"𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒎𝒆 𝒇𝒂𝒛 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒛... 𝒎𝒂𝒔 𝒆𝒖 𝒏𝒂̃𝒐 𝒎𝒆𝒓𝒆𝒄̧𝒐 𝒆𝒔𝒔𝒂 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆."
Zoe Fischer é uma garota com um passado perturbador, trágico e cruel. As angústias antes sentidas já não oferecem tanta importância a essa garota...
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"Me desculpe por ontem, podemos nos encontrar?"
Solto um gemido frustrado ao ler a mensagem de Chloe na aba de notificações.
Eu sabia que sua irritação não duraria muito tempo. Mas um dia? Ela se superou.
Opto por ignorar a existência da garota por um tempo. Minha cabeça está cheia no momento.
Estou vestindo apenas uma calça moletom branca, que ameaça cair dos meus quadris todas as vezes que me mexo. Deveria pensar em pôr uma camisa, mas estou tão entretido na paisagem que tenho da sacada do meu quarto que não estou me importando com o clima frio da noite.
Estou mais pensativo do que jamais estive, e o mais interessante é que não estou sob nenhum efeito de maconha.
Estou apenas pensando naquela garota de olhos azuis e língua afiada.
Depois que nos encontramos hoje mais cedo, não consegui mais tirá-la da mente. Acho que fiquei impressionado com o quão forte ela aparenta ser. Não sei o que se passa em sua vida, mas tenho certeza de que ela já aguentou uns bons bocados para ter cogitado fazer aquilo.
Está aí outra coisa que não me deixa relaxar. Ela precisa de ajuda.
E acho que quero ajudá-la.
—Caramba... — Inclino minha cabeça para frente, tombando-a entre os ombros.
Isso tudo é tão complicado e confuso.
Nunca me preocupei tanto com alguém que mal conheço.
Talvez me drogar seja sim uma boa ideia, afinal.
—Tom? — Ouço uma voz fina me chamar.
Me viro calmamente e tenho a imagem de uma garota ruiva e esbelta sendo coberta apenas por um lençol branco.
Respiro fundo.
Essa sempre foi minha maneira preferida de esvaziar a mente.
Transando.
Mas de repente, nem isso parece interessante.
Nem ao menos me lembro o nome dessa mulher parada na minha frente.
—Vem para cama. Está frio aí fora.
Tento conter minha vontade de bufar, então apenas forço um sorriso e digo:
—Estou apenas tomando um ar, já estou indo.
Ela não parece se convencer, pois arqueia uma sobrancelha e caminha até mim, passando uma parte do lençol por meus ombros. Sinto sua pele macia e nua se esfregar propositalmente em mim por baixo do tecido, e juro que em qualquer outra situação, eu ficaria duro como uma rocha e entraria correndo para dentro daquele quarto. Mas isso não está acontecendo, e tenho que me virar um pouco para não deixar tão claro de que não estou nem um pouco afim de fazer nada agora.
