(...)
— Sabe o que poderíamos fazer? — Rage perguntou a mim enquanto andávamos no primeiro andar da casa da sua família, que estávamos ficando por um tempo. — Beber. Para comemorar, sabe?
— Você deveria ir dormir, isso sim. E falar baixo, não quer que seus cachorrinhos apareçam aqui para ver o que está acontecendo, quer? — Falei, segurando o calçado dela que ela tirou porque estava fazendo calo em seu pé.
— Cachorros? Não temos cachorros aqui
— Os seguranças de vocês, estou falando deles. — A menina tropeçou no próprio pé e caiu de quatro no chão, na minha frente. Ela olhou para mim por cima do ombro e começou a gargalhar, gargalhar de verdade, alto pra caralho!
Coloquei os calçados dela no chão e me agachei ao seu lado, segurando seu braço e fazendo ela levantar de uma vez.
— O que você tem, em? Colocaram algumas coisa na seringa que tiraram seu sangue? — Perguntei sério olhando nos olhos dela, ela levantou a mão e balançou o dedo indicador, negando.
— Não, não. Eu fumei na verdade! Achei que era um cigarro comum, mas acho que era um baseado. Uma médica estava fumando lá naquela área que estávamos, eu pedi para fumar também — Ela riu — Agora acho que estou chapada
— Uma médica? — Perguntei juntando as sobrancelhas — Então você é muito fraca para qualquer baseado, porque não é possível que uma médica estava usando algo tão forte pra deixar ela chapada em horário de trabalho...
Olhei para a janela ao nosso lado, no meio do corredor, quando escutei o barulho de carros.
— Sua família chegou — Falei e Rage arrumou a postura, tirando o sorrisinho sacana que estava no rosto até agora — Coloca um pijama e vai deitar, se alguém for no seu quarto, finge que está dormindo — Me abaixei e peguei o calçado dela, a entregando. — E não se preocupe, eu irei esquecer de cada segundo de hoje — Olhei em seus olhos uma última vez e virei de costas, meu quarto ficava para o lado contrário.
— Loiro — Rage falou, e eu reduzi os passos, até parar e olhar para ela por cima do ombro. — Obrigada. Por cuidar de mim e me ajudar mesmo não me conhecendo... Você ganhou um ponto positivo como cunhado! — Ela piscou o olho esquerdo.
— Então zere esse placar, eu não sou seu cunhado. Durma bem, criança! — Voltei a caminhar, dessa vez mais rápido, em direção ao quarto que eu estava.
Entrei no quarto e comecei a tirar aquela roupa que eu estava, querendo me livrar dela o mais rápido possível. Dobrei cada peça e coloquei em cima da cômoda do quarto, aquilo parecia ser um traje caro e eu sei que não tenho condições alguma de arcar com qualquer dano nele.
Me joguei de barriga para baixo na cama, tentando afastar pensamentos da minha cabeça, mas estava uma bagunça completa. Minha paz em silêncio durou cerca de um... ah, talvez uns quatro segundos. Porque a porta quase foi arremessada para o outro lado do quarto, invés de ser simplesmente aberta.
— Chegamos! Hum! Que bundinha farta!
— Farta? — Perguntei, levantando e sentando na cama. Encarei Michael e Éric parados um ao lado do outro, na minha frente. — O que foi?
— Queremos saber como foi né! — Michael falou
— Saber como foi...? O que exatamente? — Perguntei
— Ué porra! Como foi com a ruiva infantil. Vocês transaram? — Éric perguntou e eu joguei meu travesseiro na cara dele, porque se não fosse o travesseiro seria minha mão que iria acertar um tapa.
— Some! Some da minha frente! — Falei, começando a me irritar
— Acho que eles não transaram. Não é possível que nem aquela garota conseguiu te tirar desse mau humor — Michael falou e deu um tapinha no braço de Éric.
— Mas que merda vocês estão falan... eu... nós não saímos pra transar. Que porra de ideia é essa? Estão loucos? — Levantei da cama, indo até o banheiro. Entrei e baixei a cueca, começando a mijar. E para minha infelicidade, os dois patetas se colocaram na porta do banheiro, me assistindo mijar e falando bosta.
— Não? Eu achei que vocês estavam saindo justamente para... — Michael estava falando, mas Éric interrompeu.
— Então é liberado eu dar uns beijos nela? Tipo, ela parece ser da minha idade né... e é bem gatinha.
— Ela é lésbica. — Falei e fechei os olhos com força, guardando meu pau de volta na cueca. De onde eu tirei essa informação sem lógica? Eu nem conheço ela direito!
— O que? Ah não! Sério? — Éric pareceu desapontado.
— Como assim lésbica? — Michael perguntou enquanto eu lavava minha mão na pia.
— Ela gosta de buceta também, né porra? — Respondi sem paciência alguma.
— Eu não sou imbecil, eu sei o que é lésbica! — Michael me respondeu irritado — Só não tô entendendo bem como que ela é lésbica. Ela estava flertando pra cacete com um garoto lá na festa...
— Será que ela toparia um menage? Nem que eu só assistisse... — Éric falou andando pelo quarto.
— Se os dois não sumirem da minha frente, juro que seguro a cabeça de cada um contra o cano quente da minha moto!
— Olha, a ruiva mais velha estava te procurando. Pedimos para vim falar com você primeiro, mas ela quer falar com você também — Michael falou e eu voltei a deitar na cama, me enrolando com o cobertor.
— Avisem que vocês me encontraram muito bebado e dormindo. Agora saiam! — Falei, fechando os olhos — Desliguem a luz e fechem a porta.
Me ajeitei na cama, me cobrindo com o coberto e deitando minha cabeça direito no travesseiro. Os garotos parecem ter desistido de me interrogar, pois saíram do quarto.
— Que merda de vida bagunçada, Vincent — Sussurrei para mim mesmo e coloquei o travesseiro em meu rosto, para abafar o xingamento que eu queria gritar — Porra!
(...)
Desci para o café da manhã, uma empregada da casa foi até o quarto que eu estava, para avisar que todos tomariam café da manhã juntos na sala de jantar. Como eu não tinha pressa alguma para me juntar a uma família a qual eu não conhecia para tomar café da manhã, eu fui primeiramente tomar um banho. Após, coloquei um casaco e uma calça moletom cinza, estava chovendo hoje, vi o tempo pela janela do quarto. E eu sou do litoral, qualquer temperatura que não seja o sol quase queimando minha pele, eu irei sentir frio como se estivesse no polo norte visitando o papai noel.
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Domada Inglaterra - VINNIE HACKER
RomanceLove Moritz enxergava a vida da realeza como uma prisão que foi enfiada sem escolha. Ela queria viver independente, sem ser prisioneira de um título. Mesmo tendo tudo aos seus pés, ela preferia não ter nada. Por outro lado, Vincent Hacker era apenas...