Capítulo 29 - Acabou!

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O meu turno começaria em trinta minutos e minha cabeça não parava de pensar no que tinha acontecido mais cedo, ela não respondeu ao meu torpedo. Estava tão impaciente que se alguém enchesse meu saco acabaria numa caixa de madeira.

- Está tenso demais.. o chocolate não resolveu?

- Se eu te contasse...

Respondo soprando a fumaça do cigarro que eu estava fumando. Estávamos no estacionamento aguardando a viatura chegar.

- Ela tá de volta segunda..

- É complicado Nico.. ela é marrenta demais..

- Ué, pra te dominar tem que ser pior que você!

Ele pegou em meu ombro e deu dois tapas.

- E coloca pior!

Traguei o cigarro lembrando das nossas noites, aquela mulher mexia com minha cabeça.

Matias chegou e junto a viatura passou pelo portão do estacionamento.

- Vamos? Hoje eu tô afim de botar terror!

Falei largando o cigarro e pisando no mesmo.

- Eu dirijo!

Nico se ofereceu e eu cedi, sentei do lado do carona e o Matias no banco de trás.

- Capitão?

Matias me chamou e eu olhei pra trás.

- Tenho informações do projétil.. foi bala da favela..

A raiva tomou conta de mim. Suspirei tentando me acalmar.

- Nós vamos pegar aquele filha da puta do Baiano!

Falei entre dentes, eu estava possesso.

Fizemos a ronda próximo ao morro com intenção de encontrar alguém que tivesse informações daquele maldito.

- Tem um vagabundo correndo pra ali Zero dois!

O Matias apontou para a rua a esquerda. O Nico entrou com tudo e o Matias foi o primeiro a pular da viatura. O moleque tava com sede.

- O que temos aqui?

Cheguei perguntando, Matias já segurava o moleque.

- Olha a carga aí! Tu trabalha pra quem vagabundo?

Peguei a carga e joguei dentro da viatura.

- Pra ninguém! Trabalho pra mim!

- Conta outra vagabundo, tu é pal mandado de quem? Fala!

A cena que eu e nico assistíamos era o Matias espancando o vagabundo, ele estava irreconhecível. Depois do que aconteceu com o Neto, ele estava uma outra pessoa.

Acenei com cabeça para o Nico e ele entendeu.

- Se ele morrer ele não vai te responder!

Informou ao Matias.

- Vamos levar ele pra dar uma voltinha!

Concordei para ele terminar o que tinha começado.

Jogamos ele no camburão e seguimos para a mata, Matias conduziu o interrogatório e o marginal falou.

- Trabalho pro Baiano, aquele merda..

Respondeu depois de muito apanhar.

- Onde ele está?

- Tá no morro, ele comanda tudo lá! Se duvidar, manda até em você!

Cuspiu sangue na cara do Matias.

CAPITÃO NASCIMENTO | VOCÊ VAI CUMPRIR?Onde histórias criam vida. Descubra agora