Love Moritz enxergava a vida da realeza como uma prisão que foi enfiada sem escolha. Ela queria viver independente, sem ser prisioneira de um título. Mesmo tendo tudo aos seus pés, ela preferia não ter nada.
Por outro lado, Vincent Hacker era apenas...
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(...)
— Como assim iremos para a casa da garota? — Michael perguntou enquanto eu pegava as roupas dele e enfiava em uma mochila.
— Ela mora em um castelo? — Éric perguntou
— Vocês poderiam me levar também, né? Sou a irmã mais nova de vocês, é ridículo vocês não me levarem junto! — Mandy reclamou enquanto me entregava a roupas do Michael, que era inútil e só ficava andando atrás de mim fazendo perguntas a cada segundo.
— Deveríamos ter ternos. Porra, minhas cuecas estão todas rasgadas, como vou levar isso? As empregadas dela pegando minhas cuecas para lavar e vendo essa situação — Éric falava, mostrando as cuecas dele para Mandy.
— Para de mostrar cueca para ela, Éric! — Empurrei ele para o lado e puxei Mandy pelo pulso, para perto de mim. — Você fica aqui para cuidar do seu pai e da sua mãe, e também ficar de olho na minha mãe também. Vou mandar dinheiro para vocês enquanto estivermos por lá, e você poderá usar o seu para comprar roupas novas — Pisquei o olho para ela e depositei um beijo em sua testa — Agora vai pra casa. Já está tarde, seus pais devem estar preocupados.
— É por isso que você é meu favorito — Ela falou, me abraçando.
— Não seja mentirosa, Mandy. Todo mundo sabe que o favorito sou eu — Éric falou e Mandy riu.
— Não fique com ciúmes, Éric. Ninguém tira seu posto de melhor amigo — Ela mandou um beijinho para ele — Se cuidem e depositem muito dinheiro na minha conta — Foi a última coisa que ela falou antes de sair do quarto.
— Já arrumou suas coisas, Éric? — Perguntei
— Sim, só terei que comprar cuecas novas quando chegar lá, porque as minhas não irei levar nem que me paguem — Ele respondeu e saiu do quarto.
— Está com um pau enfiado na boca, merda? Responda minha pergunta! — Michael falou, me dando um empurrãozinho. Fechei a mochila dele.
— Qual das trezentas perguntas, Michael? Ela vai nos ajudar a tirar mais dinheiro do ex dela, tem mais alguma dúvida? — Perguntei e dei a mochila para ele.
— E por que temos que viajar para o lugar onde ela mora? E ficar na casa dela? — Ele perguntou
— Para que seja mais convincente. Iremos passar apenas um tempo, como se fosse uma férias da minha família com a dela. — Respondi
— Nós iremos ficar expostos, Vincent — Michael falou, algo nada inútil. Ficar exposto realmente era um problema, porque perderíamos a mínima privacidade que temos.
— Tentaremos aparecer menos. Não precisamos mentir para um país inteiro, apenas para o pai e noivo dela. — Respondi, sabendo que era algo um pouco difícil de se fazer. Só conseguiríamos isso, se ficássemos vinte e quatro horas presos dentro da casa dela. E com toda certeza não iremos ficar, até porque ainda sou muito noivo para enlouquecer tão cedo. — Até um dia desses não sabíamos quem era a garota, tenho certeza que eles conseguem ser discretos.
— Não sabíamos porque somos uns pobres morando em uma ilha. Não sabemos de boa parte das coisas que andam acontecendo nesse planeta, Vincent. Qual foi a última vez que assistiu um jornal? Ou leu um? Nós não fazemos isso, e é por isso que não sabíamos quem era ela. — Michael falou, e eu não retruquei. Ele não estava errado, mas eu não queria pensar sobre isso agora.
— O dinheiro vai mudar nossa vida, Michael. Vamos pagar a dívida do Éric, poderemos pagar a faculdade dele também. E caso você ainda queira, terá a chance de fazer uma também. — Olhei para ele enquanto falava — Eu finalmente irei conseguir dar uma vida adequada para vocês dois, me deixe fazer isso...
— Você não é mais meu responsável legal, e logo logo não será do Éric também. Somos adultos, Vincent. — Ele suspirou, olhando para os lados, como se quisesse afastar pensamentos — Só me prometa uma coisa... — Ele olhou para mim novamente. — Se isso se tornar uma carga pesada para você, nós iremos cair fora e correremos atrás do nosso, do nosso jeito.
— Não será uma carga pesada, é por isso que pedi a ela para levar vocês comigo. Estaremos juntos, resolvendo tudo juntos. — Respondi
— Prometa
— Está aprendendo essa coisa de promessa com a Catarina? Aquela criança é uma atentadinha! Irei sentir falta dela — Falei, sorrindo enquanto lembrava da minha pequena. — Eu prometo, medrosão.
— Você não está fazendo isso somente pelo dinheiro, não é?
— Claro que sim.
— Está dormindo e acordando ao lado dessa garota... — Ele gargalhou — É isso. Está fazendo por ela. Porque seria maluquice deixar tirarem ela das suas mãos tão fácil, não é?
— Negócios, Michael. Apenas negócios.
— Certo, vamos fingir então — Ele respondeu e eu passei por ele, dando um tapinha em sua cabeça e sorrindo. Ele me conhecia melhor que qualquer pessoa, é óbvio que saberia que isso também era um dos motivos para eu aceitar a proposta da ruiva sem pensar duas vezes. — vocês são iguais
— Iguais?
— Sim, idênticos. Movidos a vingança. Ela não ficou puta com você, qualquer uma ficaria, mas ela não ficou. Ela quer vingança, da mesma forma que você quando se trata da sua família. Você não queria nem falar com seu irmão, não queria deixar ele ter onde dormir, por pura vingança com sua mãe. — Michael falou — Posso até ver vocês sendo o casal do século. São a cópia um do outro, arrisco até dizer que são perfeitos um para o outro. E esse é o pior defeito. Ela é tão deplorável quanto você.
