, é que isso aqui que está acontecendo é novidade. Companhia é novidade...

- Você não era casado?

- Sim, mas não existia companheirismo, era cada um por si.

Ela ficou calada e continuou comendo.

- O que é isso que está tão bom?

- Na sua geladeira tinha ovo, aveia, leite e uma banana. Bati tudo e ficou isso aí, não sei se é, mas pode chamar de panqueca rsrsrs.

Ri e voltamos a ficar calados. Era tudo estranho, um estranho bom.

- Temos que ir, são seis e quarenta. Você vai direto comigo pro batalhão ou quer ir pra casa? Pergunto enquanto ela mexe na louça encima da Mesa. Pego em sua mão a impedindo.

- Pode deixar aí, eu lavo quando chegar. Obrigada pelo café da manhã..

Nossos corpos estavam perto de mais e eu pude sentir seu alito fresco, acho que ela usou minha escova de dentes. Ela se afastou e riu torto.

- Assim, por curiosidade. Onde está meu carro?

- Pedi para levarem pro batalhão.. está tudo bem ele. Agora o meu.. não digo a mesma coisa.

Ela faz uma careta e colocou a mãos cobrindo o rosto.

- Olha, desculpa. Eu pago a lavagem..

- Relaxa, já mandei resolver. Agora vamos, pro Batalhão?

- Vamos!

Descemos de elevador e sua presença me incomodava de alguma maneira, estávamos perto demais. Chegamos ao estacionamento e destravei o outro carro, entramos na camionete e seguimos para o batalhão. E como de costume, o silêncio pairou até nosso destino final. Por sorte não tinha ninguém no estacionamento ainda.

CAPITÃO NASCIMENTO | VOCÊ VAI CUMPRIR?Onde histórias criam vida. Descubra agora