FIGHTING THE PAST ━━━ 𝖓𝖆𝖙𝖆𝖘𝖍𝖆 𝖗𝖔𝖒𝖆𝖓𝖔𝖋𝖋.

ｃｈａｐｔｅｒ ｅｉｇ ｈｔｅｅｎ.

━ 𝐇𝐨𝐥𝐝 𝐨𝐧.

➥ !! TW alert: este capítulo contém descrição de automutilação e tentativa de suicídio.

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Os dias que se seguiram ao confronto com Natalia começaram a se fundir um no outro, se perdendo. Ninguém mais tinha ido à cabana desde então, não que Merlia esperasse que eles fizessem isso, não, eles mal a conheciam, e não havia chance alguma de algum deles não ficar do lado de Natalia depois da última discussão.

Então Merlia começou a passar os dias sentada nos degraus da cabana, bebendo todo o estoque de álcool que encontrou escondido no fundo de um armário velho na pequena cozinha, até ficar completamente entorpecida e desmaiar no sofá, no banheiro ou até mesmo ali, na varanda, era raro as vezes em que ela conseguia chegar até o quarto sem tropeçar nos próprios pés e acabar estendida no corredor, com o rosto enfiado no chão gelado.

E não foi diferente hoje.

Merlia se arrastou para fora do sofá, já meio bêbada, capturando de volta a garrafa de whisky da mesa onde a colocou antes de desabar no sofá para dormir tarde na noite passada. O sol estava começando a nascer quando Merlia desceu nos degraus da frente, os seus olhos examinando a área, sem mudanças e sem ameaças óbvias com as quais se preocupar.

Merlia desatarraxou a tampa da garrafa e tomou um longo gole, deixando o álcool queimar a sua garganta enquanto bebia, nem mesmo esboçou uma careta, já havia se acostumado com o gosto amargo, combinava com o modo como se sentia, se perguntassem. Limpando a boca, ela colocou a garrafa ao lado. Tentara várias vezes ultrapassar esse ponto, mas todas as vezes ela era puxada para trás pela a magia de Wanda.

Merlia se perguntava constantemente por quanto tempo mais eles pretendiam mantê-la presa aqui, talvez fosse isso, essa seria a prisão dela agora.

Afastar Natasha quebrou Merlia por dentro de forma que a outra jamais terá ciência, mas ela ficara tão brava e desapontada com a maneira como Natalia claramente duvidou dela, duvidou que ela estivesse tentando fazer algo para protegê-la, não machucá-la.

Tinha sido um grande erro permitir-se pensar, por apenas um momento, que poderiam ter ficado juntas, ser tão tola a ponto de pensar que o passado delas não iria estragar tudo de forma monumental.

Merlia enfiou a mão no bolso da calça jeans e tirou a foto polaroid, olhando para ela, ela sentia como se fosse a maneira do mundo de zombar dela, um lembrete de que em determinado momento ela tivera o melhor, elas foram verdadeiramente felizes apesar das circunstâncias, mas nunca mais teria permissão para se sentir assim novamente.

Segurando a foto em uma mão, Merlia estalou os dedos na outra e uma pequena chama dançou na parte superior do dedo indicador, aproximando o dedo acesso, Merlia observou a chama atingir o canto da foto, e em poucos segundos, toda a foto estava queimada. Merlia observou enquanto o vento levava embora os pedaços brilhantes de cinza, tudo o que restou daquela lembrança foi uma mancha preta na ponta dos dedos.

A vida tinha sido uma perda após a outra para ela, já deveria estar acostumada com isso.

Bebendo mais um pouco do whisky, Merlia pensou em tudo o que a trouxe até aquele momento. Havia realmente algum sentido em continuar tentando? Como ela poderia ser algo mais do que o monstro qual foi criada para ser?

Levantando-se lentamente dos degraus, Merlia voltou para dentro da cabana. Ela não se sentia tão desesperada e vazia desde os dias que se seguiram após à sua captura pela a sala vermelha em Budapeste, quando foi submetida a dias de intermináveis ​​torturas e interrogatórios. Ela não suportaria ser arrastada de volta para aquela espiral escura novamente. Não... preferia morrer.